sábado, 30 de janeiro de 2010

No Quadro Real

“Dei-lhes a tua palavra e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu do mundo não sou”. – Jesus. (João, 17:14).

Aprendizes do Evangelho, à espera de facilidades humanas, constituirão sempre assembléias do engano voluntário.

O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até à vitória final do bem.

O Cristão não é flor de ornamento para igrejas isoladas. É “sal da terra”, força de preservação dos princípios divinos no santuário do mundo inteiro.

A palavra de Jesus, nesse particular, não padece qualquer dúvida.

“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Amai vossos inimigos.

Orai pelos que vos perseguem e caluniam.

Bendizei os que vos maldizem.

Emprestai sem nada esperardes.

Não julgueis para não serdes julgados.

Entre vós, o maior seja servo de todos.

Buscai a porta estreita.

Eis que vos envio como ovelhas ao meio dos lobos. No mundo tereis tribulações.

Mediante afirmativas tão claras é impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil. Ninguém se aproxime Dele sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se. Se o Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante.

Comprovando suas lições divinas, o Mestre Supremo viveu servindo e morreu na cruz.

 

(De “Segue-me!...”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

KARDEC E O AUTO CONHECIMENTO

 

KARDEC E O AUTO CONHECIMENTO

Autor: Wellington Balbo (*)

 

Complicado andar por terras estranhas, em uma viagem onde falta conhecimento do caminho a seguir. Quando isso ocorre as chances de erro são grandes. Imprescindível, portanto, se munir de todas as condições para que essa viagem transcorra da melhor forma possível.

A viagem que nos referimos aqui é o retorno do Espírito ao mundo da matéria, pelas portas sagradas da reencarnação.

Mas e o planejamento? Não planejamos essa viagem de retorno ao mundo físico? Se planejamos, não será algo tão estranho, afinal, é como se relembrássemos os caminhos a percorrer, basta seguir o planejado e não nos perderemos.

Sim, é verdade, se seguirmos o planejamento elaborado, procurando cumpri-lo, tudo é mais fácil, contudo, todo planejamento está sujeito à mudança de rumo, porquanto, depende de nossas escolhas.

Podemos seguir o que foi planejado no plano dos Espíritos, como podemos, entorpecidos pelos sentidos da carne, adentrarmos outros caminhos.

Então, como lograr êxito em nossa jornada terrena se não cumprimos o que nos foi traçado outrora, no plano espiritual? Afinal, se optamos por outros caminhos que não os estudados e planejados, nossas chances de sucesso ficam mais difíceis.

Sim, podem até ficar mais difíceis, mas não impossíveis, a saída do que foi planejado não quer dizer fracasso existencial.

Entretanto, há em toda essa história um ingrediente que faz a diferença em nosso favor: o auto conhecimento!

Auto conhecimento que está explícito na codificação da Doutrina Espírita, mais precisamente na questão de nº 919, de “O livro dos Espíritos”, onde os benfeitores indicam o auto conhecimento como condição essencial para o sucesso nos palcos da vida.

Quem exercita o auto conhecimento sabe as virtudes que possui e limitações a superar.

E diga-se de passagem, conhecer as virtudes não quer dizer ser prepotente, mas sim saber as conquistas efetuadas, ou alguém duvida que temos muitas conquistas?

Sim, temos muitas virtudes, muitas habilidades que desenvolvemos ao longo de nossas existências. O grande problema é que muitos consideram que saber da existência dessas virtudes é se vangloriar.

Nada disso, isso é se auto conhecer, saber o que já foi conquistado. O que não pode é descambar aos excessos e idolatrar a própria figura, ou utilizar as conquistas efetuadas no campo da cultura, por exemplo, para constranger o semelhante, ai é outra história.

Quem se considera professor da vida, ser efetivamente pronto a ocupar digníssimo lugar ao lado do PAI, entra em marco passo existencial deixando de avançar pela simples razão de se considerar pronto. Somos todos seres em constante construção, inseridos em um incessante processo de aquilatar virtudes e superar limitações, contudo, é necessário conhecer as virtudes que faltam conquistar e as mazelas que se deve depurar.

É ilustrativo o caso do alcoolismo, uma doença que só é vencida quando o alcoólatra toma ciência de sua condição. Precisa o alcoólatra primeiro admitir que está doente, para depois vencer o vício. Enquanto o alcoólatra tenta se enganar, considerando que nada tem, persistirá doente por um simples motivo: ignorância!

Esse exemplo apenas demonstra a necessidade constante que temos de cultivar o auto conhecimento, nos estudando permanentemente para que não fiquemos a mercê de nossas mazelas.

E no quesito auto conhecimento, vale a pela lembrar Kardec, porquanto, se auto conhecia e sabia das virtudes que possuía, como também tinha plena ciência de que não era o único capaz de desempenhar o trabalho de organização da Doutrina Espírita.

E demonstra isso de maneira objetiva e segura, sem ares de superioridade que caracteriza o ser prepotente. Nos diz em “Obras Póstumas”, referindo-se a caridade: (...) “Certamente não me cabe fazer o inventário do bem que pude fazer; mas, num momento em que parece tudo esquecer-se, é-me muito permitido, creio, chamar à minha lembrança que a minha consciência me diz que não fiz mal a ninguém, que fiz todo o bem que pude, e isso o repito sem ostentação; sob esse aspecto, a minha consciência está tranqüila” (...)

E na mesma obra acima citada, extraímos outra prova de auto conhecimento que possuía o codificador, que não se considerava insubstituível, deixando explícito que uma obra gigantesca como o Espiritismo, não fica subordinada à apenas um homem, prova cabal da magnitude divina: (...) “Não tenho a pretensão de ser o único ser indispensável; que Deus é muito sábio para fazer repousar o futuro de uma doutrina, que deve regenerar o mundo, sobre a vida de um homem; que, aliás, sempre me foi dito que a minha tarefa era constituir a Doutrina, e que me será dado o tempo necessário” (...)

Na família, na sociedade, no trabalho e nas atividades voluntárias que desempenhamos, somos todos importantes, contudo, não insubstituíveis. Ter consciência da condição de eternos alunos da vida é o segredo para que não estagnemos na prepotência, nem nos afundemos nas obscuras águas da falta de confiança em nós mesmos. Todos temos virtudes, é importante saber disso. Todos temos limitações, e é mais importante ainda não ignorá-las, para que cumpramos fielmente os desígnios do criador, que almeja a todos um futuro promissor.

Pensemos nisso.

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(*) Wellington Balbo, nasceu em 1976 e milita no C.E. Joana D’arc, em Bauru - SP. Realiza um trabalho na área da literatura espírita onde tem artigos e textos publicados em vários jornais espíritas e sites, tais como:
www.seef.org.br / www.feal.org.br / www.jornaldosespiritos.com / www.ger.org.br / www.pintoresfamosos.com.br - Artigos não espíritas / Correio Fraterno do ABC / O Idealista – USE Jaú / Jornal  Verdade e Luz – USE Ribeirão Preto. / www.orsonpcarrara.rg3.net

Momento de Reflexão - Nossa Vida Mental

 

 

As almas ingressam nas responsabilidades que procuram para si mesmas.

Segundo talhamos o nosso perfil moral, angariamos os favores das oportunidades de serviço diante das Leis Universais.

Ninguém foge aos estigmas da viciação com que sulca a estrutura da própria vida.

Paz significa vitória da mente sobre os seus próprios atributos.

Resguardemos, assim, a vida mental, na certeza de que o teor da nossa meditação condiciona a altura da nossa tranqüilidade.

Nada ocorre conosco sem resultado específico.

Teimosia no erro - conta agravada.

Ausência de disciplina - débito permanente.

Remorso - aviso da consciência.

Multiformes ocorrências no mundo interior anunciam constantemente o clima de nossa escolha.

A tempestade é precedida dos indícios inequívocos que lhe configuram a extensão.

De igual modo, através da análise real de nós mesmos, encontramos o exato esboço das futuras experiências. À vista disso, ante a luz do Evangelho, ninguém desconhece a essência do destino que se lhe desdobra ao porvir.

A justiça da Lei tem base na matemática. E quem possui parcelas determinadas pode ajuizar perfeitamente quanto à soma daquilo ou disso.

Entrega-te, pois, a novos haustos de esperança e supera as próprias limitações, atendendo aos apelos do amor que ecoam da Altura.

Reúne humildade e serviço, simplicidade e perdão, estudo e caridade, bondade e tolerância, no esforço de cada dia, e com, semelhantes, fragmentos de amor e luz levantarás o templo divino de tuas mais belas aspirações, diante da Eternidade.

ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

APRENDENDO A PERDOAR

"Se perdoardes aos homens as faltas que eles fazem contra vós, vosso Pai celestial vos perdoará também vossos pecados, mas se não perdoardes aos homens quando eles vos ofendem, vosso Pai, também, não vos perdoará os pecados.".(Cap. X, item 2,ESE)

Nosso conceito de perdão tanto pode facilitar quanto limitar nossa capacidade de perdoar. Por possuirmos crenças negativas de que perdoar é "ser apático" com os erros alheios, ou mesmo, é aceitar de forma passiva tudo o que os outros nos fazem, é que supomos estar perdoando quando aceitamos agressões, abusos, manipulações e desrespeito aos nossos direitos e limites pessoais, como se nada tivesse acontecendo.

Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais, não é fingir que tudo corre muito bem quando sabemos que tudo em nossa volta está em ruínas. Perdoar não é "ser conivente" com as condutas inadequadas de parentes e amigos, mas ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor incondicional. Portanto, é um "modo de viver".

O ser humano, muitas vezes, confunde o "ato de perdoar" com a negação dos próprios sentimentos, emoções e anseios, reprimindo mágoas e usando supostamente o "perdão" como desculpa para fugir da realidade que, se assumida, poderia como conseqüência alterar toda uma vida de relacionamento.

Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real é manter-nos a uma certa "distância psíquica" da pessoa-problema, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais que giram constantemente no nosso psiquismo, porque estamos engajados emocionalmente nesses envolvimentos neuróticos.

Ao desprendermo-nos mentalmente, passamos a usar de modo construtivo os poderes do nosso pensamento, evitando os "deveria ter falado ou agido" e eliminando de nossa produção imaginativa os acontecimentos infelizes e destrutivos que ocorreram conosco.

Em muitas ocasiões, elaboramos interpretações exageradas de suscetibilidade e caímos em impulsos estranhos e desequilibrados, que causam em nossa energia mental uma sobrecarga, fazendo com que o cansaço tome conta do cérebro. A exaustão íntima é profunda.

A mente recheada de idéias desconexas dificulta o perdão, e somente desligando-nos da agressão ou do desrespeito ocorrido é que o pensamento sintoniza com as faixas da clareza e da nitidez, no processo denominado "renovação da atmosfera mental".

É fator imprescindível, ao "separar-nos" emocionalmente de acontecimentos e de criaturas em desequilíbrio, a terapia da prece, como forma de resgatar a harmonização de nosso "halo mental". Método sempre eficaz, restaura-nos os sentimentos de paz e serenidade, propiciando-nos maior facilidade de harmonização interior.

A qualidade do pensamento determina a "ideação" construtiva ou negativa, isto é, somos arquitetos de verdadeiros "quadros mentais" que circulam sistematicamente em nossa própria órbita áurica. Por nossa capacidade de "gerar imagens" ser fenomenal, é que essas mesmas criações nos fazem ficar presos em "monoidéias". Desejaríamos tanto esquecer, mas somos forçados a lembrar, repetidas vetes, pelo fenômeno "produção/conseqüência".

Desligar-se ou desconectar-se não é um processo que nos torna insensíveis e frios como criaturas totalmente impermeáveis às ofensas e críticas e que vivem sempre numa atmosfera do tipo "ninguém mais vai me atingir ou machucar Desligar-se quer dizer deixar de alimentar se das emoções alheias desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de hipnoses magnéticas, de alucinações íntimas, de represálias, de desforras de qualquer matiz ou de problemas que não podemos solucionar no momento.

Ao soltarmo-nos vibracionalmente desses contextos complexos, ao desatar-nos desses fluidos que nos amarram a essas crises e conflitos existenciais, poderemos ter a grande chance de enxergar novas formas de resolver dificuldades com uma visão mais generalizada das coisas e de encontrar, cada vez mais, instrumentos adequados para desenvolvermos a nobre tarefa de nos compreender e de compreendermos os outros.

Quando acreditamos que cada ser humano é capaz de resolver seus dramas e é responsável pelos seus feitos na vida, aceitamos fazer esse "distanciamento" mais facilmente, permitindo que ele seja e se comporte como queira, dando-nos também essa mesma liberdade.

Viver impondo certa "distância psicológica" às pessoas e às coisas problemáticas, seja entes queridos difíceis seja companheiros complicados, não significa que deixaremos de nos importar com eles, ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim que viveremos sem enlouquecer pela ânsia de tudo compreender, padecer, suportar e admitir.

Além do que, desligamento nos motiva ao perdão com maior facilidade, pelo grau de libertação mental, que nos induz a viver sintonizados em nossa própria vida e na plena afirmação positiva de que "tudo deverá tornar o curso certo, se minha mente estiver em serenidade".

Compreendendo, por fim, que, ao promovermos "desconexão psicológica", teremos sempre mais habilidade e disponibilidade para perceber o processo que há por trás dos comportamentos agressivos, o que nos permitirá não reagir da maneira como o fazíamos, mas olhar "como é, e como está sendo feito" nosso modo de nos relacionar com os outros. Isso nos leva, conseqüentemente, entender a "dinâmica do perdão".

Uma das mais eficientes técnicas de perdoar é retomar o vital contato com nós mesmos, desligando-nos de toda e qualquer "intrusão mental", para logo em seguida buscar uma real empatia com as pessoas. Deixamos de ser vítimas de forças fora de nosso controle para transformarmo-nos em pessoas que criam sua própria realidade de vida, baseadas não nas críticas e ofensas do mundo, mas na sua percepção da verdade e na vontade própria.

 

(De “Renovando atitudes”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed)

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Momento de Reflexão - Eu estou certo

 

 

Por que queremos sempre ser os donos da verdade?

Por que nossas ideias precisam sempre prevalecer?

Será que precisamos vencer todas as discussões que travamos?

Dale Carnegie, escritor e orador americano, autor do best seller: Como fazer amigos e influenciar pessoas, narra uma experiência particular muito rica.

Conta ele:

Certa noite, estava num banquete dado em honra a um homem muito importante.

Durante esse banquete, um outro homem que estava sentado ao meu lado contou um caso que girava em torno da seguinte afirmativa: “Há uma Divindade que protege nossos objetivos, traçando-os como os desejamos.”

Ele mencionou que tal frase era da Bíblia.

Enganara-se. Eu sabia disso. Sabia, e com toda a certeza. Não podia haver a menor dúvida a respeito.

E assim, para conseguir um ar de importância e demonstrar minha superioridade, tornei-me um importuno e intrometido encarregando-me de corrigi-lo.

Acionou suas baterias. “Quê? De Shakespeare? Impossível! Absurdo! Essa frase era da Bíblia.” E ele conhecia.

O homem que narrava o caso estava sentado á minha direita, e o senhor Frank Gammond, meu velho amigo, à minha esquerda.

O Sr. Gammond havia dedicado anos ao estudo de Shakespeare. Assim, o narrador e eu concordamos em submeter a questão ao Sr. Gammond.

Este escutou, cutucou-me por baixo da mesa e disse: “Dale, você está errado. O cavalheiro tem razão, a frase é da Bíblia.”

De volta para casa, disse ao Sr. Gammond: “Frank, eu sei que a frase é de Shakespeare.”

“Sim, naturalmente”, respondeu. “Hamlet, ato V, cena 2. Mas nós éramos convidados numa ocasião festiva, meu caro Dale.

Por que provar a um homem que ele estava errado? Isso iria fazer com que ele gostasse de você? Por que não evitar que ele ficasse envergonhado?

Não pediu sua opinião. Não a queria. Por que discutir com ele? Evite sempre um ângulo agudo.”

O homem que me disse isso ensinou-me uma lição inesquecível. Eu não só tinha embaraçado aquele contador de estórias, como também o meu amigo.

Teria sido muito melhor se eu não tivesse sido argumentativo.

*   *   *

A necessidade de sermos aceitos num grupo, de mostrar o que sabemos, muitas vezes nos coloca em situações desagradáveis.

Somos descorteses e inconvenientes, querendo provar um ponto de vista com veemência, apenas para que todos percebam como eu estava certo.

Será que o mais importante nessas conversas é estar certo ou ser polido, fraterno com a outra pessoa?

Por que nossas ideias precisam sempre prevalecer?

Eis o orgulho disfarçado de sapiência, de eloquência, esquecendo que o amor nos faz querer ajudar o outro, em toda oportunidade, e nunca desmerecê-lo.

Pensemos sobre isso, e nas conversações lembremos de dar espaço ao outro, de procurar exaltar as qualidades do próximo, sendo polidos e amáveis em toda oportunidade.

A caridade tem mais nuances do que se pode imaginar...

Redação do Momento Espírita com base no cap. I, pt. III, do livro

Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie,

ed. Companhia Editora Nacional.

Em 01.12.2009

Perseverar

 

Sabendo da dificuldade que há no exercício do perdão, Pedro, o Apóstolo, pergunta a Jesus quantas vezes é necessário tal exercício, em relação ao próximo.

A resposta de Jesus convida-nos a um exercício constante, pois que o Mestre propõe que o perdão seja exercitado infindas vezes, representado na expressão de setenta vezes sete vezes.

O que Jesus dá a entender com essa expressão é que bons hábitos, assim como os menos nobres, se incorporam no nosso cotidiano através da insistência, da repetição, do exercício contínuo.

Alguém que consiga perdoar quatrocentos e noventa vezes, como aconselha Jesus, certamente, já terá incorporado o hábito de tal forma, que difícil lhe será não perdoar nas oportunidades seguintes.

Assim se dá com todos os hábitos saudáveis, positivos, bons, que queremos incorporar na nossa intimidade emocional.

Ninguém se transforma do dia para a noite, nem se santifica em breves momentos, apenas porque aceitou conceitos novos ou amadureceu valores de uma forma positiva.

Qualquer pessoa que decida se tornar melhor, precisa de uma companheira inseparável: a persistência.

Imagine-se querendo libertar-se da dependência do tabaco. Por mais que a decisão esteja tomada, por mais que o auxílio médico e terapêutico seja requisitado, sem a persistência no intento, não haverá sucesso.

Com os maus hábitos morais ocorre da mesma forma. Se desejamos nos tornar uma pessoa menos egoísta, ou menos orgulhosa, ou ainda, se o que nos incomoda é o fato de sermos muito arrogantes e gostaríamos de mudar a forma de agir, a persistência nos será desejada companheira.

Toda mudança exige esforço, energia, investimento. E é natural ainda que, ao percorrer a estrada para novos rumos, aconteçam tropeços, sintamo-nos um pouco perdidos ou, às vezes, até uma pontinha de arrependimento... Afinal, antes era tão mais fácil, pensamos...

Nesses momentos, a perseverança será a ferramenta a nos empurrar à frente, a nos estimular o continuar da marcha, a dar a coragem para insistir no processo de mudança, de melhoria, de vir a ser.

Sempre haverão aqueles a nos desestimular o progresso. Pigmeus morais que o são, não tendo coragem de mudar a si, se incomodam em ver que outros se esforçam, tentam melhorar.

Como não têm coragem de fazê-lo, não querem que outros o façam.

* * *

Não nos deixemos levar pelo pessimismo de uns ou pelo desencorajamento de outros.

Toda mudança para melhor é desejo de Deus para conosco, pois como nosso Pai, deseja o melhor para Seus filhos. Mas como Pai amoroso, sabe que deve partir de cada um de nós a iniciativa e o esforço para sermos melhores.

Persistir no bem, insistir no esforço da melhora pessoal para que o bem ganhe espaço em nossa intimidade é investimento sábio a que todos devemos nos dispor, o quanto antes.

Somente através do esforço pessoal e individual é que conseguiremos trilhar o caminho para a construção da felicidade em nossa intimidade, quando sentimentos de baixa conta cederão espaço para luz e paz na nossa estrutura emocional.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CONQUISTA ÍNTIMA

 

Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio

adequado que lhes patrocine a cura.

E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis, é um deles, pedindo o especifico da calma que a desterre do mundo

íntimo.

Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito?

Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso

igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os

princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação.

Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio, é instrumento de teste para avaliação de nosso

próprio aproveitamento.

Aprenderemos, por fim, que diante da crítica estamos convocados à demonstração de benevolência, diante da censura é

preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar esperança; ante a condenação, somos

indicados à benção, e que renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a

servi-lo.

Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua,

para a aquisição de calores eternos no terreno do espírito.

É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais

constrangedoras da vida, estamos todos nós, no justo momento de conquistá-la.

Espírito: EMMANUEL

Médium: Francisco Cândido Xavier

Livro: "Rumo Certo" - EDIÇÃO FEB

Por que a Terra não será destruída em 2012

 

Filme 2012 – O dia do juízo final

Gerson Simões Monteiro

O filme 2012 – O dia do juízo final  produzido em 2008 nos Estados Unidos, é na verdade mais uma tentativa de se criar uma onda de terrorismo psicológico através do suposto fim do mundo. Nessa onda, exploram-se sem fundamento as profecias relativas às transformações pelas quais a Terra está passando para ingressar em uma Nova Era.

Segundo um amigo, os produtores desse filme usaram as profecias Maias tentando “cristianizá-las”, mas esqueceram-se de que, quando tais profecias foram concebidas, aquele povo nem tinha ouvido falar de Jesus, muito menos pensava em acreditar em um único Deus. Como o ano 2000 já se foi, e não se pode mais explorar a falsa profecia da Bíblia – “de mil passarás, de dois mil não passarás” – agora surge um filme que procura reativar o tema catastrófico, embora não haja nenhuma citação a respeito nem no Velho nem no Novo Testamento.

A escolha da data 
Na verdade, a nova data para o mundo acabar, o dia 21 de dezembro de 2012, é apenas uma jogada de marketing para o lançamento do referido filme. Ela foi estabelecida no calendário Maia, um calendário que principia a contagem do tempo em 11 de agosto do ano 3114 a.C., ou seja, antes mesmo das datações arqueológicas dessa misteriosa civilização. De acordo com aquelas datações, os Maias floresceram entre 1800 a.C. e 1450 d.C., em um vasto território que inclui regiões das Américas Central e do Sul, onde as ruínas de suas cidades e pirâmides monumentais resistem ao tempo.

Os Maias são reconhecidos por seu avançado conhecimento de astronomia e pela precisão de seus diferentes calendários, como o calendário anual solar, com 365 dias, chamado Haab. Outro desses calendários, o de “longa contagem”, foi desenvolvido para computar extensos períodos de tempo ou ciclos, de 5.125 anos. Foi com base nesse calendário de longos ciclos que se estabeleceu a tradição da profecia Maia do fim dos tempos.

Ora, as profecias Maias, pelo visto, estão de acordo também com o que ensina a Doutrina Espírita a respeito não do fim físico do nosso planeta, mas do surgimento de uma Nova Era, quando a Terra passará, na escala dos mundos habitados, de Mundo de Expiações e Provas (segunda categoria), para Mundo de Regeneração (terceira categoria).

Já estamos em 2014
Porém, precisamos considerar que já estamos no ano 2014, de acordo com a revelação mediúnica transmitida por Chico Xavier, em 1937, posteriormente ratificada através de conceituados cientistas e teólogos, que se basearam nos estudos e pesquisas históricas relacionados a seguir:
1o) Quando Jesus nasceu numa obscura colônia do Império Romano, a Palestina, uma estreita faixa de terra no fundo do Mediterrâneo, o imperador romano era César Otávio Augusto. E no mundo de César, os anos eram contados pelo calendário romano. Assim, o ano 1 era o da fundação de Roma.

Os anos seguintes eram assinalados com a abreviatura A. U. C., da expressão “Ab Urbe Condita” (Desde a Fundação de Roma). Somente no século VI, bem depois de Constantino (com o Edito de Milão no ano 313) conceder a liberdade de culto aos cristãos, é que foi estabelecido o calendário cristão. Foi então que, no ano 525, o monge Dionísio, o Pequeno, procurou estabelecer o ano da Era Cristã, em relação ao calendário romano “Ab Urbe Condita”. E, por seus cálculos, fixou o ano da fundação de Roma como sendo 754 antes de Cristo.

Contudo, a revelação feita pelo Espírito Humberto de Campos, em 1935, por intermédio da psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 15 do livro Crônicas de Além-Túmulo, editado pela FEB em 1937, registra o erro histórico cometido por aquele monge católico e sua devida correção, ao relatar o seguinte diálogo, travado no mundo espiritual, entre o Cristo e seu discípulo João, o Evangelista:

– João – disse-lhe o Mestre –, lembras-te do meu aparecimento na Terra? – Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de Frei Dionísio, que, calculando no século VI da era cristã, colocou erradamente o vosso natalício em 754.

2o) É importante frisar que a revelação, trazida por intermédio de Chico Xavier, foi confirmada posteriormente pelo historiador e professor de História Antiga no New College, de Oxford, Robin Lane Fox, que em seu livro Bíblia – Verdade e Ficção, lançado em 1993, confirma esse erro de cálculo da data de nascimento de Jesus, calcado em vários documentos da época e nos fatos narrados pelos evangelistas, fatos esses postos em aparente contradição na perspectiva fundamentada no calendário romano.

3o) Esse mesmo pensamento é defendido pelo professor Charles Perrot, do Instituto Católico de Paris, em entrevista à revista Le Point:

[...] segundo um amplo consenso de exegetas, o ano de nascimento de Jesus deveria situar-se um pouco antes da morte de Herodes, O Grande. Ora, segundo os dados numismáticos, astronômicos e, sobretudo textuais, Herodes deve ter morrido no dia 11 de abril do ano 4 a.C. [...] O nascimento de Jesus terá sido provavelmente entre os anos 6 e 7 a.C. [...].

4o) Também o professor e padre John P. Meier, que leciona o Novo Testamento na Universidade Católica da América, em Washington, escreveu no The New York Times, no dia 21 de dezembro de 1986, que Cristo deve ter nascido por volta de 6 a 4 a.C.;

5o) Em nosso país, o astrônomo Ronaldo Rogério Mourão de Freitas, do Observatório Nacional, divulgou no Jornal do Brasil de 4/1/1982 que Frei Dionísio, o Pequeno, em 525, encarregado pelo Papa de organizar o calendário cristão a partir da vinda de Jesus à Terra, arbitrou o ano de 754 da Era Romana para o seu nascimento. Mas, pelas pesquisas realizadas sobre o assunto, ele chegou à conclusão de que o aparecimento do Cristo em nosso mundo se deu no ano 749 da fundação de Roma.

A Nova Era
Ora, diante de todas essas evidências, podemos concluir, sem margem de dúvida, que o ano 2012 já passou, ou seja, já estamos em pleno 2014 e a Terra não foi destruída, conforme a previsão divulgada de que o mundo acabaria no dia 21 de dezembro de 2012.

Convém ainda esclarecer que o termo “fim”, empregado nas palavras proféticas de Jesus – “Quando o Evangelho for pregado em toda a Terra, é então que chegará o fim” (Mateus, 24:14) – está relacionado com a ideia de tempo e não com a de espaço,  exatamente a mesma ideia do calendário de longos ciclos dos Maias. Portanto, Jesus se referiu ao fim de uma Era, não ao fim do mundo físico. E isto é lógico, pois quando as criaturas humanas estiverem evangelizadas haverá o fim da violência, das lutas fratricidas, do narcotráfico, das balas perdidas, das seleções étnicas e de todo o mal que ainda perdura no coração do homem.

E convenhamos: seria racional Deus acabar com o nosso planeta, quando as criaturas humanas estivessem vivendo plenamente a mensagem do Evangelho? E se Deus é a Justiça Suprema, a destruição do mundo seria então o prêmio prometido por Jesus aos mansos e pacíficos, que ao longo dos séculos se esforçaram para implantar na Terra o seu reino de amor e de paz? É claro que não! Deus é Justo!

 

Fonte: O Reformador - Janeiro 2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PONDERAÇÃO

girassois 

Pondera a vereda dos teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.

Pv. 4:26

 

Toda avaliação é útil desde que não atinja a censura em se referindo aos outros, mas a advertência conosco mesmo, deve ser enérgica e decidida. Se não tiveste forças para disciplinar os teus maus pendores, cuida urgentemente de não os anunciar, pois o verbo em desalinho castigar-te-á mais ainda.

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Considera o que vais falar ao próximo: a tua palavra, desconhecendo a educação, pode feri-lo e, por vezes, ele não está preparado para o perdão. Quem não medita no que fala, pode ouvir o que não quer, ficando devendo, na escrita divina, o que fez.

***

Procura examinar as tuas idéias nas conversações com os teus companheiros e faze uma seleção como se estivesse preparando a tua comida. Se a tua palavra for agradável, otimista e educativa, deixará esperança nos corações que te ouvirem.

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Quando lembrar do teu irmão, sozinho ou acompanhado, esquece suas fraquezas e comenta as virtudes que ele se esforça por conquistar. Se fores cego aos direitos dos outros, coloca-te no lugar dele.

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Ponderação é acerto, é a procura do acertar e, nessa busca, Deus te ajuda pelas linhas do teu próprio esforço.

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Mede o que tua boca se propõe a falar e corrige antes que o verbo seja ouvido, porque depois de anunciado somente existe um recurso muito raro entre as almas: o perdão.

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Pensa bem na importância dos teus diálogos, pois eles mostrarão aos outros o que verdadeiramente és. Quem conhece a ciência da palavra, conhece a ciência de viver.

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Se queres que os outros falem bem de ti, faze o mesmo com relação a eles.

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(Do livro “Gotas de Ouro”, de João Nunes Maia, Espírito Carlos)

girassois

TEMPO DE HOJE

 

“...Andai enquanto tendes luz...” – JESUS – JOÃO, 12:35.

“Chamado a prestar contas do seu mandato terreno, o Espírito se apercebe da continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou de passagem, o pensamento dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar mais.” – Cap. XX, 3. (O Evangelho segundo o Espiritismo)

 

Hoje é o tema fundamental nas proposições do tempo.

Ontem, retaguarda. Amanhã, porvir.

Hoje, no entanto, é a oportunidade adequada a corrigir falhas havidas e executar o serviço à frente... Dia de começar experiências que nos melhorem ou reajustem; de consultar essa ou aquela página edificante que nos iluminem a rota; de escrever a mensagem ao coração amigo que nos aguarda a palavra a fim de reconfortar-se ou assumir uma decisão; de promover o encontro que nos valorize as esperanças; de estender as mãos aos que se nos fizeram adversários ou de orar por eles se a consciência não nos permite ainda a reaproximação!...

*

Quantas mágoas se converteram em crimes por não havermos dado um minuto de amor para extinguir o braseiro do ódio! Quantos pequeninos ressentimentos se transfiguraram em separações seculares, nos domínios da reencarnação por não termos tido coragem de exercer a humildade por meia hora!

Analisa a planta que se elevou nos poucos dias em que estiveste ausente, reflete no prato que se corrompeu durante os momentos breves em que te distanciaste da mesa!...

Tudo se transforma no tempo.

No trecho de instantes, deslocam-se mundos, proliferam micróbios.

O tempo, como a luz solar, é concedido a nós todos em parcelas iguais; as obras é que diferem, dentre dele, por partirem de nós.

Observa o tempo que se chama hoje. Relaciona os recursos de que dispões: olhos que vêem, ouvidos que escutam, verbo claro, braços e pernas úteis sob controle do celebro livre!...

Ninguém te impede fazer do tempo consolação e tranqüilidade, exemplo digno e conhecimento superior.

O próprio Jesus atribuía tamanha importância ao tempo que não se esqueceu de glorificar a última hora dos seareiros da verdade que se decidem a trabalhar.

Aproveita o dia corrente, faze algo melhor.

Hoje consegues agir e pensar, comandar e seguir, sem obstáculos. Vale-te, assim, do momento que passa e toma a iniciativa do bem, porque o tempo é concessão do Senhor e amanhã a bondade do Senhor poderá modificar-te o caminho ou renovar-te os programas.

*

(De “Livro da Esperança”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Razões da Vida

Indagas, muita vez, alma querida e boa:

- "Meu Deus, por que essa dor que me atormenta o ser?"

E segues, trilha afora, em pranto oculto,

De sonho encarcerado, a lutar e a sofrer.

Anelas outro clima, outro lar e outros rumos,

Entretanto, o dever te algema o coração dorido

Ao campo de trabalho que abraçaste,

Atendendo, na Terra, a divino sentido.

Antes de renascer, os seres responsáveis

Notam as próprias dívidas quais são

E suplicam a Deus lhes conceda no mundo

Caminho que os leve à redenção.

Não recalcitres, pois, contra os próprios encargos

Que te parecerem fardos de problemas,

Encontras-te no encalço da conquista

De bênçãos imortais e alegrias supremas.

A lágrima que vertes padecendo

Longas tribulações  entre lutas e crises

É um remédio da vida  em nossos olhos,

Que nos faculte ver os irmãos infelizes.

O abandono dos seres que mais amas

Criando-te a aflição em que choras e anseias.

É um curso de lições em que aprendemos

Quanto custam na estrada as angústias alheias.

Familiares que te contrariam

Trazem-nos a lembrança os gestos rudes

Com que outrora ferimos entes caros

No fel de nossas próprias atitudes.

Afeição de outras eras que descubras

Querendo-lhe debalde a presença e a união,

É instrumento de amor que te inspira a renúncia

Para o trabalho da sublimação.

A experiência humana é breve aprendizado

E essa tribulação que te fere e domina

É recurso dos Céus, em nosso amparo,

Zelo, defesa e luz da Bondade Divina.

Sofre sem reclamar a prova que te coube,

Mesmo que a dor te espanque  atingindo apogeus...

E, um dia, exclamarás, ante os sóis de outra vida:

-       "Bendita seja a Terra!... Obrigado  meu Deus!..."

 

(De “A vida conta”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria Dolores)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A Grande Transição

Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.
O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.
Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.
Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.
Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.
Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.
Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à felicidade.
Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.
Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis.
A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.
Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...
A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade....
Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição.
A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.
Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.
A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis conseqüências, que se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espículos venenosos.
Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.
A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.
Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança.Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.
O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.
Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.
O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.
Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade.
Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.
A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.
As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.
Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.
A dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.
Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ).

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

LUZ REDENTORA

 

 

Sobre a Terra de sombra e de amargura,
A treva espessa e triste se fizera...
A ciência e a fé, nas asas da quimera,
Mais se afundavam pela noite escura.

A alma humana de então se desespera.
E eis  que das luzes místicas da altura
Desce outra luz, confortadora e pura
De que o mundo infeliz se achava à espera.

E Kardec recebe-a sobre o abismo,
Espalhando as lições do Espiritismo,
Em claridades de consolação.

Emissário da luz e da verdade,
Entrega ao coração da humanidade
A Doutrina de Amor e Redenção.

Casimiro Cunha

(De “Lira Imortal”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos)

EVANGELHO E EDUCAÇÃO

 

 

Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.

Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.

Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.

Prosperava a instrução, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.

O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.

A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.

Homens de consciência enobrecida, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.

Os pais podiam vender os filhos.

Era razoável cegar os vencidos e aproveitá-los em serviços domésticos.

As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.

Enfermos eram sentenciados ao abandono.

As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.

Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.

Qualquer tirano desfrutava o direito de reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.

Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.

Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo  natural dos costumes.

Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.

Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando perdão celeste para aqueles que o vergastavam e feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.

Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.

Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.

Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.

Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.

Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.

Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.

Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.

Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.

Nova mentalidade surge na Terra.

O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.

A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: — "meu irmão".

 

(De “Roteiro”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

PORTA ESTREITA

"Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão." - Jesus. (LUCAS, 13:24.)

Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na "porta estreita" a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.
Reconhece a necessidade do sofrimento purificador. Anseia pelo sacrifício que redime. Exalta o obstáculo que ensina. Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.
Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.
Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as "portas largas" por onde transitam as multidões.
Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.
Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal. Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.
E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.
Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.
"Ah! se fosse possível voltar!..." — pensam todos.
Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!... com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros! ...
Mas... é tarde. Rogaram a "porta estreita" e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas "portas largas", volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.

 

(De “Vinha de Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VENCEDORES

 

Sejam quais forem as tribulações da vida em que te encontres...

Se tens a estrela da confiança sob as nuvens pesadas do sofrimento...

Diante de conflitos que te pareçam calamidades, arrasando-te a vida...

À frente de provas que mais se te figuram conspirações das trevas, aniquilando-te o ser...

Se incompreensões de criaturas queridas te colocaram em labirintos de pranto...

Quando te venha a idéia de eu todo te falta, ainda mesmo os recursos indispensáveis à própria subsistência...

Ante a presença da morte, ao subtrair-te a presença de pessoas queridas...

Nas enfermidades que te segreguem nos tratamentos difíceis e dolorosos...

No centro de problemas que se te revelem insolúveis...

Quando os seres amados se entreguem à descrença, ridicularizando-te a fé...

Ante as lutas da vida, quando o mundo te imponha ao espírito o gosto amargo da solidão e da derrota...

***

Ergue o pensamento a Deus e confia em Deus, porque Deus não te abandona e tomará tuas aflições e tuas lágrimas para alimentar com ela a luz da esperança, porque, quase sempre,é com a luz da esperança dos aparentemente vencidos que Deus ilumina o caminho dos vencedores que estão sempre agindo e servindo na construção do Mundo Melhor.

Do livro Momentos de Ouro.

Emmanuel

Psicografia de Frâncico Cândido Xavier.

O Espírita deve ser

O Livro dos Espíritos – Questão 843

O Espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes.

Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura.

Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros.

Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifluidade, incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão.

Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem.

Claro, mas não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.

Franco, mas não insolente, ferindo os outros.

Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza.

Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra.

Calmo, mas não tão sossegado que se afogue em preguiça.

Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio.

Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se.

Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.

“Conhece-te a ti mesmo” — diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.

André Luiz (Waldo Vieira)

(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos espíritos Emmanuel e André Luiz)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Recomeço

Na natureza, o processo de renovação ocorre de forma cíclica.

As estações do ano se sucedem.

Na gradual alternância entre frio e calor, a vida se renova.

Algumas espécies vegetais sobressaem-se e vicejam em determinadas épocas do ano.

Depois saem de cena e dão lugar a outras.

Há animais que hibernam no inverno e apenas vivem ativamente durante o verão.

Os hábitos de boa parte deles apresentam diferenças conforme a época do ano.

Sempre há na natureza um certo frescor que decorre desse bailado renovador.

Os homens também sentem necessidade de renovação.

No princípio de um novo ano, são comuns as promessas de modificação do próprio comportamento.

Surgem projetos de dietas, economias, estudos e dedicação a diversos objetivos.

Tem-se aí o desejo de romper com a inércia ou com velhos hábitos nocivos.

Entretanto, muitas vezes o que se fez ou não se fez, o que se calou ou o que se disse parece irremediável.

Nem sempre é fácil voltar sobre os próprios passos e refazer o passado.

Padrão de comportamento mais nobre para o futuro sempre pode ser adotado.

Mas algumas conseqüências dos atos praticados se afiguram incontornáveis.

Quem não deu atenção a pais idosos e enfermos vê-se em dificuldades para reparar a falta, após a morte deles.

A traição entre esposos costuma deixar tristes marcas na intimidade.

Mesmo que eles permaneçam juntos, a relação pode adquirir outro jeito de ser, menos espontâneo e feliz.

A calúnia que se lançou na vida do próximo dificilmente comporta total reparação.

O caluniado conviverá para sempre com as suspeitas que sobre ele foram lançadas.

Pais omissos que vêem os filhos nos caminhos do crime ou das drogas não vêem modo fácil ou eficaz de remissão.

Como recuperar a confiança do amigo a quem se faltou em momento de grande dor ou necessidade?

De fato, alguns atos apresentam conseqüências graves e inexoráveis.

A leviandade de um momento pode complicar uma vida.

Muitas vezes, ao refletir melhor sobre o que fez, o homem experimenta atroz arrependimento.

Desejaria poder voltar sobre os próprios passos e agir com dignidade.

Na velhice, quando as paixões e as ilusões diminuem, não raro surge a vontade de refazer muitas coisas.

A sabedoria Divina, atenta à fragilidade humana, providenciou um meio de amplo recomeço.

Trata-se da reencarnação, que permite o esquecimento das faltas cometidas e sofridas.

Ela tem a finalidade de viabilizar que as criaturas aprendam e se recomponham.

Ofendidos e ofensores do passado renascem no mesmo ambiente familiar ou social.

Mediante nova convivência, têm a oportunidade de reatar velhos laços e acertar antigas pendências.

Ciente disso, valorize e trate muito bem seus familiares, vizinhos e amigos.

Os que lhe parecem mais difíceis talvez tenham sido outrora prejudicados por você e guardem intuição do ocorrido.

Aproveite toda oportunidade de ser compreensivo, leal e bondoso.

As dificuldades de hoje representam a nova oportunidade que você desejou ardentemente no passado.

Não a perca!

Redação do Momento Espírita.