Em 1994 o prêmio Nobel de Economia, no valor de 930.000 dólares, distribuído anualmente pela Academia Sueca de Ciências, foi dividido entre um alemão e dois americanos, por sua contribuição para estabelecer os fundamentos da teoria dos jogos.
A teoria dos jogos transformou o mundo dos negócios e substituiu a economia clássica baseada na pura competição.
Criada na década de 1940, grande parte da sua base matemática foi desenvolvida por John F. Nash em sua tese de doutorado na Universidade de Princeton.
Nash foi um dos ganhadores do prêmio Nobel. Nascido em 1928, na Virgínia ocidental, Nash estudou matemática no Instituto de Tecnologia Carnegie e em Princeton. Em 1951 passou a integrar a equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
O que ressalta em sua vida, entretanto, não é a sua genialidade, mas o grande martírio que foi a sua vida.
Com diagnóstico de esquizofrenia, ele foi recolhido a um hospital psiquiátrico e submetido, inclusive, a choques por insulina.
Ele tinha, segundo os médicos, alucinações, ilusões, que o levavam a imaginar conspirações internacionais e a se acreditar capaz de impedir um grande problema mundial.
Também afirmava receber ordens de determinadas pessoas, invisíveis aos demais.
Fosse a sua imaginação ou fossem espíritos que o atormentassem, dentro do seu quadro de quase loucura, o que importa é que ele superou a dificuldade.
Em todos os momentos, inclusive nos das maiores e piores crises de quase loucura, sua esposa esteve com ele.
Alícia dispôs-se a mantê-lo em casa mesmo quando, por recomendação médica, que o julgava perigoso, deveria retornar para o tratamento no hospital e se submeter, outra vez, aos choques e medicação mais potente, a fim de impedir a loucura total.
“Quer saber o que é real?” – pergunta ela ao marido. E, tocando-lhe a face com muito carinho, diz: “isto é real.”
Depois toma a mão dele e a coloca em seu próprio rosto, repetindo: “isto é real.” Em seguida leva a mão ao coração, fazendo-o sentir o pulsar descompassado e torna a afirmar: “isto é real.”
Finalmente, ela lhe diz: “talvez a parte que saiba que tenha que acordar de um sonho não esteja em seu cérebro. Talvez esteja em seu coração.”
Ela apostou na sua melhora. E ele correspondeu. Com esforço incrível, sendo muitas vezes motivo de risos dos estudantes, ele retornou para a Universidade de Princeton, com permissão de assistir algumas aulas e freqüentar a biblioteca.
Lutou bravamente para não atender aos rogos e ordens dos personagens invisíveis que o atormentavam e conseguiu reaver sua cadeira de professor.
Na noite de dezembro de 1994, ao receber o seu prêmio, em Estocolmo, o discurso de Nash foi emocionante:
“Sempre acreditei nos números. Nas equações e na lógica que leva à razão. E após uma vida toda de buscas, pergunto: o que realmente é a lógica?”
Quem decide a razão?
Minha procura me levou através do físico, do metafísico, do ilusório e de volta. E fiz a descoberta mais importante da minha carreira.
A descoberta mais importante da minha vida. É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada.”
E, olhando para a esposa, emocionada, na platéia, completou: ”só estou aqui esta noite por sua causa. Você é a razão de eu existir. Você é todas as minhas razões.”
***
Quem ama sempre se transforma em mártir do amor.
Ante o amor, a dificuldade torna-se desafio, a dor se faz teste, a enfermidade constitui resgate, a luta se converte em experiência, a ingratidão ensina, a renúncia liberta, a solidão prepara e o sacrifício santifica.
Equipe de Redação do Momento Espírita com base no livro do ano da Enciclopédia Mirador, vol. 1995, item Prêmio Nobel de Economia, no filme “Uma mente brilhante” e no livro repositório de sabedoria, vol. 1, verbete amor, Divaldo Franco.