sábado, 31 de outubro de 2009

A missão de cada um

 

Invadiu-me certa vez uma inexorável perplexidade acerca do sentido da vida.

Decidi, então, peregrinar por este mundo em fora, para decifrar tão profundo enigma.

A todos os seres que encontrava propunha a questão.

À frondosa árvore, enraizada no centro de grande praça, supliquei que me revelasse sua verdadeira missão.

Explanou-me ela:

Em primeiro lugar, devo manter-me viva, forte, saudável, para melhor poder cumprir meu papel.

Em segundo, descobrir exatamente qual seja este papel.

E, por fim, desempenhá-lo diligentemente.

A mim cabe proteger os peregrinos que por aqui passam, nos tórridos dias de verão, ofertando-lhes minha generosa sombra.”

Segui adiante e deparei-me com um belo gato siamês.

Segredou-me ele que sua missão consistia em fazer companhia a uma velha senhora, ofertando a ela todo seu encanto e ternura.

Por muitos e muitos dias, por escabrosas veredas, feri meus pés à procura de respostas à pungente dúvida.

O esforço foi sobejamente recompensado. Mas eu sentia que era preciso ainda ouvir uma sábia opinião de um representante do gênero humano.

Finalmente, após fatigante busca, no alto de um outeiro, encontrei um sábio anacoreta, longas barbas brancas, olhar perdido no horizonte, a meditar...

Acolheu-me amavelmente. Após ouvir, todo paciência e atenção, meu relato e minhas súplicas, sentenciou gravemente:

Meu prezado buscador. Os sábios seres da natureza propiciaram a ti as respostas.

Já és possuidor do inefável segredo. Não obstante, mais posso aduzir:

Caso descobrires que és uma árvore, sejas realmente uma árvore; se fores um gatinho, não te constranjas em ofertar toda tua meiguice; e se um leão, coloca sempre toda tua energia em tudo que fizeres.

Enfim, é preciso descobrir teus verdadeiros talentos, aprimorá-los, produzir os melhores frutos, e então, ofertá-los generosamente.”

*   * *

Ninguém habita este planeta sem objetivo, sem finalidade maior.

Aquele que cultiva a terra realiza uma missão. Como aquele que governa ou que instrui.

tudo se encadeia na natureza. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a realização dos desígnios da Providência.

Cada um tem sua missão na Terra. Cada um pode ser útil para alguma coisa.

Desta forma, buscadores que somos, o que devemos encontrar é a nós mesmos, descobrindo depois no que podemos ser úteis.

Que habilidade temos? Quais são nossos talentos? O que podemos fazer pela comunidade ao nosso redor?

É tempo de descoberta e de ação. Cada dia na Terra é oportunidade única que não pode mais ser desperdiçada com as distrações e ilusões que criamos ao longo das eras.

Redação do Momento Espírita com base em texto do livro A magia das

palavras, de Ramiro Sápiras, ed. Recanto das letras e no item 573 de

O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.

Convite à palavra

gelts_stilllifes 

Com fúria e raiva acuso o demagogo
eo seu capitalismo das palavras.

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
que de longe muito longe um povo a trouxe
e nela pôs sua alma confiada.


De longe muito longe desde o início
o homem soube de si pela palavra
e nomeou a pedra, a flor, a água
e tudo emergiu porque ele disse.


Com fúria e raiva acuso o demagogo
que se promove à sombra da palavra
e da palavra faz poder e jogo
e transforma as palavras em moeda
como se fez com o trigo e com a terra.

*   *   *

Instrumento valioso é a palavra, doação Divina para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.

Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.

Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado do recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.

Fala-se muito por falar, matar-se o tempo.

A palavra, não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões.

No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras diluem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades.

Falando e lutando insistentemente, Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster ante a timidez, nos tempos hodiernos, na América do Norte...

Falando, heróis e santos reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para a era melhor.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre as nações inermes, transformando-as em ruínas, por onde passeavam as sombras dos sofrimentos humanos...

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa força da palavra.

De tal forma é importante, que os modernos governantes do mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as bases da diplomacia universal, visitando-se reciprocamente para conversar.

A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento luarizado pelo Evangelho.

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados de fel. Há quem sorria, embora chorando. Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio...

Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste.

*   *   *

Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te das próprias fraquezas.

Evita censura. A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.

Se desejas educar, reparar erros, não os abordes estando o responsável ausente.

Toda palavra rude, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.

Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia Divina e da sabedoria, a fim de que fales, e fales muito, o de que está cheio o coração.

Redação do Momento Espírita com citação do poema Com fúria e raiva, de Sophia de Mello Breyner Andresen, da obra O nome das coisas e do cap. 35  do livro Convites da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Momento de Reflexão: Viver com Jesus

gardenia-darlene-richardson 

Por volta de dois mil anos atrás viveu entre nós alguém que muito nos amava e que Se tornaria, indubitavelmente, nosso maior Modelo de vida.

Apesar da curta passagem como homem encarnado, Jesus deixou uma mensagem que cresceria através dos séculos. Hoje, numerosas religiões O têm como referência em quase todos os pontos da Terra.

Ele falou a todos sem distinção: pobres, ricos, poderosos, gente do povo. Não demonstrava preferências, escolhendo entre os Seus apóstolos pescadores sem instrução formal e homens letrados, como Mateus.

Escolheu entrar em casas de pessoas humildes de haveres materiais mas, também em casas de homens ricos, pois entendia que todos precisavam ouvir Suas palavras.

Valorizou as mulheres em uma época na qual elas eram consideradas uma posse dos pais ou dos maridos. Entre Suas seguidoras estavam Joana de Cusa, esposa de um homem do poder político da época e Maria Madalena, que mudou de vida ao conhecê-Lo.

Jesus usava ora palavras doces, ora linguagens figuradas, ora palavras mais duras. Recebeu, para dialogar, doutores da lei como Nicodemos a quem não negou ensinamentos.

Sua vida de pregação foi curta, mas Ele era um perfeito exemplo do que falava e, sem dúvida, isto impressionava a todos que O conheciam.

Em Seus últimos momentos não mostrou revolta ou desejo de vingança, ao contrário, pediu a Deus que perdoasse a todos, em uma imensa demonstração de amor.

Muitos dos primeiros cristãos, mesmo sem O terem conhecido diretamente, muito O amavam e não titubeavam em abdicar da vida física em nome Daquele a quem seguiam.

Joana de Cusa, no momento em que seria martirizada por meio do fogo, responde ao seu algoz que lhe perguntara se seu Mestre só a ensinara a morrer, dizendo que Ele também a ensinara a perdoar quem lhe tirava a vida.

*   *   *

Hoje, após tantos séculos, amar Jesus não nos faz correr riscos. Os tempos são outros.

Hoje, o grande desafio é viver conforme os ensinamentos de Jesus, em um mundo no qual vicejam o materialismo, o apego ao poder a qualquer custo e, no qual os valores morais parecem desconhecidos para muitos.

A decisão é pessoal: ninguém pode nos obrigar a segui-Lo, já não mais como apóstolos ou como mártires, mas como pessoas que valorizam a retidão moral e que sabem amar.

Sim, o grande ensinamento de Jesus foi o amor. Se amamos realmente a nós mesmos, não nos permitimos a autoagressão através dos vícios, sejam morais ou físicos. Se nos amamos, buscamos a educação moral e intelectual.

Se amamos nosso semelhante, nunca nos permitiremos a desonestidade, a raiva, a inveja e, muito menos, a indiferença.

Se amamos Jesus, buscamos a luz dentro de nós mesmos, compreendendo que viver é aprender a servir para o bem.

Não é difícil entender que para se viver com o Guia da Terra em experiência integradora, devemos desenvolver em nosso caráter o que existe de mais sóbrio, de mais lúcido e grandioso, engajando-nos na verdadeira educação.

*   *   *

Quando a educação do intelecto e do sentimento se constituir em uma rota bem aventurada para todos, a aproximação real com nosso Sublime Condutor se fará de maneira consciente, nobre e irreversível.

Reflitamos sobre Jesus e sobre a decisão de viver com Ele, na busca da felicidade real e duradoura!

  

Redação do Momento Espírita com base no cap. 22 do livro

Educação e vivências, pelo Espírito Camilo, psicografia

de Raul Teixeira, ed. Fráter.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Responsabilidade da palavra

lavanda 

Tivemos notícia de que um escritor americano travou, em determinada época, uma verdadeira batalha verbal com o diretor de um filme.

É que um amigo do escritor foi assassinado por um casal que se inspirou nos dois personagens psicopatas do filme daquele diretor.

Uma outra manchete nos dá ciência de que dois garotos de 11 anos aproveitaram um descuido da mãe de um menino de apenas dois anos e o levaram para um passeio.

Dias depois, o corpo do garotinho foi encontrado estraçalhado na linha do trem. Igualzinho ao filme que os dois haviam assistido, alguns dias antes, por diversas vezes.

Tais matérias nos levam a ponderar acerca da responsabilidade do que escrevemos, criamos e entregamos para divulgação.

Certamente, assuntos que defendamos, temas que veiculemos, promoverão pensamentos e atos nas pessoas que deles tomarem conhecimento.

Se fomentarmos a violência, a agressão, o desrespeito, naturalmente o que vierem as criaturas a realizar, em nome deles, é de nossa responsabilidade.

Por isso mesmo, advertiu Jesus: Seja o vosso falar sim, sim; não, não. O que quer dizer definir posições e assumir responsabilidades.

Nós somos responsáveis pelas imagens que projetamos nas mentes alheias. Se incentivarmos ao mal, este nos atingirá como Lei de Causa e Efeito, e o mesmo se dará se divulgarmos o bem.

Esmerarmo-nos, assim, na criação e divulgação de conceitos positivos, benéficos, em síntese, fará bem a nós mesmos.

Francisco de Assis, um dia, escreveu poemas de amor à natureza. Chamou de irmãos ao sol, à lua, às estrelas, à água.

Poderemos acaso aquilatar o quanto de serenidade semeou com tais versos?

Quantas criaturas, até hoje, transcorridos os séculos, os leem e repetem?

Somos tão responsáveis pelo que sai de nós que Jesus alertou para a gravidade da falta de alguém escandalizar a algum dos pequenos.

E pequenos não são somente as crianças mas nós, Espíritos ainda imersos na ignorância e com grandes facilidades de sintonizarmos com o mal.

Assim sendo, falemos o bem. Escrevamos o bem com as palavras simples que brotam do nosso coração afeiçoado ao bem.

Teçamos versos delicados que exaltem o belo, que falem de Deus, da ventura de viver, da imortalidade, da alegria de ser herdeiro do Universo.

*   *   *

Pela palavra e pelos exemplos Gandhi libertou um povo. Sua filosofia se baseava na não violência.

Pelos discursos e atos, um déspota infelicitou muitos povos.

Falamos de Hitler, que semeou desgraças em grande parcela da Humanidade.

Ambos viveram no mesmo século XX.

Redação do Momento Espírita com base noartigo

As notícias, da Revista O Espírita de jan/mar 97.

A FÉ E A PRECE

 

Há duas forças poderosas com as quais facilmente movimentamos as reservas fluídicas que o Senhor pôs à

nossa disposição. Estas duas forças, tanto mais potentes quanto mais manejadas, são a fé e a prece.

A fé deve ser uma fé racional, isto é, devemos saber por que é que temos fé. A fé racional se adquire pelo

estudo das leis divinas, consubstanciadas no Evangelho e nos ensinamentos do Espiritismo. Ter fé é ter

confiança em Deus; é saber que velando por nós, amparando-nos e protegendo-nos está a Providência Divina.

Ter fé é entregar o nosso destino ao Pai que está nos céus, certos de que tudo que ele nos der, dores e

alegrias, pobreza e riqueza saúde e doença, tudo é para nosso bem; porque tudo servirá para o aperfeiçoamento

de nossa alma.

Ter fé em Deus é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade. Ter fé é ter a certeza absoluta de

que nada de mal sucederá, se Deus não o permitir; e se ele permitir que nos sobrevenha algum mal é porque

o merecemos; se não o merecêssemos o mal não nos atingiria. A fé é uma força de atração: atrai sobre nós

o socorro divino e ajuda-nos a socorrer aqueles que solicitarem o nosso auxílio.

A prece é um ato de fé. Pela prece adoramos a Deus, agradecemo-lhe os favores que nos faz continuamente

e pedimo-lhe o de que necessitamos. A prece nos liga a Deus. Quando oramos, nosso pensamento, como

um raio luminoso, projeta-se pelo infinito e vai tocar as regiões de luz de onde nos chegam as bênçãos do

Senhor. A prece desenvolve, aumenta e fortifica a nossa fé. A fé depende da prece e a prece depende da fé;

é impossível separar uma da outra. A verdadeira prece se caracteriza pelos seguintes pontos: deve ser feita

com carinho e amor; deve ser um impulso espontâneo de nosso coração. Orar apenas com os lábios nada

significa; devemos sentir a nossa prece; é preciso que vivamos de acordo com ela; orar de um modo e viver

de outro é próprio dos hipócritas. Se pedimos ao Senhor que perdoe os nossos erros, devemos nós também

perdoar os erros dos outros.

Se pedimos ao Senhor que nos livre do mal, é nosso dever não praticar o mal. Se oramos ao Senhor que

não nos deixe cair em tentação, precisamos resistir a todas as tentações, quando elas se apresentarem em

nossa vida. Se rogamos ao Senhor que nos dê o pão nosso de cada dia, providenciemos para que não falte

o pão a nossos irmãos menos favorecidos, uma vez que isso esteja ao nosso alcance; porque a lei é esta:

- Aquilo que quiserdes para vós, isso mesmo fazei-o aos outros. Façamos nossa prece diária; depois vivamos

o resto do dia de modo tal que nossos atos, palavras e pensamentos sejam uma glorificação ao Senhor. Para

que a prece não se torne monótona e quase que automática pelo hábito, procuremos um motivo para orar;

é preciso que a prece tenha um objetivo. É facílimo encontrar motivos para nossas orações diárias; basta

repararmos ao nosso derredor e em nós mesmos; por exemplo: sabemos que há discórdia em uma família?

oremos para que a concórdia volte a reinar em seu seio; há doenças em um lar? Oremos para que lhe volte

a saúde; há alguém em dificuldades? oremos para que as possa vencer; um irmão desencarnou? oremos

para que o Senhor lhe conceda a compreensão de seu novo estado; descobrimos em nós um defeito?

Peçamos ao Senhor que nos ajude a corrigi-lo; temos vícios? roguemos ao Senhor que nos conceda as

forças e a boa vontade para ficarmos livres deles. Assim, todos os dias podemos arranjar nobres motivos

para dirigirmos ao Senhor nossas preces.

E quando tivermos desenvolvido dentro de nós a fé viva e racional e aprendido a orar com o coração,

seremos felizes e nos transportaremos aos planos superiores da espiritualidade.

(De “A mediunidade sem lágrimas”, de Elizeu Rigonatti)

AMOR FRATERNAL

aster

“Permaneça o amor fraternal.” — Paulo. (HEBREUS, CAPÍTULO 13, VERSÍCULO 1.)

 

As afeições familiares, os laços consangüíneos, as simpatias naturais podem ser manifestações muito santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior, contudo, é razoável que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias.

O equilíbrio é a posição ideal.

Por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.

Por excesso de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.

Em razão da invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.

O apelo evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.

A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.

O homem que se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vitima dos fantasmas do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança. Os que se amam fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com a ventura que lhes visita os semelhantes.

As afeições violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.

Na teia das reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.

Livro: Pão Nosso. Emmanuel / F.C. Xavier

sábado, 24 de outubro de 2009

ESPÍRITOS ATORMENTADOS

 

Prosseguem como se estivessem imanados à aflição que os retinha na carne.

Guardam carantonhas atormentadas, refletindo angústias superlativas.

Comprazem-se, enceguecidos, dominados por prazeres irreais, semiloucos.

Conservam o fascínio às moedas reluzentes ou às notas acumuladas, penetrando as mãos em vasa fétida que confundem com o ouro imaginário.

Afirmam-se condutores do pensamento, afligindo mentes incautas em demorados processos de hipnose, minando a organização física e psíquica dos semelhantes encarnados.

Conservam as expressões de luxúria, perseguindo miragens da própria sandice.

Aprisionam-se às opiniões pessoais, apaixonados e vencidos por cadeias mentais de difícil remoção.

Demoram-se vinculados aos pútridos despojos carnais, longe do discernimento.

Aventuram-se em empresas cruéis, alimentando tristes ideais de vingança ultriz.

Asseveram-se espoliados dos bens terrenos, jugulados a ódios infernais.

Acreditam-se traídos pela fidelidade dos que ficaram na carne, convertendo-se em algozes impiedosos.

Enlouquecidos, formam bandos de delinqüentes como nuvens de horror, semeando inquietações sem nome e desequilíbrio sem conta.

Ignoram a situação em que se encontram.

Aparvalhados ante a realidade veraz da desencarnação que desvelou para eles as revelações da imortalidade, despertam, infelizes, aprisionando-se às malhas dos objetivos iníquos a que se ligaram na Terra.

São portadores de reminiscências vigorosas:

— antigos possuidores de  moedas que se enferrujam distantes do uso;

— verdugos da paz alheia que se esqueceram de amar;

— vencedores dos jogos da ilusão que se distanciaram da verdade;

— ladrões da felicidade de muitos, que converteram o lar em inferno e o cônjuge em escravo.

São os gozadores de todo jaez que triunfaram em rios de lágrimas, atingindo culminâncias com a máscara da hipocrisia afivelada à face, em jornadas subalternas.

Morreram, sim... Mas não se consumiram no túmulo.

A vida os aguardava além da morte com os painéis das experiências malogradas, a se desdobrarem indestrutíveis...

Desequilibraram-se ao impacto da consciência violentadas pelo pavor que se torna verdugo, ou pelo remorso que se faz vingador de si mesmo.

Intranqüilos, perturbam e afligem quantos se lhes vinculam pela identificação de pensamentos e atos.

Recorda-os com piedade consoladora, laborando em benefício deles com o perdão.

Evoca-os em tuas orações intercessórias, que os alcançarão em forma de lenitivo e esperança.

Todos retornarão, como tu mesmo, ao cadinho purificador da reencarnação.

Ninguém está fadado à felicidade sem termo nem às punições indefinidas.

O Celeste Pai é Magnanimidade e a Sua Misericórdia de acréscimo é sol que ilumina e aquece todos os Seus.

Ajuda-os, por tua vez, como ontem te auxiliaram outros corações dos quais não recordas...

E participando da desdita deles, agradece à Doutrina Espírita que te ergue o véu que ocultava a realidade do além-túmulo, convocando-te para a conduta reta e o dever superior.

Não importa que sofras na via edificante.

Não reclames as agonias na austera caminhada.

Não acredites, levianamente, que as dores e perseguições deles, que te chegam aos ouvidos da alma pelo veículo da mediunidade ultrajada, na obsessão, ou pela informação medianímica, no socorro psíquico,  possam converter-se em devaneio social para as horas vazias, fazendo-te arrogante, quando fores convocado à dialogação evangelizante.

Compreende-os e prepara-te igualmente.

Embora a carne moça e estuante pareça um casulo que te defende, atingirás a sepultura, tragado pela desencarnação; e, se a irresponsabilidade assinalar teus dias, mesmo que finjas ignorar a verdade que o contato com o Mundo Espiritual te ensejou, tornar-te-ás igual a eles, e jornadearás, perturbado, até o momento em que, buscando alguém, anseies, como eles agora, o socorro sincero e a compaixão cristã.

(De “Messe de Amor”, de Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

LIVRO: Transplante de Amor - Eurípedes Kuhl

 

DIVULGAÇÃO PAPYRUS DIGITAIS

Transplante de Amor - Eurípedes Kuhl

Transplante de Amor

Digitalização: Romances e livros espíritas
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=45152237

Revisão:- Stephanie

SINOPSE:

Ari e Luiza tinham uma vida admirável. Ele, um geologo bem-sucedido, é premiado com o título O Homem do Ano, ela, com sua estonteante beleza, é eleita a A Mulher do Século. Casal brindado pelo dinheiro e sucesso, atraia olhares de curiosos por onde passasse. No entanto, os inumeros compromissos sociais, a agenda sempre cheia e a preocupação com bens materiais distanciaram o casal dos filhos... Mas a vida as vezes faz acordar para outras realidades e uma fatalidade é sempre o instrumento que reaproxima familiares, despertando outros valores muito mais elevados.

Autor: Eurípedes Kuhl (Pelo Espírito Roboels)

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Este e-book representa uma contribuição do grupo Papyrus Digitais (http://groups.google.com.br/group/papyrus-digitais) para aqueles que necessitam de obras digitais como é o caso dos Deficientes Visuais e como forma de acesso e divulgação para todos.
É vedado o uso deste arquivo para auferir, direta ou indiretamente, benefícios financeiros.

Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor, adquirindo suas obras.

Enfermos da Alma

edelweiss

.. .Não são os que gozam saúde que precisam de médico.
- Jesus. (Mateus.9:12.)

Aqui e ali encontramos inúmeros doentes que se candidatam ao auxílio da ciência médica, mas em toda parte, igualmente, existem aqueles outros, portadores de moléstias da alma, para os quais há que se fazer o socorro do espírito.

E nem sempre semelhantes necessitados são os viciados e os malfeitores, que se definem de imediato por enfermos de ordem moral, quando aparecem.

Vemos outros muitos para os quais é preciso descobrir o remédio justo e, às vezes, difícil, de vez que se intoxicaram no próprio excesso das atitudes respeitáveis em que desfiguraram os sentimentos, tais como sejam:

*os extremistas da corrigenda, tão apaixonados pelos processos punitivos que se perturbam na dureza de coração pela ausência de misericórdia;

*os extremistas da gentileza, tão interessados em agradar que descambam, um dia, para as deficiências da invigilância;

*os extremistas da superioridade, tão agarrados à idéia de altura pessoal que adquirem a cegueira do orgulho;

*os extremistas da independência, tão ciosos da própria emancipação que fogem ao dever, caindo nos desequilíbrios da licenciosidade;

*os extremistas da poupança, tão receosos de perder alguns centavos que acabam transformando o dinheiro, instrumento do bem e do progresso, na paralisia da avareza em que  se lhes arrasa a alegria de viver.

* * *

Há doentes do corpo e doentes da alma.
É forçoso não esquecer isso, porque todos eles são credores de entendimento e bondade, amparo e restauração.

Diante de quem quer que seja, em posição menos digna perante as leis de harmonia que governam a Vida e o Universo, recordemos as palavras do Cristo:

-Não são os que gozam saúde que precisam de médico.

Emmanuel / Chico Xavier
do Livro Benção de Paz

Momento de Reflexão: Não estás deprimido

amarilis 

Não estás deprimido, estás distraído.

Distraído em relação à vida que te preenche, distraído em relação à vida que te rodeia.

Não estás deprimido, estás distraído.

Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma.

Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas, alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude.

Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições. Não perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção.

Não existe a morte, apenas a mudança.

És movido pela força natural da vida. A mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha;a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo.

E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.

Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo.”

Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.

Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.

Não estás deprimido, estás desocupado.

Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez.

Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.

Dá sem medida, e receberás sem medida.

E não te deixes enganar por alguns maus, por alguns homicidas e suicidas.

O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso.

Uma bomba faz mais barulho que uma carícia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.

*   *   *

Enfrentamos momentos em que os pensamentos depressivos, desencorajadores parecem desejar tomar conta de tudo.

Os ombros caem... A voz baixa de tom... Os olhos já não se abrem tanto...

Tais momentos, porém, devem durar apenas o tempo da reflexão necessária, o tempo da conquista da sabedoria e, logo depois, devem ser seguidos por nova atitude.

Uma nova atitude de renovação, de mudança, que nos faz trilhar por novos caminhos, com novas forças.

De nada adianta se entregar à inércia emocional. De nada adianta a autopiedade.

Não são caminhos, são paredes que construímos à nossa frente, impedindo a nós mesmos de prosseguir.

Não nos permitamos distrair pelas mazelas da vida, esquecendo tão facilmente o bem que recebemos sempre.

Não nos deixemos desocupar, abrindo, através da hora vazia, portas e janelas para ondas de pensamento deletério que flutuam no ar.

A desocupação, a inutilidade são polos atraentes de influências perigosas, pelas quais pagaremos alto e amargo custo.

Afastemos a depressão de nosso coração. Abracemos a vida e o renascer diário com todo nosso amor.

Redação do Momento Espírita, com citação de texto

de Facundo Cabral, que circula pela Internet.

www.momentoespirita.com.br

O oceano seria menor

iris 

Aquele dia tinha tudo para ser mais uma jornada comum na vida de Santiago Gori, taxista argentino de 49 anos.

Ele pegou uma corrida de quatro quarteirões e deixou um casal de aposentados em seu destino, na cidade de La Plata, a 60km de Buenos Aires.

Mais uma corrida ruim – pensou ele. Em seguida, pegou outra passageira, que o avisou que havia uma mala no banco de trás.

Após deixá-la em seu destino, Santiago abriu a maleta, e viu um monte de dinheiro – mais precisamente, 130 mil pesos – o equivalente a uns 70 mil reais.

Paramos a narrativa aqui para refletir e perguntar: O que você faria no lugar do taxista? O que passaria em sua cabeça? Qual seria sua atitude?

*   *   *

Vejamos como ele resolveu:

Santiago Gori, imediatamente, ao vislumbrar todo aquele dinheiro, pensou: Mas isso não é meu!

Seu próximo passo foi devolver a pequena fortuna aos verdadeiros donos, o casal que ele tinha transportado antes.

O casal, aliviado, em retribuição, concedeu apenas um Você é um santo!

Porém, a história não terminaria aí, e ficaria mais interessante.

Sensibilizados pela história de Santiago, dois publicitários criaram espontaneamente uma campanha em prol do taxista.

Pretendiam arrecadar exatamente a mesma quantia devolvida por ele.

A iniciativa foi um sucesso e Santiago, o taxista generoso, recebeu o equivalente a 130 mil pesos.

*   *   *

Vale a pena analisar o fato sob vários aspectos.

Primeiro, sem dúvida, a honestidade e generosidade do taxista. São pessoas assim que mantêm neste mundo a decência e a honradez.

Em segundo, a comoção que causou nas pessoas, a ponto de dois estranhos terem espontaneamente se envolvido numa proposta inusitada.

Destaca-se a generosidade dos dois publicitários, mas também a de cada um que, sabendo da história, resolveu dar sua contribuição.

Foram todas contribuições anônimas, que buscavam premiar a atitude nobre daquele homem.

Percebamos o potencial do bem neste mundo. Fala-se tanto do poder do mal, como ele arrasta e seduz os seres, mas se esquece de que o bem tem potência muito superior.

Se resolvêssemos, muitos de nós, investir no bem, em atos nobres, em campanhas, etc, perceberíamos quanto poderíamos transformar este mundo radicalmente.

Alguns já começaram. Levantaram suas bandeiras destemidas e desprendidas e trouxeram sua contribuição.

Anônimos do trabalho voluntário que se doam, sem alarde, sem exigir nada em troca. Doam-se, pois já têm dentro de si a bondade que os faz atuantes na comunidade onde vivem.

Anônimos de gestos nobres como este lembrado há pouco, que já têm dentro de si a naturalidade do bem.

Madre Teresa de Calcutá, um nobre exemplo de trabalhadora do bem, certa feita afirmou:

Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor.

Pensemos... Pensemos sobre nossas atitudes, sobre as gotas de amor que já podemos depositar sobre o oceano da vida.

Redação do Momento Espírita, inspirado em narração

da Revista Vida simples, de junho de 2009.

Momento de Reflexão: O benefício dos reencontros

 

Existem pessoas que se dizem religiosas, mas fazem a ressalva de que o são à sua maneira.

Não costumo ir à Igreja. - diz um.

Não frequento o Centro Espírita. – diz outro, e complementa: Mas eu creio em Deus, estudo, leio, faço as minhas orações.

A respeito dessa questão, o frequentador de uma Igreja escreveu para o editor de um jornal, reclamando que não fazia sentido ir à Igreja todos os domingos.

Eu tenho ido à Igreja por uns 30 anos, – ele escreveu – e durante esse tempo eu ouvi uns três mil sermões. Mas, por minha vida, eu não consigo lembrar de nenhum deles...

Assim, eu penso que estou perdendo meu tempo e os padres e os pastores estão desperdiçando o tempo deles pregando sermões.

Essa carta iniciou uma grande controvérsia na coluna de cartas ao editor, para prazer do editor-chefe do jornal.

Por semanas, ele recebeu e publicou cartas sobre o assunto. Então, alguém escreveu:

Eu estou casado há 30 anos. Durante esse tempo, minha esposa deve ter cozinhado umas 32.000 refeições.

Mas, por minha vida, eu não consigo lembrar do cardápio de nenhuma dessas 32.000 refeições.

Contudo, de uma coisa eu sei. Todas elas me nutriram e me deram a força que eu precisava para fazer o meu trabalho.

Se minha esposa não tivesse me dado essas refeições, eu estaria, hoje, fisicamente morto.

Da mesma maneira, se não tivesse ido à Igreja, para alimentar a minha fome espiritual, eu estaria hoje, morto, espiritualmente.

*   *   *

O escritor, cuja carta encerrou a discussão a respeito do assunto de frequência ou não ao templo religioso, utilizou um excelente argumento.

Trouxe à memória das pessoas que, quando se vai ao templo, seja a Igreja, a Sinagoga, o Centro Espírita, o que seja, somos agraciados com algo muito especial.

Primeiro, com a riqueza imediata do reencontro com os companheiros que comungam da nossa mesma crença religiosa, que se pautam pelos nossos mesmos valores ético-morais.

São amigos, companheiros de atividades que nos abraçam, sorriem, ofertando-nos o seu afeto... que nos sustenta.

Quantas vezes chegamos tristes, um tanto desalentados por dificuldades que nos atormentam e esses amigos desanuviam a nossa psicosfera individual com suas presenças.

Depois, a mensagem do dia que nos alcança, pela boca do padre, do pastor, do coordenador de estudos, permitindo-nos reflexões sempre renovadas.

Reflexões que farão toda a diferença em nossa vida.

E, enquanto nos é oferecido o ágape para o intelecto, o sentimento, através da exposição oral, do sermão, da palestra, somos envolvidos pelas generosas bênçãos espirituais.

Sim, nosso Mestre e Senhor sempre Se faz presente e nos envolve em luz, em harmonia.

Afinal, Ele preconizou que onde houvessem dois ou mais reunidos em Seu nome, ali Ele estaria.

E Ele próprio, enquanto na Terra, inaugurou esses encontros e reencontros de bênçãos, reunindo-Se com os apóstolos, com os amigos, com os que O buscavam, para as elucidações a respeito do reino que Ele vinha fundar no coração dos homens.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em texto colhido

da Internet, intitulado Porque ir à Igreja, sem menção a autor.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Momento de Reflexão: Esquecer para aprender

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Fernando Pessoa, o brilhante poeta português, escreveu certa feita:

Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me, e ser eu.

O poeta, na ânsia de entender os porquês da vida, percebia que muito do que nos falam, ensinam, mostram, funciona, aos poucos, como camadas de tintas, a nos encobrir, a nos moldar.

Quantas vezes ouvimos nos dizerem: emprego bom é emprego que paga bem, tentando nos convencer que o valor do salário deva ser a preocupação número um na nossa vida profissional.

Outras tantas pessoas insistem em afirmar que importante é ter, possuir, gozar a vida naquilo que brilha aos olhos.

Há ainda, os que vivem pautados no egoísmo e autocentrismo, cuidando para que tudo, a princípio, seja deles para, em segundo momento, ser para eles, e em um terceiro momento, para os seus, jamais pensando no próximo ou na sociedade.

Frente a tantas camadas de tintas que insistem em nos pintar, há que se perguntar: Por quais valores devo me pautar? Como viver? Qual a melhor bússola para me guiar?

Inevitável, para responder a essas perguntas, lembrarmo-nos de quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

É inevitável esquecer que somos apenas um corpo material, que vivemos apenas essa existência, e que todas as nossas experiências estão restritas entre o berço e o túmulo de uma única vida. Há que se aprender que somos Espíritos eternos.

E para aprender de um lado, há que se esquecer do outro. Como nos ensina o educador Rubem Alves, toda aprendizagem produz esquecimento.

Assim, esqueça que lhe ensinaram que você está aqui a passeio. Esqueça que lhe fazem crer que esta é sua única experiência. Esqueça que insistem em lhe convencer que as coisas acontecem por mero acaso, sem uma ordem Divina.

*   *   *

É necessário esquecer essas ilusões que vivemos, para aprender que somos Espíritos imortais, rumando à perfeição, construindo passo a passo nossa estrada redentora de autoiluminação.

É necessário esquecer as ilusões que os sentidos e a memória nos provocam, achando que nada houve antes do nosso nascimento.

É necessário aprender que trazemos na nossa bagagem emocional e intelectual todas nossas conquistas, felizes e infelizes, frutos de nossas próprias opções, sendo, cada um de nós, herdeiro de si mesmo.

Nesse exercício de esquecimento dessas ilusões, iremos aos poucos raspando a tinta com que nos pintaram os sentidos, iremos desencaixotando nossas emoções verdadeiras, desembrulhando-nos para, efetivamente, vivermos como Espíritos imortais.

Viveremos como quem não pertence à Terra, muito embora aqui estagie por um período, entendendo que aqui estamos para aprender as coisas de Deus.

Redação do Momento Espírita.

www.momentoespirita.com.br

Materialismo e Espiritismo

 

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Conta-se que o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes orientava, no Rio, uma reunião de estudos espíritas, com a palavra livre para todos os circunstantes, quando, após comentários diversos, perguntou se mais alguém desejava expressar-se nos temas da noite.

Foi então que renomado materialista, seu amigo pessoal, lhe dirigiu veemente provocação:

- Bezerra, continuo ateu e, não somente por meus colegas mas também por mim, venho convidá-lo a debate público, a fim provarmos a inexpugnabilidade de Materialismo contra as pretensões do Espiritismo. E previno a você que o Materialismo já levantou extensa lista de médiuns fraudulentos; de chamados sensitivos que reconheceram os seus próprios enganos e desertaram das fileiras espíritas; dos que largaram em tempo o suposto desenvolvimento das forças psíquicas e fizeram declarações, quanto às mentiras piedosas de que se viram envoltos; dos ilusionistas que operam em nome de poderes imaginários da mente; e, com essa relação, apresentaremos outro rol de nomes que o Materialismo já reuniu, os nomes dos experimentadores que demostraram a inexistência da comunicação com os mortos; dos sábios que não puderam verificar as factícias ocorrências da mediunidade; dos observadores desencantados de qualquer testemunho da sobrevivência; e dos estud iosos ludibriados por vasta súcia de espertalhões... Esperamos que você e os espíritas aceitem o repto.

Bezerra concentrou-se em preces, alguns instantes, e, em seguida, respondeu, aliando energia e brandura:

- Aceitamos o desafio, mas tragam também ao debate aqueles que o Materialismo tenha soerguido moralmente no mundo; os malfeitores que ele tenha regenerado para a dignidade humana; os infelizes aos quais haja devolvido o ânimo de viver; os doentes da alma que tenha arrebatado às fronteiras da loucura; as vítimas de tentações escabrosas que haja restituído à paz do coração; as mulheres infortunadas que terá arrancado ao desequilíbrio; os irmãos desditosos de quem a morte roubou os entes mais caros, a a cujo sentimento enregelado na dor terá estendido o calor da esperança; as viúvas e os órfãos, cujas eneergias terá escorado para os caluniados aos quais terá ensinado o perdão das afrontas; os que foram prejudicados por atos de selvageria social mascarados de legalidade, a quem haverá proporcionado sustentação para que olvidem os ultrajes recebidos; os acusados injustamente, de cujo espírito rebelado terá subtraído o fel da revolta, sub stituindo-o pelo bálsamo da tolerância; os companheiros da Humanidade que vieram do berço cegos ou utilados, enfermos ou paralíticos, aos quais terá tranquilizado com princípios de justiça, para que aceitem pacificamente o quinhão de lágrimas que o mundo lhes reservou; os pais incompreendidos a quem deu força e compreensão para abençoarem os filhos ingratos e os filhos abandonados por aqueles mesmos que lhes deram a existência, aos quais auxiliou para continuarem honrando e amando os pais insensíveis que os atiraram em desprezo e desvalimento; os tristes que haja imunizado contra o suicídio; os que foram perseguidos sem causa aparente, cujo pranto terá enxugado nas longas noites de solidão e vigília, afastando-os da vingança e da criminalidade; os caídos de toda as procedências, a cujo martírio tenha ofertado apoio para que se levantem...

Nesse ponto da resposta, o velho lidador fêz uma pausa, limpou as lágrimas que lhe deslizavam no rosto e terminou:

- Ah! meu amigo, meu amigo!... Se vocês puderem trazer um só dos desventurados do mundo, a quem o Materialismo terá dado socorro moral para que se liberte do cipoal do sofrimento, nós, os espíritas, aceitaremos o repto.

Profundo silêncio caiu na pequena assembléia, e, porque o autor da proposição baixasse a cabeça, Bezerra, em prece comovente, agradeceu a Deus as bênçãos da fé e encerrou a sessão.

 

Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier.

RESIGNAÇÃO E RESISTÊNCIA

 

De fato, há que se estudar a resignação para que a paciência não venha a trazer resultados contraproducentes.

Um lavrador suportará corajosamente um aguaceiro e granizo na plantação, mas não se acomodará com gafanhotos e tiririca.

Habitualmente, falamos em tolerância como quem procura esconderijo à própria ociosidade. Se nos refestelamos em conforto e vantagens imediatas, no império da materialidade passageira, que nos importam desconforto e desvantagens para os outros?

Esquecemo-nos de que o incêndio vizinho é ameaça de fogo em nossa casa e, de imprevisto, irrompem chamas junto de nós, comprometendo-nos a segurança e fulminando-nos a ilusória tranqüilidade.

Todos necessitamos ajustar a resignação no lugar certo.

Se a Lei nos apresenta um desastre inevitável, não é justo nos desmantelemos em gritaria e inconformação. É preciso decisão para tomar os remanescentes e reentretecê-los para o bem, no tear da vida.

Se as circunstâncias revelam a incursão do tifo, não é compreensível cruzar os braços e deixar campo livre aos bacilos.

Sempre aconselhável a revisão de nossas atitudes no setor da conformidade.

Como reagimos diante do sofrimento e diante do mal?

Se aceitamos penúria, detestando trabalho, nossa pobreza resulta de compulsório merecimento.

Civilização significa trabalho contínuo contra a barbárie.

higiene expressa atividade infinitamente repetida contra a imundície.

Nos domínios da alma, todas as conquistas do ser, no rumo da sublimação, pedem harmonia com ação persistente para que se preservem.

Paz pronta ao alarme. Construção do bem com dispositivo de segurança.

Serenidade é constância operosa; esperança é ideal com serviço.

Ninguém cultive resignação diante do mal declarado e removível, sob pena de agravá-lo e sofrer-lhes a clava mortífera.

Estudemos resignação em Jesus-Cristo, A cruz do Mestre não é um símbolo de apassivamento à frente da astúcia e da crueldade e sim mensagem de resistência contra a mentira e a criminalidade mascaradas de religião, num protesto firme que perdura até hoje.

André Luiz (Waldo Vieira)

(De “Estude e Viva”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – Espíritos Emmanuel e André Luiz)

CARMA DE SOLIDÃO

 

Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar.

***

Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face.

***

Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.

***

Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobres-te a sós, carpindo rude angústia interior.

Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.

***

Sofres e consideras-te desditoso.

***

Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados.

Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas.

Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles cuja felicidade cobiças.

A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras.

***

Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão.

***

Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do Bem.

O que ora te falta, malbarataste. Perdeste, porque descuraste enquanto possuías, o de que agora tens necessidade.

A invigilância levou-te ao abuso, e delinqüiste contra o amor.

A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão...

Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste, não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.

***

Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução.

***

Ama, sem aguardar resposta.

***

Serve, sem pensar em recompensa.

***

O que ora faças no Bem, atenuará, liberará o que realizaste equivocadamente e, assim, reencontrar-te-ás com o amor, em nome d’Aquele que permanece até agora entre nós como sendo o Amor não Amado, porém, amoroso de sempre.

(De “Viver e amar”, de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

A PRESENÇA DO AMOR

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O amor — alma da vida — é o hálito divino a espraiar-se em toda parte, manifestando a Paternidade de Deus.

Onde quer que se expresse, imanta quantos se lhe acercam, modificando a estrutura e a realidade para melhor.

No amor se encontram todas as motivações para o progresso, emulando ao avanço, na libertação dos atavismos que, por enquanto, predominam em a natureza humana.

Por não se identificar com o amor na sua realização incessante, a criatura posterga a conquista dos valores que a alçam à paz e a engrandecem.

Sem o amor se entorpecem os sentimentos, e a marcha da sensação para a emoção torna-se lenta e difícil.

Em qualquer circunstância o amor é sempre o grande divisor de águas.

Vivendo-o, Jesus modificou os conceitos então vigentes, iniciando a Era do Espírito Imortal, que melhor expressa todas as conquistas do pensamento.

Se te encontras sob a alça de mira de injunções dolorosas, sofrendo incompreensões e dificuldades nos teus mais nobres ideais, não te abatas, ama.

A noite tempestuosa e sombria não impede que as estrelas brilhem acima das nuvens borrascosas.

Se o julgamento descaridoso te perturba os planos de serviço, intentando descoroçoar-te, mediante o ridículo que te imponham, mesmo assim, ama.

O sarçal aparentemente amaldiçoado, no momento oportuno abre-se em flor.

Se defrontas a enfermidade sorrateira que intenta dominar as tuas forças, isolando-te no leito da imobilidade e reduzindo as tuas energias, renova-te na prece e ama.

O deserto de hoje foi berço generoso de vida e pode, de um momento para outro, sob carinhoso tratamento, reverdecer-se e florir.

O amor é bênção de que dispões em todos os dias da tua vida para avançares e conquistares espaços no rumo da evolução.

Não te canses de amar, sejam quais forem as circunstâncias por mais ásperas se te apresentem.

A Doutrina de Jesus, ora renascida no pensamento espírita, é um hino-ação de amor, assinalando a marcha do futuro através das luzes da razão unida à fé em consórcio de legítimo amor.

Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo P. Franco - Viver e Amar

Momento Reflexão: TRAÇO DO CIRINEU

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O Senhor carregava a cruz dificilmente...

A sentença cruel, afinal, se cumpria.

Liberto Barrabás, Jesus no mesmo dia,

Era levado à morte, ante a ironia

Do fanatismo deprimente...

Brados, altercações, zombaria, algazarra...

O Excelso Benfeitor, no lenho a que se agarra,

Curva-se de fadiga, arrasta-se, tressua,

Escutando em silêncio os palavrões da rua.

O cortejo prossegue... O Cristo, passo em passo,

Por um momento só, exânime fraqueja;

Ajoelha-se e cai, vencido de cansaço.

O povo exige a marcha, excede-se, pragueja...

Nisso, um campônio vem da gleba com que lida.

É Simão de Cireneu, homem simples e forte.

Um meirinho lhe pede apoio na subida,

Deve prestar auxílio ao condenado à morte...

- "Como, senhor? não posso!... - exclama o interpelado,

- "Tenho pressa!..." No entanto, o funcionário insano

Grita-lhe em rosto: - "Cão, obedece ao chamado!..."

E mostra-lhe o rebenque a gesto desumano...

Calado, o lavrador atende e silencia,

Toma parte da cruz sobre o ombro robusto,

Fita o Mestre cansado e o suor que o cobria...

A turba escala o monte e alcança o topo a custo.

Contemplando Jesus, por fim, deposto o lenho,

Diz-lhe Simão: - "Senhor, achava-me apressado...

A filha cega e muda é o tesouro que eu tenho,

Não queria ferir-te o peito atribulado.

Perdoa, se aleguei a urgência em que me via...

É o coração de pai que falava a chorar...

Sei que estás inocente, ampara-me, alivia

A dor que me avassala e me atormenta o lar..."

Jesus endereçou-lhe um aceno de ternura,

Em meio à multidão, apupado, sozinho

E acentuou: - "Simão, guarda a fé que te apura,

Todo o bem que se faz é uma luz no caminho."

O cireneu, de volta, acha a enorme surpresa...

Fala-lhe a filha: - "oh, pai, uma luz veio a mim,

Agora vejo e falo, acabou-se a tristeza,

Tenho a impressão que a Terra é um formoso jardim!..."

Simão chora, lembrando a cruz que traz na mente

E reconhece o bem por divino troféu,

Que mesmo praticado involuntariamente

É uma força atraindo a intercessão do Céu!...

(De "A vida conta", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria Dolores)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Momento de Reflexão: O MELHOR

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Quando menos esperas, és visitado por fatores atordoantes, que te deixam sem saber que atitude tomar.

Sem aviso prévio, deparas com situações afligentes que te inquietam, oferecendo-te frustração, face às condições  de que se revestem.

De maneira agressiva, chega-te a dor do próximo, pedindo-te arrimo, e, colhido pela rude solicitação, vês-te em clima de dificuldade para equacionar o problema.

O aturdimento das pessoas alcança-te, violento, apresentando solicitações gritantes, agredindo-te, e constatas as dificuldades socorristas mediante as quais poderias auxiliar com acerto.

A vasta cópia dos atormentados espera apoio nas suas alucinações e busca-te, inquietando-te, por te deparares, sem os meios ideais para o ministério do socorro.

Em tais como em outras circunstâncias equivalentes indagas: Como agir?  Como fazer o melhor?

*

Subitamente identificas cansaço nalma, amargura, inquietação.

Levanta, porém , o ânimo e revitaliza o moral.

A consciência que desperta para o bem, mais sofre o espicaçar das aflições e incertezas, quando, diante de atos cruéis, surpreendentes, ou de situações muito complexas, ao considerar o que poderia fazer e como acionou a máquina da atitude correta.

É natural, portanto, que o teu repouso seja menos fácil e a tua quietude, por momentos, improvável.

Os que se sentem muito tranqüilos, na Terra, quiçá estejam intoxicados pelos vapores da indiferença.

*

Convidado, intempestivamente, a ajudar, a tomar uma atitude em relação a alguém, a assumir uma posição, não te deixes impregnar pelos fluidos e vibrações de quem te busca. Recolhe-te à oração silenciosa, e indaga ao coração o que gostarias de receber, caso fosses o necessitado.

Certamente, terás a resposta de como seria o procedimento ideal.

Todavia, se não for possível realizar a ação ideal, não cruzes os braços, lamentando impossibilidades.

Faze de maneira mais correta ao teu alcance, envolvendo em simpatia aquele que se socorre de ti e permanecendo de consciência harmonizada.

*

Enfrentarás sempre ocorrências difíceis, com as quais, desde logo, deves acostumar-te.

Em razão da imensurável quantidade de aflitos e da precariedade dos teus recursos, não te sintas incapaz de auxiliar, descoroçoando-te.

Uma semente, resguardada no bojo da terra, pode ser a responsável futura por toda uma área verdejante e rica de dádivas.

Importante é o que faças e como faças, pertencendo os resultados à Vida.

*

A multidão que Lhe ouvira a palavra de liberdade e paz, não obstante já alimentada em espírito, padecia de fome orgânica. Solicitado ao auxílio, Jesus excogitou de tomar os cinco pães e os dois peixes que os discípulos possuíam, com os quais repletou os estômagos necessitados, sem perder o entusiasmo ou modificar a atitude de amor com que antes amparara a grave necessidade espiritual de que todos padeciam.

Considera, desse modo, a sabedoria do Senhor e, sem desencorajamento, faze a tua, a parte que te cabe, com a certeza de estarem realizando o melhor.

(De “Alerta”, de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A EVOLUÇÃO

 

Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio.

Mantém-te sereno em todas as realizações. A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes.

Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa.

Tua serenidade, tua gema preciosa.

Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança, o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença, mantém-te sereno.

O enganador é quem deve estar inquieto o não a sua vítima.

Nunca te permitas demonstrar que foste atingido pelo petardo da maldade alheia.

No teu círculo familiar ou social sempre defrontarás com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.

Não te desgastes com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam.

Constituem teste à tua paciência e serenidade.

Assim, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo. Sempre, porém, com serenidade.

(De “Episódios Diários”- Divaldo Pereira Franco – Espírito Joanna de Ângelis)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Momento de Reflexão: Palavras e ações

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O filósofo americano Ralph Waldo Emerson tem uma frase interessante quando trata a respeito das relações humanas. Diz o seguinte: Quem você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo.

Quantas vezes já pensamos a respeito disso? Quantas vezes já avaliamos o quanto nossas ações pesam no nosso cotidiano?

Muitas vezes, gostaríamos de ter um mundo mais justo, respeitoso. Discursamos de maneira eloquente, usando raciocínio lógico e perspicaz.

Doutras vezes exigimos do político, do chefe, do parente ações mais justas, posicionamento mais claro, atitude mais honesta.

Indignamo-nos perante as injustiças sociais, escrevemos para os jornais, mandamos correios eletrônicos a uma infinidade de contatos, a fim de expressar nossa opinião.

Tudo isso é muito justo e o correto exercício de cidadania cabe a cada um de nós de maneira impostergável.

Porém, já refletimos o quanto nossas palavras são efetivamente coerentes com nossas ações? Quanto de nosso discurso faz eco com nossos atos?

Ninguém tem o direito de exigir do outro aquilo que ainda não se esforça por oferecer.

Se você recebe um troco a mais no caixa da padaria, e não se incomoda em devolver o que não lhe pertence, é furto.

Se você não se incomoda em subornar o policial quando está sujeito a uma multa, está fomentando a corrupção.

E se você falsifica documentações e recibos, a fim de forjar sua declaração de renda, está incorrendo em crime contra o Estado.

Muito embora desejemos uma sociedade melhor, faz-se necessário uma análise do nosso proceder, a fim de que entendamos se nossas ações são coerentes com nosso discurso.

Quem furta pouco, no troco do supermercado, furtaria muito, se tivesse oportunidade. Assim, se você deseja políticos mais honestos, que a honestidade comece por você.

Quem suborna em uma aparentemente inocente multa, compraria consciências a qualquer preço, se assim tivesse condições.

Desta forma, se você anseia por relações sociais justas e direitos iguais para todos, comece por não exigir privilégios que não têm cabimento.

Quem não cumpre suas obrigações sociais, a partir da sua própria declaração de renda, não titubearia em forjar licitações, negociações ou desviar dinheiro público.

*   *   *

Se você sonha com governantes e homens de negócios que passem ao largo de conchavos e formação de quadrilhas de paletó, comece por você.

Só teremos direito de exigir uma sociedade mais justa, a partir do momento em que nosso discurso se concretize em valores e ações.

Até lá, correremos o risco de estarmos como o filósofo previu: nossas ações falarão tão alto, que ninguém conseguirá escutar o que estamos dizendo.

Fonte: Redação do Momento Espírita.

O SEBO DO EGOÍSMO

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“Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.”

Lc, 8:16

 

O egoísmo está na origem, no miolo, de quase todos os males do mundo, e nem sempre é detectado, percebido, pela sutileza com que se apresenta, residindo aí um de seus grandes e tenebrosos perigos.

E esse monstro feroz que habita nosso interior, se manifesta e se insinua de maneiras mais diversas, mais complexas, sendo refolhado para ser confundido, com virtudes como o zelo, a proteção, o amor. É o egoísmo um destruidor voraz de valores e princípios, e que merece de cada um, acurada atenção, por seu permanente efeito em nossas instâncias mais íntimas.

E no espírita, consciente de sua enorme responsabilidade em poder carregar esse distintivo, avulta-se a vigilância ainda mais profunda, para que, perdidas as chances não sobrevenham à consciência, as sombras do remorso, do arrependimento.

Narro-lhes o fato que se passou comigo, ainda recentemente.

Após concluir empreitada de visita a hospital em Belo Horizonte, onde, junto a dois luminares de elevada compleição moral, realizou-se o apoio ao retorno ao mundo etéreo de determinado amigo em Belo Horizonte, decidi, para matar a saudade, andar pelas ruas e avenidas de particular afeição, na capital mineira. Dispunha ainda de algum tempo, enquanto meus dois acompanhantes cumpriam outros afazeres, onde minha presença não era necessária. Desci, com a alegria do reencontro, a avenida do hospital, em direção ao centro, parando um pouco no grande cenário verde, do parque onde andei tantas vezes, com alegria. Observei pessoas e lojas, marcas do progresso, e estendi olhar carinhoso ao prédio da antiga redação, ainda ali, renovando-lhe no sentimento, as luzes da gratidão e da alegria por serem capítulo especial na romagem carnal recém completada.

Na esquina da Escola de Direito, ainda absorvendo os ares de uma saudade singela e agradável, meus sentidos se voltaram para um carrinho, rangente de pesado, puxado por um rapaz forte, moreno, suado, a subir em direção ao sindicato. O rude veículo estava atulhado de livros. Algumas abas de papelão em tiras mal postas, faziam a carroça balançar, contrariando as leis do equilíbrio, permitindo aos transeuntes uma interior torcida para que não caíssem.

O sinal fechou, e a contragosto, o rapaz, fincando os suportes traseiros do carrinho no asfalto, resfolegante, parou. Com o impacto, parte da carga se espalhou pelo chão. Solidários, alguns passantes se apressaram em ajudar o moço. Foi aí que distingui no chão, um dos livros e consegui identificá-lo. Tratava-se de “O Verbo e a Carne”, escrito brilhante de Júlio Abreu e Herculano Pires. Aproximei-me mais e constatei que toda aquela pilha era de livros espíritas. Antigos, porém bem conservados, alguns com capas de papel de presente, dando a perceber o carinho de seu ex-dono. Caminhei na leitura de títulos imponentes, obras doutrinárias, opúsculos valorosos, esparramados ali no asfalto e amontoados no improvisado transporte. Meus olhos perspassaram por autênticas jóias da literatura espírita, com obras conhecidas, algumas raras, provavelmente a maioria já fora de catálogo, não mais encontradiços, suplantados hoje pelo modismo dos romances ocos e das obras de perquirições fracionárias, seccionistas. Ali, jogados ao léu, senti-os humilhados, a caminho de algum sebo, dos lixões, na reciclagem da celulose. Tesouro perdido, agora sem valor pelo não uso.

E, não podem imaginar quanto, isso se repete de modo contumaz, repetido. Um amigo já me dissera: “as traças brasileiras são as mais espiritualizadas do planeta!”.

É uma mania comum entre os espíritas esse apego, essa veneração aos livros, sendo muito constantes autênticas disputas domésticas pelo espaço reservado a eles, mesmo com o mofo e bolor, além dos cupins e as reclamações pertinazes e imperativas.

Posso, de cadeira, afiançar que esta é uma perversa forma de escravidão a um dos pelourinho do egoísmo, cujos agentes, ágeis, se apresentam como inclementes credores logo após nosso desligamento. O destino dos livros que lemos e temos deve ser as mãos e consciências de outros. E nesse universo devem estar, exatamente, aqueles que mais nos são agradáveis, úteis e caros. Tenho falado com amigos espíritas, agora e antes, de um propósito antigo, de se fazer uma grande feira, para que se esvaziem as prateleiras, os armários, e assim, muitos se livrem desses futuros dolorosos pesos, que se tornarão dívidas amargas, através de doações, trocas, intercâmbios. Não apologizo mais a formação das úteis, mas solitárias bibliotecas de empréstimos, visto que têm trazido, às casas, mais preocupação que benefícios. Exorto e conclamo sim, à cessão, à distribuição, a entrega fraterna, como a transferência de um bem precioso, como o são, para que possamos dessedentar nossos irmãos ávidos do saber elevado, colocando-os em contato com aquilo que nos ajudou a ser melhores, procedendo às corrigendas, evoluir.

De certa feita em meu querido “Célia” fui presenteado por um querido irmão, de um exemplar de uma das mais recentes, à época, obras de Emmanuel, colhida por nosso amado Chico Xavier, -Palavras de Vida Eterna-.A dedicatória era efusiva e carinhosa.

Após a reunião, abordado por um assistente vindo de área suburbana, foi-me solicitada uma ajuda a um núcleo espírita, que engatinhava em sua formação. Juntei mensagens, velhas publicações do Reformador, quatro das principais obras da Codificação de Kardec, e num impulso, retirando a amável mensagem do ofertante, coloquei o livro, presenteado pouco antes. A alegria do que recebia foi pronta, vivaz. Seu entusiasmo e gratidão só não foram superiores à grande surpresa que tive ao voltar de minha jornada terrena, quando, apresentados a mim os resultados de minha longeva permanência, pude constatar, na limitada faixa do saldo positivo, uma seqüência volumosa de créditos e comendas espirituais, vindos de pessoas desconhecidas, com quem, de memória, jamais contatei. Fui informado de que eram, na maioria, seres que tiveram a vida transformada, substancialmente mudada, numa casa espírita de uma comunidade de tugúrios, nascida sob a semente de livros que eu doei, dentre os quais aquele “livro novo”.

O bom livro é uma lâmpada, e tê-lo, um compromisso. Retê-lo, uma falha. Compromissos têm duas conseqüências: dívidas ou créditos. Tenho assistido pesaroso, a muitos irmãos queridos, mesmo pródigos em conquistas, experimentando sofrimentos atrozes, por não terem compartilhado a contento, seus conhecimentos e aprendizado. Muitos ainda percorrem os úmidos e escuros corredores e estantes, em busca de livros, lições não apreendidas. Não os encontram nas mãos dos que lendo-os, doutrinam (-se), mas nos monturos dos inservíveis, no lixo. São os que não entenderam que o melhor destino do livro é o de se dissolver de tanto ser compulsado, como o da vela, que se consome, iluminando.

José Martins Peralva – espírito-

(Mensagem recebida, em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Castanheiras- Sabará, pelo médium Arael Magnus, em 27 de Setembro de 2009)

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FONTE: http://espiritualidadeciencia.blogspot.com/

Momento de Reflexão: Virtudes e defeitos

 

CC2636

 

É notável como conseguimos ver, todos os dias, a todos os instantes, os defeitos alheios.

Dificilmente encontraremos alguém que não se mostre propenso a apontar erros e absurdos dos outros.

Muitos casamentos acabam porque marido e mulher passam a ver tanto os defeitos um do outro, que se esquecem que se uniram porque acreditavam se amar.

Amigos de infância, certo dia, se surpreendem a descobrir falhas de caráter um no outro. Desencantados se afastam, perdendo o tesouro precioso da amizade.

Colegas de trabalho culpam o outro por falhas que, em verdade, em muitos casos, é da equipe como um todo.

Foi observando esse quadro que alguém escreveu que os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás.

Na sacola da frente, estão colocadas as qualidades positivas, as virtudes de cada um. Na sacola de trás são guardados todos os defeitos, as paixões, as más qualidades do Espírito.

Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos de forma impiedosa, nas costas do companheiro que está à frente, todos os defeitos que ele possui.

Assim nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós, está pensando a mesma coisa a nosso respeito.

A imagem é significativa e nos remete à reflexão. Talvez seja muito importante que saiamos da fila indiana e passemos a andar ao lado do outro.

E, no relacionamento familiar, profissional, social em geral, que nos coloquemos de frente um para o outro. Aí veremos as virtudes nossas, que devem ser trabalhadas, para crescerem mais e também as virtudes do outro.

Com certeza nos surpreenderemos com as descobertas que faremos.

Haveremos de encontrar colegas de trabalho que supúnhamos orgulhosos, como profissionais conscientes, dispostos a estender as mãos e laborar em equipe.

Irmãos que acreditávamos extremamente egoístas, com capacidade de ceder o que possuam, a bem dos demais membros da família.

Pais e mães que eram tidos como distantes, em verdade estarem ávidos por um diálogo aberto e amigo.

Esposos e esposas que cultivavam amarguras, encontrarem um novo motivo para estarem juntos, redescobrindo os encantos dos dias primeiros do namoro.

*   *   *

A crítica só é válida quando serve para demonstrar erros graves que possam causar prejuízo para os outros ou quando sirva para auxiliar aquele a quem criticamos.

Portanto, resistir ao impulso de ressaltar as falhas dos outros, exercitando-nos em perceber o que eles tenham de positivo, é a meta que devemos alcançar.

Não esqueçamos de que se desejamos que o bem cresça e apareça, devemos divulgá-lo sempre.

Falar bem é fazer o bem. Apontar o belo é auxiliar outros a verem a beleza.

Redação do Momento Espírita, com base no

texto Sem olhar para trás, de Gilberto Nucci.

Síndrome do Pânico na visão de um psiquiatra espírita

 

Entrevistado: Dr. Jaider Rodrigues de Paulo, psiquiatra

Nota: O conteúdo das respostas é de inteira responsabilidade do entrevistado, cabendo ao CVDEE o papel de divulgação e incentivo ao estudo da Doutrina Espírita.

Obs: A entrevista pode ser divulgada livremente em outros meios de comunicação, sendo obrigatória a citação da fonte.

ENTREVISTA (30 questões)

01 - O que é Síndrome do Pânico?

Resposta: É uma vivência geralmente abrupta sem motivos aparentes levando o indivíduo portador a um estado de pavor, medo de morrer e de enlouquecer, como sentimento de estranheza e vários sintomas orgânicos tais como taquicardia, sudorese, mal-estar, boca seca, falta de ar e outros.

02 - Quais são as medidas profiláticas dessa síndrome?

Resposta: Toda e qualquer atitude salutar diante da vida.

03 - Quais são as causas da síndrome do pânico? Orgânicas (genéticas) ou espirituais (obsessivas)?

Resposta: A ciência oficial ainda não tem uma causa definida e clara para esta síndrome. Somos do parecer pelos estudos que já fizemos que o núcleo central da síndrome do pânico está na reencarnação transata, na qual o indivíduo teve uma morte violenta prematura por acidente ou suicídio. Nas regressões de memória a que submetemos a alguns clientes com essa síndrome encontramos, em todas, uma morte traumática. A dificuldade em desvencilhar-se do corpo físico morto, sentindo as conseqüências da decomposição dele, fixa no perispírito das pessoas aquelas impressões desagradáveis que o corpo físico da seguinte reencarnação, não consegue apagar. De uma maneira geral temos observado que pessoas que têm síndrome do pânico tem medo de cemitério e não gostam de freqüentar velórios, ou seja, evitam inconscientemente aqueles locais aonde sofreram muito. Quanto à parte genética, há a possibilidade de transmissão autossômica dominante com reentrância parcial do gene do cromossomo 16.

04 - Como podemos viver em harmonia com alguém que sofre dessa síndrome?

Resposta: Primeiro entendendo que se trata de uma pessoa enferma necessitando de compreensão e apoio. Segundo, auxiliando-a em seu tratamento especializado.

05 - Na prática do dia-a-dia, como podemos ajudar a um companheiro que possui a síndrome do pânico?

Resposta: Procurando entender o seu sofrimento e fazendo a ele o que você gostaria que fosse feito a você, como por exemplo, evitando críticas ou exigências sobre o que ele não dá conta de fazer.

06 - Sensação de medo do futuro, ansiedade, tontura gerando insegurança, sensação de falta de ar, são possíveis sintomas da síndrome do pânico? A síndrome do pânico pode ser confundida com a aproximação de energias estranhas à nossa?

Resposta: Não, estão mais parecidos com crise de ansiedade. Com energias estranhas sim, principalmente se a pessoa for médium.

07 – Gostaria de saber se a obsessão é sempre a causa desta síndrome, e se devemos tomar remédios controlados para amenizar as crises já que estes viciam e afetam o perispírito, e também sobre a terapia de regressão, se é um caminho para a cura?

Resposta: Primeiro há um engano na afirmação. Síndrome do pânico não tem, ao nosso ver, como causa a obsessão. Isso é vicio de interpretação de espíritas mal informados, que afirmam que tudo que um indivíduo sente em nível mental ou é obsessão ou mediunidade. Isso revela desconhecimento das obras de Kardec. Um processo obsessivo agrava um quadro de síndrome do pânico, mais isso não quer dizer que seja a etiologia da mesma. Quem tem síndrome do pânico necessita de tratamento especializado. Quanto ao fato de os medicamentos afetarem o perispírito, isso é uma verdade somente se o indivíduo usa o medicamento de maneira abusiva e não procura fazer nada que venha a modificar as suas atitudes diante da vida. A regressão de memória pode ser muito útil para o paciente portador dessa síndrome do pânico.

08 - Atualmente estou ficando com a língua, os braços e as pernas dormentes, sem contar com a sensação de perda de consciência e sensação de falência. Já realizei vários exames e fui a diversos especialistas, todos me dizem que estou com síndrome do pânico. Tenho discordado, pois além de não estar com medo de sair de casa e das pessoas (o que é um sintoma), essas crises aparecem nos momentos de maior relaxamento. Tenho a impressão que essa sensação tem influência espiritual. Pergunto: é possível associar esses sintomas com a questão espiritual.

Resposta: Acreditamos que sim, embora falte ainda uma anamnese mais detalhada para suspeitarmos de síndrome do pânico.

09 - Como lidar com esta síndrome com um filho adulto e espírita?

Resposta: Por ser espírita seu filho tem mais recursos para lidar com a doença embora tenha necessidades de tratamento médico. Os recursos espíritas ajudam a amenizar as influenciaçoes espirituais o que pode aliviar muito a sobrecarga sobre o paciente. Porém repetimos que ele necessita de tratamento especializado. Você pode incentivá-lo a procurar tais ajudas.

10 - A síndrome do pânico pode atingir alguém que mora em uma cidade pacata, do interior?

Resposta: Perfeitamente.

11 - A síndrome do pânico não deveria ser tratada como obsessão? Por que espíritas se refugiam na medicina quando não querem enfrentar a causa espiritual primária de muitas doenças?

Resposta: Não, porque não é simplesmente uma obsessão. Trata-se de uma nosologia médica com tratamento médico. Querer tratar problemas psicológicos e orgânicos somente com recursos espirituais é não aceitar a realidade e muitas vezes refugiar-se na doutrina espírita para não aceitar que está doente. O inverso também ocorre como você está dizendo. Têm muitos espíritas que se refugiam em consultórios médicos quando na realidade deveriam assumir as suas necessidades espirituais.

12 - Onde eu poderia ter algum esclarecimento sobre o tema?

Resposta: Dentre muitas revistas médicas e livros que versam sobre o assunto, existe um livro com o titulo "Pânico", de Mario Eduardo Costa Pereira, muito bom.

13 - Até que ponto a mente influencia no comportamento do indivíduo e o ajuda a conquistar o que deseja, tanto material quanto espiritual?

Resposta: A mente está na base de todos fenômenos humanos. Uma vontade firme determinada é capaz de realizar prodígios muitas vezes inimagináveis por nós. Como dizia Eistein, é preciso crer para ver.

14 - Quando se acorda, sentindo um medo que não se sabe de quê, um vazio, apesar de ter inúmeras atividades, isso é síndrome do pânico?

Resposta: Não. É bem provável que sejam vivências obsessivas ou admoestações feitas por mentores nos orientando sobre estarmos fora do caminho programado.

15 - Como diferenciar a síndrome do pânico de uma influenciação, uma aproximação de alguma entidade espiritual?

Resposta: A síndrome do pânico apresenta sintomas característicos embora, alguns destes possam ser confundidos com influenciação espiritual. Uma influenciação de grande proporção já esta nas raias da obsessão, e esta apresenta outras características. Os pesadelos persecutórios com despertar na madrugada com medo, insônia por medo de dormir, irritabilidades constantes, crises de ansiedades sem outros sintomas físicos, mudanças de humor constantemente, idéias esquisitas invadindo a mente do indivíduo, aversões sem justificativa, pensamentos suicidas e outros quase sempre estão presentes nas obsessões.

16 - Ocupar o nosso tempo com atividades úteis, alegres, participativas, auxiliam o tratamento de pessoas que tem síndrome do pânico?

Resposta: Muito, porque elevam o padrão mental da pessoa, fazendo-a vibrar numa oitava acima do normal dela, dificultado as incursões inconscientes da mente nos dramas passados que, ao nosso ver, são as verdadeiras causas da síndrome do pânico.

17 - Não sei se se aplica ao pânico, mas como se analisa a questão do medo advindo de experiências desta atual existência que minaram a confiança da pessoa (ex.. sofrer atos de violência física ou mental, acidentes etc.). Qual o melhor caminho para se desvencilhar desse medo?

Resposta: Essas experiências traumáticas muitas vezes tornam o indivíduo mais sensível e costumam despertar dificuldades ocultas que até então estavam sob controle em seu campo mental. Nesses casos, o bom seria procurar um profissional competente que ajudasse a pessoa a se dessensibilizar desses traumas. Existem técnicas de tratamento para isso.

18 - O que fazer quando percebo que a "crise" está começando: o coração passa de 220 batimentos por minuto... tenho medo de enfartar (o cardiologista falou que não tenho nada no coração). Eu começo a orar, peço ajuda, mas parece que não consigo evitar... Estou tomando passe e água fluidificada.

Resposta: Normalmente é isso que acontece. As pessoas dizem: rezo, rezo, rezo e não melhoro. Vou ao Centro, tomo passe água fluidificada e nada, será que Deus esqueceu de mim? A sua questão vem reafirmar o que estamos dizendo: paciente com síndrome do pânico necessita de tratamento especializado, além da ajuda espiritual.

19 - Senti-me mal e foi diagnosticada síndrome do pânico. Sou espírita e fiquei com uma interrogação: ouvi dizer que tem a ver com falta de fé, mas não me considero sem ela. Isto é correto?

Resposta: As maiores dificuldades que temos na vida realmente é por falta de fé. Mas no caso da síndrome do pânico isto não é característico da falta de fé, propriamente dito.

20 - Teria a síndrome do pânico algum papel punitivo ou educativo na encarnação?

Resposta: Punitivo não, porque Deus não pune os seus filhos que erram porque são ignorantes. Essa idéia de punição é resquício de idéias religiosas da "psicologia do inferno". Educativas sim. Pois todo sofrimento, quando bem entendido, tende a levar à conscientização da pessoa.

21 - Uma pessoa que tenha um problema tipo ciúme obsessivo, pode ter síndrome do pânico?

Resposta: Pode sim, mas não vejo ligação direta entre eles.

22 - Tenho uma formação espírita desde criança: leio livros espíritas, participo de reuniões semanais e faço o “Evangelho no lar”. Mesmo assim não consigo me livrar da síndrome de pânico. Tomo regularmente Rivotril, duas vezes ao dia e nas tentativas que fiz para parar de tomar me senti péssima. Tudo começou após o nascimento de minha filha que hoje possui dez anos. A sensação que tenho é de que alguma catástrofe está para acontecer, a todo instante, mas principalmente à noite e em ambientes fechados. Tenho muito medo de que algo me aconteça, pois, mesmo acreditando na vida em outro plano, não quero que minha filha sofra a minha falta ainda tão nova, não quero vê-la sofrer. Atualmente tenho sofrido muito, pois o meu marido está desempregado e a empresa em que trabalho já avisou que irá demitir funcionários, pois está sendo adquirida por outra. Não tenho me sentindo bem e, mesmo com os remédios, vivo em pânico, acordo durante a noite e fico pensando como vou sustentar a minha família. Às vezes tenho vontade de morrer, mas ao mesmo tempo não quero que isto aconteça, pois quero criar a minha filha, encaminhá-la na vida. Estou sofrendo muito. O que o espiritismo pode ajudar quanto ao pânico?

Resposta: O seu quadro, ao nosso ver, trata-se de transtorno de ansiedade generalizado, complicado pelas vicissitudes da vida. Não me parece estarmos diante de um quadro de Síndrome do Pânico característico. Você necessita de fazer o tratamento do transtorno de ansiedade e trabalhar mais a sua fé no Criador. Aliás, no momento atual pelo qual passamos, todos nós necessitamos buscar na nossa fé a força necessária para vencermos essas dificuldades que assolam o nosso país.

23 - Quero saber como devo agir no meio de tanto estresse, para evitarmos esta doença e, melhor, como auxiliar alguém que esteja começando a tê-la ou até já esteja em grau um pouco mais adiantado da síndrome do pânico?

Resposta: Fazendo uma análise de como você está administrando a sua vida. O que realmente é necessário e o que de supérfluo está ocupando o espaço do vital para você. Nós muitas vezes sofremos desnecessariamente por não saber o que queremos da vida. Necessitamos priorizar em nossa vida o que realmente é necessário. Leia o livro "Mereça ser feliz", isso vai lhe ajudar muito, espero.

24 - Deve a pessoa que tem síndrome do pânico, tomar medicação? A meu ver trata-se somente de obsessão.

Resposta: Já foi respondido em outra parte (questões 4 e 11).

25 - Milha filha apresentou esse problema há alguns anos atrás. Os médicos demoraram muito para diagnosticar; tiveram que fazer muitos exames. Enfim, ela ficou sete dias internada. Fez tratamento alopático e só. Gostaria de saber se há possibilidade de voltar o problema e em que situação?

Resposta: Geralmente são os psiquiatras ou cardiologistas que fazem o diagnóstico com mais facilidade devido a serem muito freqüentes, em suas clínicas, tais pacientes. Junto com o tratamento alopático (sempre necessário), deve-se buscar a psicoterapia e também os tratamentos complementares. A ajuda espiritual é muito benéfica. Leituras salutares, o hábito da oração, esportes, divertimentos sadios, são muito importantes para manter a mente da pessoa sempre em um nível superior, pois o pessimismo e o vício de mentalizar o lado negativo da vida podem ser fatores desencadeantes das crises.

26 - Sou casada há l2 anos e tenho um filho de seis anos. Tenho sofrido ao longo de sete anos entre período de depressão e outro, e hoje foi diagnosticado que tenho, além de fibromialgia que é um distúrbio neurológico, a síndrome do pânico. Há dias em que são ainda mais intensos o meu pavor e a aversão ao mundo externo. Gostaria de saber por que esta síndrome se instala e se há cura?

Resposta: A causa, como já falamos alhures, é desconhecida pela ciência. Existem várias hipóteses, mas nenhuma por si responde a todas as questões. É muito comum depressão, fibromialgia e síndrome do pânico estarem presentes numa mesma pessoa. No final destas questões exporemos o nosso ponto de vista sobre a síndrome do pânico.

27 - Como ajudar uma pessoa com esses sintomas fora de um centro espírita? A terapia de regressão a vidas passadas não implica riscos para o paciente? (se Deus nos deu a bênção da amnésia parcial, será beneficio relembrar certas vivências)

Resposta: Em primeiro lugar, aconselhando-a a procurar um médico. Depois, orientando-a a fazer uma revisão de como tem vivido. Procurar vincular-se a um trabalho voluntário em favor de alguém e não esquecer de buscar o hábito da oração. Quanto à regressão de memória à vivências passadas, costuma ser muito útil no tratamento destas pessoas. O esquecimento do passado é realmente uma bênção, mas não impede que busquemos recursos para a solução dos nossos problemas hoje. O nosso "EU" superior só permitirá vir à consciência aqueles fatos que o nosso psiquismo de superfície já suporta elaborar. A mente tem os seus mecanismos de defesa, que protegem a integridade psíquica. Quando Emmanuel desaconselha vasculhar o passado, afirma isso nas questões de curiosidade e não para tratamento. Para tratamento somos do parecer que é válido, desde que seja feito por profissional competente.

28 - Como o medo e a solidão influenciam no processo da síndrome do pânico?

Resposta: O medo, quando em grau superlativo, é o pior sentimento que uma pessoa pode sentir. A síndrome do pânico é um medo extremo, que desencadeia vários sintomas numa pessoa. Ele é para nós a porta de entrada da síndrome do pânico.

29 - Minha mãe teve síndrome do pânico logo após o desencarne de meu pai (ele ficou doente l5 anos e esse tempo todo ela dedicou somente à doença do marido). Ela foi várias vezes no hospital com a pressão alta e, após várias crises, foi constatada a síndrome do pânico. Ela hoje está bem melhor, mas continua tomando medicamentos. Na mesma época em que começou o tratamento, ela voltou a receber passes no centro espírita. Não sabemos se a melhora foi devida aos trabalhos no Centro ou à medicação. Se ela parar com a medicação, a síndrome pode voltar? Ela não quer mais ficar tomando tantos remédios.

Resposta: Somos do parecer que foram as duas coisas que redundaram na melhora. É bom que ela procure o seu médico e converse com ele sobre a possibilidade de reduzir a medicação e observar como ela irá sentir.

30 - Observação do entrevistado: A síndrome do pânico, em nossa experiência, tem como provável causa uma morte traumática na reencarnação próxima passada. Geralmente por suicídio. No livro “Memórias de um suicida”, Camilo Castelo Branco descreve com rara felicidade os principais sintomas encontrados em tal síndrome. A dificuldade em desvencilhar-se do corpo vital quando de um desencarne abrupto provocado direta ou indiretamente pelo próprio indivíduo é o que, ao nosso ver, responde por todo cortejo de sensações estranhas que a pessoa sente. De uma maneira geral vários sintomas são confundidos com esta síndrome. Ansiedade, palpitação, mal-estar e outros por si sós não nos autorizam a dar este diagnóstico A sensação de desrealização, despersonalização, medo de enlouquecer ou de morte eminente com a angústia de que ninguém pode ajudar, é para nós os principais sintomas dessa síndrome. Os pacientes em regressão de memória, quando acessam estes momentos, nos revelam esses sentimentos. A dificuldade em desencarnar (não de morrer) é que traz esse sofrimento. A morte pode ser de várias maneiras: suicídio, enfarto, guerra, traumas vários, mas é a dificuldade em desvencilhar-se do corpo e ficar preso ao duplo etérico quando o corpo já está morto que é o grande problema. Ao reencarnar, o novo corpo não é capaz de abafar as sensações violentas do passado e, por ressonância com vivências atuais, pode abrir-se uma janela para o passado e essas sensações podem se materializar na vida atual. O momento da morte como do nascimento é muito importante para todos nós.

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