quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo!

gardenia-darlene-richardson

Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

Novo Ano! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

Não maldigas, nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes, nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: -

Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

Emmanuel

 

Livro Vida e Caminho. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Coerência

 

Alexandre magno, também conhecido como "Alexandre, o Grande", é considerado por muitos o maior gênio militar da história.

Enquanto viveu, não conheceu a derrota.

Alexandre nasceu no ano 356 a.c. Sucedeu o pai no trono aos 20 anos.

Quando criança, estudou com o filósofo Aristóteles. Desde cedo mostrou sua habilidade militar, tanto que com 16 anos já tinha recebido o comando de um exército, aos 18 comandou a cavalaria do rei Filipe na conquista de Atenas e Tebas.

Conta-se que um dia seus comandados vieram lhe trazer a preocupação com um certo soldado de temperamento ruim, que estava causando problemas com a sua indisciplina.

Alexandre chamou o rebelde para ter com ele uma conversa séria a respeito do seu comportamento.

“Qual é seu nome?” Perguntou o imperador.

“Alexandre”, disse o soldado.

O imperador olhou-o, com firmeza, e lhe ordenou simplesmente: “troque de comportamento, ou troque de nome.”

Para usar o nome que representava grandeza d’alma, era preciso honrá-lo.

Não se sabe qual foi a decisão do soldado, mas o certo é que Alexandre tinha muita razão ao proferir tal sentença.

Ficamos a imaginar quantos nomes venerandos são usados por pessoas que os depreciam com seus comportamentos ruins.

E se os apóstolos Paulo, Pedro e João, e todos os santos fizessem o mesmo que o imperador?

Se Maria santíssima resolvesse cobrar de todas as Marias um comportamento compatível, o que aconteceria?

E se Jesus resolvesse fazer o mesmo, exigindo que todo aquele que se chama Jesus, honre o nome que tem ou troque-o?

Das duas, uma: ou o mundo ficaria melhor instantaneamente, ou os cartórios teriam muito trabalho para tantas mudanças de nomes.

Imaginemos como o mundo seria diferente se cada nome fosse usado com a dignidade daquele que o inspirou!

Imaginemos se todas as instituições e pessoas que se denominam cristãs, adotassem a conduta do Cristo!

Certamente o mundo não seria o mesmo. Seria muito melhor.

Para alguns, o nome pode ser apenas um amontoado de letras. Mas será que aquele que o escolheu não pensou, de alguma forma, que seu filho ou sua filha tivesse um comportamento digno do nome que recebeu?

E você, já pensou naquele ou naquela que inspirou seus pais na escolha do seu nome?

Pense nisso!

Na verdade o nome que usamos pouco importa.

O mais importante é a conduta que adotamos no dia-a-dia.

Também não somos coagidos a ostentar esta ou aquela bandeira religiosa, mas se o fazemos, é importante que saibamos honrá-la.

Sempre que nos dizemos seguidores desta ou daquela religião, somos responsáveis pelos exemplos que passamos aos outros.

É pelos exemplos que podemos aproximar as pessoas ou afastá-las.

Isso se chama coerência.

Pense nisso!

 

Texto da Equipe de Redação, sob inspiração da conversa de Raul Teixeira com trabalhadores espíritas em Pato Branco, no dia 20/03/2004.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Comprometimento

 

Se, quando a nota musical fosse convocada pelo artista para uma composição, ela dissesse: “não é uma nota que faz a música...” Não nasceriam sinfonias e o homem jamais poderia se extasiar com a música que lhe enche os ouvidos e a alma.

Se, quando a palavra fosse convidada a ser escrita, dissesse: “não é uma palavra que faz uma página...” Não existiram livros, que beneficiam tantas vidas.

Se, quando o construtor buscasse a pedra, ela dissesse: “não há pedra que possa montar uma parede...” Não haveria casas, edifícios, construções tão espetaculares, que parecem desafiar o homem.

Se, quando a gota caísse sobre a terra, dissesse: “uma gota d’água não faz um rio...” Não haveria rios, lagos, mares e oceanos.

Se, nas mãos do semeador, o grão dissesse: “não é um grão que semeia um campo...” Não haveria colheitas abundantes e mesas fartas.

Se, o homem simplesmente considerar que não é um gesto de amor que pode salvar a humanidade, jamais haverá justiça, paz, dignidade e felicidade na terra.

Assim como as sinfonias precisam de cada nota, assim como o livro precisa de cada palavra, não sendo nenhuma dispensável; assim como as construções precisam de cada pedra no seu exato lugar; assim como os rios, lagos, mares e oceanos precisam de cada gota d’água; assim como a colheita precisa de cada grão, a humanidade precisa de você.

Exatamente! De você! Onde estiver. Você é único, e, portanto, insubstituível.

E Deus conta com sua participação ativa nesta sinfonia espetacular que é a vida para tocar com sua harmonia, a musicalidade da sua voz, os corações aflitos e lhes acalmar as dores.

Deus conta com sua palavra de bom ânimo e encorajamento para erguer os caídos nas estradas do desespero.

Deus conta com as pedras da sua construção ativa nas boas obras para que muitos dos seus filhos não morram de fome, nem padeçam frio, nas estreitas vielas da amargura e do abandono.

Deus conta com a gota d’água da sua boa vontade para modificar os painéis de sofrimento nas estradas por onde seguem os seus pés.

Deus conta com o grão especial da sua paciência para semear a serenidade no campo das lutas diárias dos homens que ainda não descobriram que suas vidas devem ser muito mais do que simplesmente dominar o mercado financeiro, vencer os adversários em um jogo ou ganhar na cotação da bolsa de valores.

Deus conta com o seu gesto de amor, onde esteja, para falar e agir com justiça, para semear a paz, para viver com dignidade e mostrar que é possível ser feliz na terra, ainda hoje.

A maior felicidade consiste em saber descobrir a felicidade nos olhos da gratidão alheia, na prece que brota da alma da criança a quem ensinamos a buscar a Deus, nas mãos envelhecidas no trabalho, que buscam as nossas para um aperto silencioso, significativo, sincero. 

*** 

O mundo precisa do nosso comprometimento para ser o mundo que todos queremos, desejamos e aguardamos.

Não esperemos pelos outros.

Doemos hoje, agora, a nossa nota de esperança, a nossa palavra de fé, a nossa gota de amor, a nossa semente de solidariedade.

O mundo espera. As criaturas precisam, e Deus conta conosco.

 

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em mensagem de autor desconhecido, intitulada “se”.

'Chico Xavier' é uma das grandes apostas do cinema em 2010 - veja o trailer

 

Cinebiografia sobre líder espiritual deve estrear em 2 de abril.

 

 

A trajetória de Chico Xavier, um dos mais importantes expoentes do espiritismo no Brasil, é uma das grandes apostas do cinema nacional para 2010. Dirigido por Daniel Filho (dos sucessos de bilheterias "Se eu fosse você" 1 e 2), "Chico Xavier" promete tratar das histórias de fé e também das polêmicas que envolveram a vida do médium que morreu aos 92 anos em Uberaba (MG) e afirmava conversar com os espíritos.

O G1 antecipa com exclusividade nesta quinta-feira (24) o trailer do filme (veja ao lado), que passará a ser exibido nos cinemas do país a partir de 1º de janeiro, antes das sessões de "Lula, o filho do Brasil", outra das principais apostas nacionais para o próximo ano. Produzido pela Globo Filmes, "Chico Xavier" tem previsão de estreia para 2 de abril de 2010.

Três atores se revezam no papel de Xavier no longa: Nelson Xavier, encarnando o personagem dos 60 aos 80 anos; Angelo Antonio, que vive Xavier dos 20 aos 50; e o ator-mirim Matheus Costa, responsável pelas cenas da infância do líder espiritual mineiro.
Também estão no elenco os atores Tony Ramos, Christiane Torloni, Pierre Baitelli, Paulo Goulart, Carlos Vereza, Cassio Gabus Mendes e outros.

O roteiro de "Chico Xavier" é inspirado na biografia homônima escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior. Nascido em 1910 no município de Pedro Leopoldo (MG) e morto em 2002 em Uberaba (MG), Xavier publicou mais de 400 livros em vida, todos eles, afirmava, psicografados através de conversas com espíritos. Estima-se que mais de 20 milhões de exemplares foram vendidos.

 

 

FONTE: http://intertvonline.globo.com/

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A colheita de amanhã

 

 

Aquele homem de cabelos brancos e rosto sulcado por profundas marcas que o tempo esculpiu, certamente tinha acumulado muitas experiências que a vida lhe proporcionara.

Quantos sorrisos, quantas lágrimas já haviam contemplado aquele velho rosto agora cansado e quase sem expressão.

Empregou seu tempo de juventude construindo o futuro e amparando a esposa e os filhos. Agora que suas forças físicas estavam sumindo e o corpo quase não obedecia aos comandos do cérebro, ele foi viver com um dos filhos, a nora e o neto de seis anos de idade.

Sentia-se um intruso naquele lar. Tinha saudades da esposa, que já havia retornado ao mundo dos espíritos há alguns anos.

Nos primeiros dias o vovô se sentava à mesa para fazer as refeições junto com os familiares, mas a nora não estava gostando que aquele velho de mãos trêmulas derramasse alimentos sobre a mesa e no chão.

Sim, uma visão embaralhada e mãos que tremem, deixam rolar algumas ervilhas, derramar o leite do copo, sujar a toalha.

O filho e a nora não suportaram por muito tempo aquela sujeira toda, providenciaram uma mesa pequena e a colocaram no canto da sala. Agora o vovô passaria a comer lá, sozinho, pois o barulho das suas mastigadas rudes também incomodavam o jovem casal.

O velho homem também havia quebrado dois pratos e por isso passou a comer numa tigela de madeira, por ordem do seu filho.

O neto era a única pessoa que se aproximava do velho e só ele percebia que, vez em quando, uma lágrima rolava discretamente do olho do vovô.

Apesar da pouca idade, o garoto sabia que as lágrimas eram por causa do abandono e da solidão e tentava animar o vovô com sua alegria infantil.

Numa noite, em que o casal conversava na sala de jantar, o pai notou que o menino lidava com pedaços de madeira e outras sucatas jogadas no chão, e lhe perguntou interessado:

- Filho, o que você está fazendo com essas madeiras?

O filho respondeu com a doçura e a inocência de seus seis anos:

- Estou fazendo duas tigelas de madeira. Uma é para você, e a outra para a mamãe. Afinal, quando eu crescer vocês precisarão delas.

As palavras do garoto foram um golpe para os pais, que ficaram mudos por alguns minutos.

Depois, entenderam a lição e grossas lágrimas rolaram dos seus rostos jovens.

E, naquela mesma noite, na hora do jantar, o marido foi buscar seu velho pai e o trouxe para sentar-se à mesa e usar talheres e pratos como todos os outros.

Sem entender o que estava acontecendo, aquele homem de cabelos brancos e rosto sulcado por profundas marcas que o tempo esculpiu, pôde fazer parte outra vez do mundo dos vivos, apesar das mãos trêmulas e da visão embaralhada.

***

Os pais são espelhos vivos dos filhos, que neles buscam um norte para suas vidas.

Lembre-se sempre de que eles o observam e seguem as suas pegadas.

Por essa razão, vale a pena deixar marcas de luz e exemplos dignos de serem seguidos.

Amar ao próximo

 

Se alguém diz que ama a Deus, mas não ama o seu semelhante, é mentiroso. Isso foi escrito pelo Apóstolo João e nos convida a uma profunda reflexão.
             Por que o amor a Deus passa inevitavelmente pelo amor ao próximo? Por que não basta amar a Deus no isolamento das criaturas, ou na indiferença ao semelhante?
Deus, ao nos criar, não nos cria perfeitos, mas oferece as oportunidades e possibilidades de se chegar à perfeição.
             E, por grandiosidade de Sua justiça, essa perfeição se alcança por esforço próprio, por dedicação, e jamais por gratuidade ou dom divino, a escolher uns ou outros como mais ou menos amados por Ele e, consequentemente, com mais ou menos virtudes e dons.
             Quando lemos a biografia de grandes vultos do amor ao próximo, como Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier ou Irmã Dulce, vemos a exemplificação do exercício no amor ao próximo.
             E é natural que questionemos de onde eles retiraram forças para amar incondicional e intensamente, ao longo de toda uma vida?
             Aprenderam a amar ao próximo no exercício do amor a que se propuseram, saindo de si mesmos, indo em direção ao outro, encontrando Deus.
             O amor a Deus não se constrói de forma mística, transcendental ou isoladamente.
Entendendo isso, Jesus, personificação maior do amor a Deus, nos ensina que toda vez que auxiliarmos, que dermos de comer, que matarmos a sede de nosso irmão, é a Ele mesmo que estaremos fazendo isso.
             Convida-nos Jesus a experimentar o exercício do amor a Deus aprendendo a amar ao próximo.
             Afirma mesmo o Mestre Galileu que o maior mandamento da Lei de Deus é amar ao Pai, seguido do exercício de amar-se para amar ao próximo.
             Se você busca o entendimento das Leis de Deus, de instaurá-Lo na sua intimidade, um bom início será o de olhar para o próximo, no exercício do amor.
             Sempre temos recursos e meios de auxiliar, de demonstrar o amor na forma do desvelo, do carinho, da solidariedade ou da compaixão.
             Ofereçamos a palavra edificante para incentivar os desvalidos, a presença fraterna para aqueles abandonados na solidão, ouvidos pacientes para um coração aflito com necessidade de desabafar.
             Somos convidados ao exercício do amor ao próximo construído na compreensão frente àquele em desatino, em benevolência para o irmão em desequilíbrio ou indulgência na ação precipitada.
             São pequenos gestos que se fazem exercícios de amor ao próximo, no objetivo de amar a Deus. Afinal, como nos alerta o Apóstolo João, se não conseguimos compreender nosso irmão, jamais teremos condições de amar e compreender a Deus.

 

 

Redação do Momento Espírita.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Como fazer acontecer

 

 

Algum tempo atrás recebemos, com alegria, um pequeno folheto, produzido por uma empresa de material escolar, intitulado “como fazer acontecer”.

Nele encontramos uma lista de dicas, de orientações muito seguras para conseguirmos sucesso nas empreitadas de nossa vida.

Sob o subtítulo de “caminhos para um efetivo fazer acontecer”, lemos o seguinte:

Primeiro: visualize, com detalhes, como se tudo já estivesse realizado – imagine com pormenores o estado desejado. Essa imagem cristalina é algo que irá naturalmente orientá-lo quanto ao que deve ser feito, como começar, etc.

Segundo: dê rapidamente o primeiro passo – confie nos “lampejos” que você tem. Se você sente confiança interior, aja sem hesitação e dê o primeiro passo. A natureza fará a seqüência acontecer.

Terceiro: faça tudo de corpo e alma – não seja “morno”, “fazendo por fazer”. Até o impossível se torna possível quando nos envolvemos integralmente.

Quarto passo: faça tudo com boa vontade e prazer – a probabilidade de dar certo aumenta tremendamente quando fazemos tudo com a mente alegre.

Quinto: seja otimista – não se deixe influenciar pelos cínicos e pelos pessimistas. Ajude a construir o ideal, a cada dia dando o passo do dia.

Sexto: concentre-se em seus pontos fortes – ao invés de se deixar bloquear por eventuais pontos fracos, ancore-se no que você tem de melhor.

Sétimo: concentre energia – evite desperdiçá-la fazendo as coisas pela metade, ou começando muitos projetos sem nada concluir.

Oitavo: seja natural – não se deixe derrotar pelo “excesso de esforço”. Faça o que tem que ser feito e mantenha a tranqüilidade interior. Dê espaço e tempo para a natureza também fazer a sua parte.

Nono passo: seja transparente – nem sequer pense desonestamente, pois isso drena sua energia. Já imaginou quanto de energia gastamos para “proteger” a mentira contada ontem? Ser transparente faz multiplicar energia.

Décimo: seja generoso – “a generosidade move montanhas.” As coisas fluem melhor à sua volta porque a generosidade faz agir. Picuinhas, ao contrário, imobilizam as pessoas.

Décimo primeiro: aja sempre com justiça, isto é, evite a postura de tirar vantagem de tudo. Aja pensando em benefícios para todos. As coisas passam a acontecer com mais fluidez.

Décimo segundo passo: confie 100% em sua força interior – fazer acontecer exige fé, principalmente em si mesmo. É essa convicção que o deixa solto para fazer o que é necessário.

Finalmente, décimo terceiro: busque excelência, sempre – um fazer acontecer efetivo deve estar ancorado na busca do melhor, do perfeito, do ideal. O tempo que levaremos para chegar à perfeição é outra coisa. O alvo, porém, deve sempre ser a perfeição.

***

A acomodação pode tornar-se um vício perigoso em nossa vida.

Utilizamos a palavra vício, pois se permitirmos, ela vai nos dominando, nos dominando, até fazer parte de nosso estado natural de ser.

O que começa hoje com uma pequena preguiça, com um pequeno desânimo, pode ganhar proporções maiores e nos lançar a processos de depressão e tristeza.

Assim, permaneçamos atentos a qualquer indício destes sentimentos que não são nada bem-vindos, e logo os espantemos para longe de nós.

 

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir do texto “Como fazer acontecer”, distribuído gratuitamente pela empresa Tilibra.

Almas enamoradas

 

Geralmente, é na juventude do corpo que temos despertado o interesse em buscar o sexo oposto para compartilhar dos nossos sonhos.
        Quando encontramos a alma eleita, o coração parece bater na garganta e ficamos sem ação. Elaboramos frases perfeitas para causar o impacto desejado, a fim de não sermos rejeitados.
        Então, tudo começa. O namoro é o doce encantamento.
        Logo começamos a pensar em consolidar a união e nos preparamos para o casamento.
        Temos a convicção de que seremos eternamente felizes. Nada nos impedirá de realizar os sonhos acalentados na intimidade.
        Durante a fase do namoro é como se estivéssemos no cais observando o mar calmo que nos aguarda, e nos decidimos por adentrar na embarcação do casamento.
        A embarcação se afasta lentamente do cais e os primeiros momentos são de extrema alegria. São os minutos mais agradáveis. Tudo é novidade.
        Mas, como no casamento de hoje observa-se a presença do ontem, representada por almas que se amam ou se detestam, nem sempre o suave encantamento é duradouro.
        Tão logo os cônjuges deixem cair as máscaras afiveladas com o intuito de conquistar a alma eleita, a convivência torna-se mais amarga.
        Isso acontece por estarem juntos Espíritos que ainda não se amam verdadeiramente, que é o caso da grande maioria das uniões em nosso planeta.
        Assim sendo, tão logo a embarcação adentra o alto mar, e os cônjuges começam a enfrentar as tempestades, o primeiro impulso é de voltar ao cais. Mas ele já está muito distante...
        O segundo impulso é o de pular da embarcação. E é o que muitos fazem.
        E, como um dos esposos, ou os dois, têm seus sonhos desfeitos, logo começam a imaginar que a alma gêmea está se constituindo em algema e desejam ardentemente libertar-se.
        E o que geralmente fazem é buscar outra pessoa que possa atender suas carências.
        Esquecem-se dos primeiros momentos do namoro, em que tudo era felicidade, e buscam outras experiências.
        Alguns se atiram aos primeiros braços que encontram à disposição, para logo mais, sentirem novamente o sabor amargo da decepção.
        Tentam outra e outra mais, e nunca acham alguém que consolide seus anseios de felicidade. Conseguem somente infelicitar e infelicitar-se, na busca de algo que não encontram.

* * *

        Se a pessoa com quem nos casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que, se a escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa que precisamos conviver para aparar arestas.
        Lembremo-nos de que na Terra não há ninguém perfeito, e que nossa busca por esse alguém será em vão.
        E se houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando alguém também perfeito que, certamente, não seríamos nós.

* * *

        Os casamentos são programados antes do berço.
        Assim, temos o cônjuge que merecemos e o melhor que as Leis Divinas estabeleceram para nós.
        Dessa forma, busquemos amar intensamente a pessoa com quem dividimos o lar, pois só assim conseguiremos alcançar a felicidade que tanto almejamos.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5. ed. Fep.

sábado, 26 de dezembro de 2009

A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO

As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física e se esmeram para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades.

Isso é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.

No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto: é uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca.

É possível detectá-la também nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não.

É elegante não ficar espaçoso demais. Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz com todos os indivíduos, indistintamente.

Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação.

É ser amigo sem conivência negativa.

Ser sincero sem agressividade.

É ser humilde sem relaxamento.

Ser cordial sem fingimento.

É ser simples com sobriedade.

É ter capacidade de perdoar sem fazer alarde.

É superar dificuldades com fé e coragem.

É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar.

Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é.

Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.

Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade. A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser.

 

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem de Martha Medeiros, encontrável no site: www.nuraferretsilveira.hpg.ig.com.br/elegancia.html

www.momento.com.br

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Canção de Natal

flores natal

Era a véspera de Natal do ano de 1818. Em Hallein, nos Alpes austríacos, o padre Joseph Mohr lia a Bíblia.

Quando se detinha nos versículos que se referiam às palavras do visitante celeste aos pastores de Belém: Eis que vos trago uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: hoje nasceu o Messias, o Esperado..., bateram à porta.

Uma camponesa pedia que fosse abençoar o filho de uns pobres carvoeiros, que acabara de nascer. O padre colocou as botas de neve, vestiu seu abrigo. Atravessou o bosque, subiu a montanha.

Em pobre cabana de dois cômodos, cheia de fumaça do fogão, encontrou uma mulher com seu filho nos braços. A criança dormia.

O padre Mohr deu sua bênção ao pequeno e à mãe. Uma estranha emoção começou a tomar conta dele. A cabana não era o estábulo de Belém, mas lhe fazia lembrar o nascimento de Jesus.

Ao descer a montanha, de retorno à paróquia, as palavras do Evangelho pareciam ecoar em sua alma.

Aproximando-se da aldeia, pôde observar os archotes que brilhavam na noite, disputando seu brilho com o das estrelas.

Era o povo que seguia para a igreja, a fim de celebrar, ali, em oração, o aniversário do Divino menino. A milenária promessa de paz vibrava no silêncio do bosque e no brilho das estrelas.

Padre Mohr não conseguiu dormir naquela noite. Febricitante, ergueu-se do leito, tomou da pena e escreveu um poema, externando o que lhe ía na alma.

Pela manhã procurou o maestro Franz Gruber, seu amigo. Mostrou-lhe os versos.

O maestro leu o poema e disse, entusiasmado: Padre, esta é a canção de Natal de que necessitamos!

Compôs a música para duas vozes e guitarra, porque o órgão da igreja, o único na localidade, estava estragado.

No dia de Natal de 1818, as crianças se reuniram, debaixo da janela da casa paroquial, para ouvir o padre Mohr e o maestro Gruber cantar.

Era diferente de tudo quanto haviam escutado. Noite de paz, noite de amor...

Dias depois, chegou ao povoado o consertador de órgão. Consertado o instrumento da igreja, o maestro Gruber tocou a nova melodia, acompanhado pela voz do padre.

O técnico em consertos de órgão era também um excelente musicista e bem depressa aprendeu letra e música da nova canção.

Consertando órgãos por todos os povoados do Tirol, como gostasse de cantar, foi divulgando a nova Canção de Natal. Não sabia quem a tinha composto pois nem o padre Mohr, nem o maestro Gruber lhe tinham dito que eram os autores.

Entre muitos que aprenderam a Canção, quatro crianças, os irmãos Strasser passaram a cantá-la.

O diretor de música do Reino da Saxônia, em ouvindo-lhes as vozes claras e afinadas, se interessou por eles e os levou a se apresentarem, num concerto.

A fama dos pequenos cantores se espalhou por toda a Europa e a Canção apaixonava os corações.

Mas ninguém sabia dizer quem era o autor.

Foi um maestro de nome Ambrose quem conseguiu chegar até Franz Gruber.

Haviam se passado mais de trinta anos. E a história do surgimento da Canção de Natal foi escrita em 30 de dezembro de 1854.

Não são conhecidas outras músicas de Franz Gruber. A Noite de paz parece ter sido sua única produção.

Não será possível crer que as vozes do céu, que se fizeram ouvir na abençoada noite do nascimento de Jesus, tivessem inspirado os versos e a primorosa melodia para que nós, os homens, pudéssemos cantar com os mensageiros celestes, dizendo da nossa alegria com a comemoração, a cada ano, do aniversário do nosso Mestre e Senhor?

 

 

Redação do Momento Espírita, com dados colhidos no livro Remotos cânticos de Belém, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O clarim. Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15, ed. Feb.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Momento de Reflexão: Tudo passa

 

 

Certamente, você já deve ter passado por dias difíceis, onde os passos, antes ligeiros, se fazem contados, e onde o cenho pesado descreve as paisagens do coração.

Nesses dias, tem-se a impressão de que o ar se mostra pesado e cortante, que o céu é menos azul e que o riso e a espontaneidade desapareceram de nós mesmos.

São dias de desafios, que ocorrem com qualquer um de nós, nos oferecendo o aprendizado e o entendimento que a vida é escola a oferecer inúmeras lições.

Algumas vezes esses dias nascem das dificuldades financeiras, onde o dinheiro parece minguar, até mesmo para as contas mais básicas da manutenção da família.

Doutra feita, os dias sombrios surgem lentamente, no dia-a-dia da convivência familiar, seja no filho difícil, a nos exigir amor incondicional, ou no cônjuge exigente, a nos demandar paciência e compreensão.

Não raro, são as pequenas tarefas comezinhas, que vão, qual picadas de agulha, pouco a pouco, minando nossa disposição e esforço por bem conduzir a vida.

Conta-se que o Apóstolo da Caridade, Francisco Cândido Xavier, o nosso Chico Xavier, estava passando por uma fase muito dura em sua vida.

Os problemas familiares se avolumavam, a incompreensão alheia se mostrava intensa e isso tudo lhe enchia o coração de inquietações e dores.

Um dia, em que as dores se mostravam mais profundas, recorreu Chico Xavier ao seu mentor espiritual, Emmanuel, a fim de fazer-lhe uma solicitação.

Rogou Chico se Emmanuel poderia fazer um pedido, solicitar um conselho a Maria Santíssima, a mãe de Jesus, que, com seu coração amoroso e materno, pudesse lhe dar um conselho em momento tão amargo de sua vida.

Emmanuel lhe respondeu que iria encaminhar sua solicitação. Passados alguns dias, retorna o Espírito venerável com a resposta de Maria, mãe de Jesus.

Chico, diz Emmanuel, Maria manda lhe dizer o seguinte: “Tudo passa”. E o sábio médium acolhe aquelas palavras curtas entendendo o seu significado. Afinal, tudo passa.

Assim acontece conosco. As borrascas da vida são desafios para o desenvolver das virtudes. Elas nos exigem ora a paciência, ora a compreensão, tantas vezes nos convidam a cultivar a fé.

Todos esses desafios estão sob os olhos de Deus, que cuida de cada um de nós atentamente, sabendo quais as melhores lições para cada um de nós, Seus filhos.

No momento da dificuldade, quando as dores parecem intensas, quando as forças parecem se esvair, e quando temos a certeza que iremos sucumbir, há que se lembrar do conselho de Maria Santíssima: Tudo passa.

Dores e tormentos são lições para a alma que, ao bem conduzi-las, passa a compreender melhor as Leis de Deus, os desígnios da vida, amadurecendo seus valores.

Por mais intensos sejam os desafios de hoje, amanhã estes mesmos se transformarão em lembranças na mente e valores perenes no coração.

Redação do Momento Espírita.

MENSAGEM DE CHICO XAVIER PARA PIETRO UBALDI

Mensagem psicografada por Chico Xavier, em 1951, e dirigida a Pietro Ubaldi, na ocasião de sua visita ao famoso médium mineiro.

Mensagem de Francisco de Assis dirigida a Pietro Ubaldi, recebida por Chico Xavier, em 17 de agosto de 1951, em Pedro Leopoldo

 

Pedro,

O calvário do Mestre não se constituía tão somente de se­cura e aspereza... Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos. E as flores que desabrocharam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.

Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos... Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração!... Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!... Entretanto, não te detenhas. Caminha!... É necessário ascender.

Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes. Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.

Não tomes outra diretriz senão a de sempre. Descer, auxiliando, para subir com a exaltação do Senhor. Dar tudo para receber com abundância. Nada pedir para nosso EU exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal. Ser a concórdia para a separação. Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição...

Ama sempre. É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, mendigos dos milênios, derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta. A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.

O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança. Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?

É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados. A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras, e terrificantes do abismo. O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido. A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição, ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos. Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humildade e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada se exibe, sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.

É imprescindível a ascensão. A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior, ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram.

Refaze as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.

O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim. O farol do oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.

Avança... Avancemos...

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor, e o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.

Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.

Não exijamos esclarecimentos. Procuremos servir. Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.

Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.

O Evangelho é o nosso Código Eterno. Jesus é o nosso Mestre Imperecível. Subamos, em companhia Dele, no trilho duro e áspero.

Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...

Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar.

 

Momento de Reflexão: Hora de Luz

 

 

Quando tudo de pareça frustração e impedimento;

no instante em que a solidão te obrigue a pensar e repensar;

em observando os recursos necessário a própria

subsistência cada vez mais distantes;

no momento em que os melhores amigos te considerarem incapaz para o serviço a fazer;

na travessia de graves desgostos;

nas épocas de crise, quando a provação te procure

para demoradas visitas;

ouvindo os pregoeiros do pessimismo e do desalento;

diante das ocorrências complicadas e dolorosas;

quando o desânimo te ameace;

ou na ocasiãoem que tõdas as circunstâncias surjam conjugadas como que favorecendo a ignorância e o desequilibrio;

guarda a certeza de que estás atingindo a hora de luz

em que desfrutas a oportunidade de revelar a força de tua

fé e o ensejo bendito em que podes, com a benção de

Deus, esquecer o mal e fazer o bem.

 

Francisco Cândido Xavier, pelo espirito Emmanuel.

Mensagem extraida do livro "Algo Mais"

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Conserva-te em Harmonia

Vês acabarem-se as antigas construções dominadoras, ao sopro do vendaval que varre a Terra.

Acompanhas a decadência dos valores éticos de alta magnitude, sob o terremoto da alucinação que se estabelece.

Assistes a volúpia do prazer descabido, em nome dos novos rumos que a sociedade se impõe.

Observas a delinqüência crescendo, sem aparente próxima solução em pauta.

São tantos os abusos e tais aberrações, que te percebes estranho no contexto social hodierno, sentindo-te deslocado no lar, no trabalho, onde te apresentas.

Como efeito, a depressão te ameaça, o medo te assusta, os conflitos te perturbam.

Indagas, aturdido:- "Como será o futuro? Que conduta deverei assumir nestas graves circunstâncias?''

Tem calma! Harmoniza-te com o bem e aguarda.

Banhado pela fé, nada te deve perturbar.

Sustentado pela ação da caridade, que distribuas, não te desesperes.

A tua tarefa de crescimento para Deus, realizá-la-ás.

Joana de Cusa demonstrou sua fé, no momento do martírio, permanecendo tranqüila até o fim.

João Huss, igualmente na fogueira, compadecendo-se dos sicários que o escarneciam.

Joanna D’ Arc, entre as labaredas, manteve-se harmonizada e perdoou seus algozes.

Giordano Bruno, também imolado pelo mesmo processo, ficou sereno.

Sempre houve períodos de loucura na Terra.

De quando em quando, a transição da humanidade faculta a eclosão das paixões dissolventes e alucinadas.

Estes são dias graves. Conduza-se com robustez, apoiado no Evangelho de Jesus, seguindo confiante.

Não te aturda a balbúrdia dos enfermos-sorridentes, dos embriagados-jubilosos, dos intoxicados-zombeteiros.

Foste conduzido a esta situação, a fim de contribuíres para a melhoria das criaturas.

O médico é útil quando surge a enfermidade, ou antes, gerando condições que possam evitar o mal. Quando já instalada a doença, a terapia corresponderá ao seu grau de gravidade.

O mestre faz-se valioso diante da ignorância do aprendiz.

O cristão é fortaleza de segurança e apoio em favor dos que necessitam de ajuda.

Jesus sempre esteve a braços com homens e situações, de certo modo, semelhantes ao que enfrentas.

Foi nesse clima que Ele demonstrou a Sua grandeza, permanecendo em harmonia com os objetivos a que se entregou, sem perturbar-se, nem tergiversar em momento algum.

Assim, conserva-te em harmonia.

 

Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis

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Chamo-me amor

QUANDO, nas horas de íntimo desgosto,

o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos  Busca-Me:

eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

Quando te julgares incompreendido pelos que te circundam e vires que em torno a indiferença recrudesce, acerca-te de Mim:

eu sou a Luz, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos;

Quando se te extinguir o ânimo, as vicissitudes da vida,

e te achares na eminência de desfalecer, chama-Me: eu sou a Força,

capaz de remover-te as pedras dos caminhos de sobrepor-te às adversidades do mundo;

Quando, inclementes,

te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça,
corre para junto de Mim: eu sou o Refúgio,

em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranqüilidade para o teu espírito;

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição,

e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito,

invoca-Me: eu sou a Paciência, que te faz vencer os transes mais dolorosos
e triunfar nas situações mais difíceis;

Quando te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos,  grita por Mim: eu sou o Balsamo,

que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem a Mim: eu sou a Sinceridade,

que sabe corresponder à fraqueza de tuas atitudes e à exelsitude de teus ideais;

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento,  clama por Mim: eu sou a Alegria,  que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;

QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero,  apela para Mim:eu sou a Esperança, que te robustece a fé e acalenta os sonhos;

QUANDO a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-Me: eu sou o Perdão, que te eleva o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim: eu sou a Crença, que te inunda de luz o entendimento e te reabilita para a conquista da felicidade;

Quando já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera
e te desiludires do sentimento de seu semelhante, aproxima-te de Mim: eu sou a Renúncia,  que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;

Quando, enfim, quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

Eu sou a dinâmica da Vida e a  harmonia da Natureza;

chamo-me AMOR! 

Emmanuel / Chico Xavier

Momento de Reflexão - SEGUINDO ADIANTE

 

A provação que se nos revela de impacto assemelha-se a golpe destruidor.
Quando isso, porventura, te aconteça é natural que sofras e chores,
entretanto, não te fixes em qualquer condição negativa.
Prossegue nas tarefas que a Sabedoria da Vida te confiou.
Recorda: quando uma bomba explode numa longa vereda talhada na pedra, quase
sempre surgem janelas abertas nas paredes da rocha, pelas quais é possível
descortinar amplos caminhos que mais facilmente trilharemos em busca de paz
e de elevação.
(Chico Xavier/Emmanuel - Mensagem recebida em 06/01/1980 em Uberaba).


* * * * * *
Não nos esquecamos de que a floresta se levantou de sementes quase
invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do
Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem
do coração.
(Obra: Caridade - Chico Xavier/Meimei)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Oferta de Esperança

 

 

Quando a tribulação te mostre a face
Por ferida pungente
Que viesse e ficasse,
Dentro de ti e em derredor,
Não te permitas arrasar-te,
Recorda simplesmente
Que o Céu nos oferece, em qualquer parte,
Tão somente o melhor.

Quando a prova te alcance,
Na crítica mordaz que te magoa,
Que teu sonho se apure, cresça e avance
Na direção da Vida Superior;
Trabalha, serve e crê, eleva-te e perdoa,
Semeando alegria,
A relembrar que, em cada novo dia,
A vida é um cântico de amor.

Quando tudo, na senda, ao teu olhar,
Pareça desencanto, amargura e exaustão,
Não lamentes em vão,
Mesmo entre lágrimas, sorri!...
Ergue-te da tristeza e põe-te a trabalhar,
Que o trabalho te afasta as dores e os problemas...
Todos somos de Deus, segue e não temas,
Não olvides que Deus vela por ti.

Livro: Seara de Fé
Maria Dolores / Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CADA UM RECEBE O QUE DÁ!

 

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CADA UM RECEBE O QUE DÁ!

Cada um recebe de acordo com o que dá.
Se você der ódios e indiferença,
há de recebê-los de volta.

Mas se der atenção e carinho,
há de ver-se cercado de afeto e amor.


Ninguém se aproxima do espinheiro,
por causa dos espinhos,

nem do lodo, porque suja.


Mas todos apreciam permanecer

perto das flores,
que espalham beleza e perfume.


Cada um recebe de acordo com o que dá.

(Autor: Carlos Torres Pastorino).

PREPARANDO O AMANHÃ

 

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Se já percebeste que o berço não é o início e que o tumulo não é o fim, não desprezes a preparação do amanhã, a fim de que não se interrompa a tua cainhada para diante...

*

     Planta o bem agora, para que o bem te felicite depois.

*

     Somos infinitamente insignificantes para abranger, por enquanto, as dimensões totais do Universo. Amebas pensantes, apesar dos lauréis da inteligência que já nos assinalam a vida, não podemos ainda apreender toda a largueza do horizonte que nossos olhos contemplam a enorme distância.

*

     Seres humildes, situados ainda no começo da escala que nos conduzirá à compreensão da verdade integral, achamo-nos inabilitados a supremas definições...

*

     Mas o bem será invariavelmente o guia que nos orientará o passo na jornada, a fm de que o "agora" dilua as sombras do pretérito, acendendo a luz que brilhará para a nossa felicidade no grande futuro.

*

     Na realidade todos nos colocamos no Eterno Presente.

*

     O instante que passa é a nossa oportunidade valiosa de realizar.

*

     Entretanto, analisemos a qualidade da nossa realização porque o Hoje imperecível se alargará nos círculos do tempo, convertendo-se em amanhã, compelindo-nos a recolher a alegria ou o sofrimento, os espinhos e as flores que estivermos semeando...

*

Assim sendo, permaneçamos atentos à grande mensagem do Céu que flui na Terra, através do ensinamento de todos os grandes instrutores do mudo, mensagem que em todos os santuários nos exorta à bondade que é fundamento da Eterna Lei.

*

     O mal é desequilíbrio que nos constrange à recuperação, desarmonia que nos convoca ao reajuste, treva que nos induz à demora indefinida nas aflições purgatoriais.

*

     O bem, contudo, é a subida para o Trono da Sabedoria e do Amor e, movimentando-nos dentro dele, atingiremos a edificação plena da Consciência Cósmica, dentro da qual, alcançaremos, com Jesus, a divina ressurreição, após desvencilharmo-nos da cruz de nossos compromissos com as experiências inferiores.

*

Desse modo, prepara o teu veiculo do porvir, desde agora, situando o vaso de teus sonhos o forno do trabalho, no bem incessante, para que o fogo na luta digna, através do esforço próprio e do próprio sacrifício, te aperfeiçoe as esperanças e fixe o teu sublime ideal, porque, assim, o teu corpo de amanhã será um carro leve, subtil, em que o teu espírito  avançará, com mais segurança, na direção da Grande Luz.

 

Livro: Vida e caminho – Psicografia: Francisco C.Xavier – Espíritos Diversos.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Momento de Reflexão: Tudo é para o bem

 

Havia um homem judeu de nome Mahum, que significa Também. Chamavam-no assim porque para tudo o que lhe acontecesse, por pior que fosse, ele afirmava, com toda convicção: Isto também é para o bem!

Se a chuva lhe destroçasse o jardim ou a enxurrada lhe destruísse o labor da horta, repetia sempre: Isto também é para o bem.

E, sem titubear, colocava-se no trabalho de reconstrução do jardim e da horta.

Se a enfermidade o alcançasse, falava: Isto também é para o bem. Medicava-se e aguardava a recomposição das forças físicas, retornando ao labor incessante.

Certa noite, Mahum precisou se deslocar até à cidade vizinha.

Preparou seu burrico, que lhe seria o meio de transporte, o galo que funcionava como seu relógio e despertador, e uma lamparina para que lhe iluminasse o caminho.

Ela deveria servir, inclusive, para que, antes de repousar no seio da floresta que deveria atravessar, pudesse se deter na leitura das escrituras.

Noite alta e ele no coração da floresta. De repente, o óleo da lamparina derramou e ela se apagou. Ele ficou às escuras. Inesperadamente, o galo começou a passar mal e morreu. Não demorou muito e foi o burrico.

O pobre homem ficou sozinho, na escuridão da floresta, em meio a ruídos estranhos e assustadores.

Mesmo assim, afirmou sem medo: Tudo o que Deus faz é para o bem.

Acomodou-se como pôde e dormiu.

No dia seguinte, o sol o veio despertar, vencendo a fechada copa das árvores. Ele prosseguiu viagem a pé. Quando, muitas horas depois, chegou à cidade, seus conhecidos o olharam com espanto.

Todos pareciam estar vendo um fantasma. Por fim, lhe perguntaram:

Como pode você estar vivo? Soubemos que, ontem à noite, foram despachados soldados romanos à floresta, com o intuito de matá-lo!

Foi então que Mahum explicou tudo que havia acontecido, concluindo: Se minha lamparina não tivesse apagado, o galo e o burrico morrido, com certeza estaria morto. Pois o clarão da lamparina, o zurrar do burrico e o cacarejar do galo denunciariam o local onde me encontrava.

Bem posso continuar a dizer: "Tudo o que Deus faz é para o bem."

*   *   *

Quando a tormenta se faz mais violenta e as dores se tornam mais acerbas, é o momento de se ponderar porque elas nos atingem.

O bom senso nos dirá sempre que razões poderosas existem, assentadas no ontem remoto ou no passado recente, porque a Divina Providência tudo estabelece no momento próprio e na medida exata.

Deus é sempre a sabedoria suprema e a justiça perfeita, atendendo as mínimas necessidades dos Seus filhos, no objetivo maior do progresso e da redenção.

Redação do Momento Espírita com base em texto do

Correio Fraterno do ABC, de maio/1998.

PERSEVERANÇA COM ALEGRIA

 

 

Não te detenhas nunca ante o desafio do bem.

Jamais percas a confiança em Deus.

Nunca te entristeçam as provações, nem te aturdam os testemunhos.

O filete de água que procede de uma fonte poderosa destina-se ao mar. Suplanta obstáculos, contorna acidentes geográficos, porém logra o seu fanal.

Vida física é oportunidade abençoada, instrumentalidade para o progresso. Também é masmorra transitória de que te libertarás um dia se te promoveres às alturas do bem.

Não examines as questiúnculas, nem os problemas do caminho, senão para os solucionar.

Quem se abate sob um céu nublado não merece a noite salpicada de estrelas.

Fadado ao infinito, o Espírito nasce e renasce no corpo para progredir, adquirindo experiências e modelando santificação.

*

Ouves a vozeria que fala de júbilos e te entristeces por não estares entre eles, os enganados algaraviantes.

Talvez, eles  não estejam felizes, senão excitados.

Deténs-te a examinar os que exibem paz e te afliges, face aos conflitos que espocam no teu mundo íntimo.

Quiçá, não estejam em harmonia, senão anestesiados pelos vapores da ilusão, aqueles que se exibem.

Mantém a tua confiança no ideal que abraças e não meças as vitórias do teu espírito com a fita métrica dos triunfos terrestres transitórios.

O cristão verdadeiro, e o espírita, em particular, triunfam sobre si mesmos, vencem-se, interiormente, e galgam os degraus do êxito ao lobrigar as paisagens mergulhadas no sol da imortalidade em triunfo.

*

Jesus, na entrada triunfal em Jerusalém, não era um vencedor nem um vencido. Era alguém incompreendido pela massa.

Colocado, porém, na cruz, a massa creditava que Ele havia perdido a batalha, no entanto, era o vencedor em triunfo sobre os enganos que a massa lhe oferecera e Ele desdenhara.

Não te esqueças: dor e prova, renúncia e abnegação constituem as marcas do Cristo Jesus a se insculpirem na tua alma, quais estrelas luminescentes no velário da noite, falando ao sol e de belezas imortais.

(De “Alerta”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

A FAMÍLIA

 

Deus poderia ter escolhido outras maneiras para que Jesus viesse ao mundo. Mas Ele, na sua infinita sabedoria, escolheu a maneira mais simples: através de uma família.

A família é, no propósito de Deus, uma bênção. Quando a criação estava terminada, Ele ainda achou que faltava alguma coisa. E, olhando para Adão, disse: "Não é bom que o homem esteja só." Assim criou Deus a mulher e a uniu ao homem.

Desde então, a primeira célula da sociedade estava colocada.

Mas, infelizmente, as pessoas se esqueceram dos verdadeiros princípios para se ter uma vida de família feliz. Eu costumo dizer, e penso, que todos os ensinamentos básicos para uma vida equilibrada estão dentro da Bíblia. E aqui ainda, vemos que Deus disse com sabedoria ainda não compreendida por muitos: "E deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher." Quando ele disse "deixará" queria dizer para o homem desligar-se, separar-se e criar uma nova família. Embora uma célula gere a outra, todas são independentes. Assim deve ser.

E os casais não têm feito isso. As pessoas se casam, se unem, e continuam ligadas ao cordão umbilical familial. O que deveria ser bênção torna-se então fardo, pois os casais não possuem independência necessária para viverem a própria vida, assumirem as próprias responsabilidades. Os filhos são educados muitas vezes com forte influência dos avós e todo mundo acha isso muito natural. Mas os avós têm na verdade outro papel nessa mesma história, o de educar filhos eles já cumpriram. Em francês diz-se que "os pais são para educar e os avós para mimar." Geralmente o contrário tem acontecido.

Muitos casamentos se desfazem por causa dessas coisas. O homem considera que sua família (seus pais e irmãos) são mais importantes e por seu lado a mulher faz o mesmo. E eles se esquecem que, sozinhos, formam uma família à parte. E isso sempre gera conflitos.

Como é gostoso ter uma família! E se reunir para Natal, Páscoa e aniversários. Se apoiar nos momentos de dor e se alegrar nas horas felizes. Mas que cada família respeite a individualidade da outra. Que cada uma tenha uma existência independente. Ouvir conselhos dos pais é bom, mas deixá-los decidir não é saudável.

Um casamento é o nascimento de uma nova família. Cheia de incertezas pela frente, com muito para aprender, mas respirando sozinha. Enquanto as pessoas não compreenderem isso, teremos uma sociedade doente.

Só existe um meio, uma cura: o amor! Dos pais, para darem liberdade suficiente às famílias nascentes e dos casais, para que aprendam a caminhar sozinhos.

A base no fundo é sempre uma coisa: o amor!

( Letícia Thompson )

ENTRE FALSAS VOZES


Se a preguiça te pede: — “Descansa!”, responde-lhe com algum acréscimo de esforço no trabalho que espera por teu concurso.

Se a vaidade te afirma: — “Ninguém existe maior que tu!”, retribui com a humildade, reconhecendo que não passamos de meros servidores da vida, entre os nossos irmãos de luta.
       Se o orgulho te diz: — “Não cedas!”, aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.
        Se o ciúme te segreda aos ouvidos: — “A posse é tua!”, guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são bênçãos do Céu, extensivas a todos.
        Se o egoísmo te aconselha: — “Retém!”, abre as tuas mãos e distribui a bondade com os que te cercam.
        Se a revolta te assevera: — “Reage e reivindica os teus direitos!”, aguarda a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais abnegação.

Se a maldade te sugere: — “Vinga-te!”, considera que mais vale amparar constantemente o que companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.
        Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser.
        Se aceitamos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições Sublimes.
        Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade e da má fé, que nos enrijecem o sentimento e, de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por seus olhos e ouvindo os nossos irmãos, através de seus ouvidos, estaremos realmente habituados à posição de intérpretes do seu Infinito Amor, em qualquer parte.

(De “Levantar e Seguir”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

POR CRISTO

"E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta". — Paulo. (FILÊMON, 1:18).
 
         Enviando Onésimo a Filêmon, Paulo, nas suas expressões inspiradas e felizes, recomendava ao amigo lançasse ao seu débito quanto lhe era devido pelo portador.
         Afeiçoemos a exortação às nossas necessidades próprias.
         Em cada novo dia de luta, passamos a ser maiores devedores do Cristo.
         Se tudo nos corre dificilmente, é de Jesus que nos chegam as providências justas. Se tudo se desenvolve retamente, é por seu amor que utilizamos as dádivas da vida e é, em seu nome, que distribuímos esperanças e consolações.
         Estamos empenhados à sua inesgotável misericórdia.
         Somos d’Ele e nessa circunstância reside nosso título mais alto.
         Por que, então, o pessimismo e o desespero, quando a calúnia ou a ingratidão nos ataque de rijo, trazendo-nos a possibilidade de mais vasta ascensão? Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente?
         Devemos refletir que quando falamos em paz, em felicidade, em vida superior, agimos no campo da confiança, prometendo por conta do Cristo, porquanto só Ele tem para dar em abundância.
         Em vista disso, caso sintas que alguém se converteu em devedor de tua alma, não te entregues a preocupações inúteis, porque o Cristo é também teu credor e deves colocar os danos do caminho em sua conta divina, passando adiante.

   

(De “Caminho, Verdade e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

PRESSÃO DOMÉSTICA

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Hoje em dia, talvez motivados pelo desejo de ver seus filhos bem sucedidos, muitos pais começam desde cedo a fazer grande pressão sobre eles.

Alguns dizem e repetem com freqüência: meu filho tem que ser o primeiro... Meu filho tem que ser o melhor... Ele tem que ser um vencedor.

A criança cresce ouvindo isto o tempo todo e entende que esse é o desejo de seus pais. E, porque gosta dos pais, não quer que estes se decepcionem.

Quiçá seja por essa razão que no dia da prova, quando se sente insegura, busca colar de alguém para obter uma boa nota e não infelicitar os pais, que esperam que ela seja a maior...

A criança precisa ser aceita, e entende que para que os pais gostem dela, deverá ser como eles desejam que seja.

Nesse caso, ela fará qualquer coisa para ser "gostada".

Começa colando na escola, depois paga para que terceiros façam os trabalhos propostos pelos professores... E acabam roubando teses para conseguir a graduação que almejam.

Logo surgem os expedientes mais desonestos para subir de posto, no campo profissional. Não hesitam em caluniar colegas para conquistar o cargo que desejam.

Afinal, se os pais sempre esperaram que ele fosse o primeiro, é preciso ser o primeiro, mesmo que isso custe a sua dignidade, aliás, ele nem sabe o que quer dizer isto, pois seus pais não lhe falaram a respeito dessa virtude.

Cobraram-lhe resultados e ele foi à luta. Deveria ser o melhor, e ele tem se esforçado para isso... A que preço? Bem, isso é o de menos... O importante é que seja o primeiro.

Pais que agem dessa maneira, talvez pensem que o fazem por amor, mas estão cometendo um crime sem se dar conta disso.

Dizemos um crime porque incentivam o filho a se tornar um cidadão desonesto, irresponsável, tudo porque desejam que seja visto nos primeiros lugares no palco do mundo, ainda que isso o faça ser o último nos palcos celestes.

Um crime porque o espírito que lhes foi confiado pelo Criador para que o ajudassem a ser um gigante, foi convertido em um pigmeu moral.

Faz-se urgente pensar nesse problema que a tantos tem infelicitado.

Pais que pressionaram os filhos para que fossem sempre o primeiro, muitas vezes só se dão conta disso quando vêem seus nomes nas manchetes dos jornais, figurando como contraventores.

Há pouco tempo os noticiários falaram a respeito do primeiro ministro de um importante país europeu, que lançou mão de expedientes duvidosos para incriminar outro país e fomentar a guerra.

Aí é que se percebe a que ponto pode chegar um homem para conseguir o que deseja.

É para esse fato que muitos pais não atentam: que suas crianças um dia se tornarão adultos e poderão decidir os destinos de uma nação.

Por essas e outras razões, vale a pena investir no homem de amanhã, tomando-o pela mão quando ainda criança, e dar-lhe noções de dignidade e honradez, sem essa tolice de querer que sejam os primeiros em tudo.

Ensinar-lhe que não importa ser o melhor, mas que sejam bons o bastante para formar outros cidadãos de bem, exercer com honra e justiça suas profissões, construir um mundo melhor.

* * *

Se você recebeu de seus pais uma educação que fez de você uma mulher ou um homem honesto, não negue isso a seus filhos.

Pense que somente um amor exigente e lúcido será capaz de conduzir uma alma pelo caminho do bem.

Seu filho é essa alma sedenta de luz, não o deixe caminhar para as trevas da desonra e da insensatez.

Avalie os valores que lhe tem passado e, se necessário, corrija os passos e acerte a direção, sem demora nem hesitação.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em seminário proferido por Raul Teixeira, no VI Simpósio Paranaense de Espiritismo, no dia 27/05/03.

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PODES, SE QUERES

Fracassado é aquele que abandona a luta ou nega-se a travá-la.
Dificilmente logrará vitória quem se recusa a enfrentar os desafios do
cotidiano.
O homem são as suas tarefas, que devem ser enfrentadas com decisão e coragem.
Em todo cometimento multiplicam-se as dificuldades e as problemáticas se repetem.
Quedas e aparentes insucessos são experiências que, repetidas, favorecem o homem com o êxito que deve perseguir até o fim.
Desistir do empreendimento porque se apresente difícil, significa
abandonar-se a contínuos insucessos.
Não recear jamais, nem ceder à tentação da desistência na luta de ascensão.

*
Se queres, podes.
Quando te propões realizar os labores que te dizem respeito, abres-te à vitória, que deves colimar na oportunidade própria.
Simon Bolívar, o excelente Libertador de quase metade da América do Sul não poucas vezes perdeu batalhas  e esteve preso. Porque não desistiu, perseverando nos ideais e lutando, triunfou.
Benito Juarez, órfão e pobre, humilhado e sob injunções terríveis,
contribuiu para a liberdade do México, mais do que  qualquer outro herói.
Franklin Delano Roosevelt, paralítico, vitimado numa cadeira de rodas não se compadeceu do próprio estado de saúde e desempenhou relevante papel no seu país, como Primeiro Mandatário, revelando-se extraordinário libertador, durante a Segunda Guerra Mundial.
Édison experimentou quase 10.000 testes para lograr o êxito da lâmpada elétrica e porque insistiu sem desânimo, ofereceu à Humanidade um valioso contributo.
Faraday, até aos 14 anos, permaneceu numa Gráfica, na condição de
encadernador. Lendo um dos livros em que trabalhava, interessou-se pela
eletricidade, revelando-se pioneiro nesta tecnologia de grande utilidade
para a Humanidade.
Cervantes sofreu incompreensões e experimentou a miséria, teve os seus escritos desconsiderados, viveu em regime de mendicância para não morrer de fome, não obstante, prosseguindo, legou-nos o "Dom Quixote" de la Mancha" de valor literário e filosófico inegável.
Camões, sem uma vista, fez-se cantor de "Os Luzíadas".
Confúcio, aos 55 anos, foi abandonado pelo seu mestre. Sem desânimo, prosseguiu, oferecendo extraordinária contribuição filosófica para o pensamento universal.
Maomé, na busca de fiéis, padeceu terrivelmente, até que, sem abandonar a luta, espalhou o Alcorão pela Terra.
Buda, procurando a iluminação, provou solidão e abandono, conseguindo que a mensagem da paz passasse a impregnar as vidas...
A história de Jesus é por demais conhecida para que se ampliem
considerações...
A galeria daqueles que não desistiram e confiaram na vitória que souberam esperar, é muito grande.
Não te abatas ante impedimentos nem persigas sucessos improvisados, imediatos, que cedem lugar a terríveis desencantos.
Se queres vencer superando quaisquer problemas, prossegue em paz, insistindo na ação operosa e confiante, assim conseguindo o fanal que é a meta essencial da tua vida.
Disse Jesus: "Aquele que perseverar até o fim, este será salvo."
É necessário permanecer fiel e otimista.
Se queres, portanto, a vitória,  insiste.

(De “Otimismo”, de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

O Evangelho

Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes


Dom de curar


1. Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (S. MATEUS, cap. X, v. 8.)
2. "Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido", diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.

Preces pagas

3. Disse em seguida a seus discípulos, diante de todo o povo que o escutava: -Precatai-vos dos escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos festins - que, a pretexto de extensas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa. (S. LUCAS, cap. XX, vv. 45 a 47; S. MARCOS, cap. XII, vv. 38 a 40; S. MATEUS, cap. XXIII, v. 14.)
4. Disse também Jesus: não façais que vos paguem as vossas preces; não façais como os escribas que, "a pretexto de longas preces, devoram as casas das viuvas", isto é, abocanham as fortunas. A prece é ato de caridade, é um arroubo do coração. Cobrar alguém que se dirija a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. A prece, então, fica sendo uma fórmula, cujo comprimento se proporciona à soma que custe. Ora, uma de duas: Deus ou mede ou não mede as suas graças pelo número das palavras. Se estas forem necessárias em grande número, por que dizê-las poucas, ou quase nenhumas, por aquele que não pode pagar? E falta de caridade. Se uma só basta, é inútil dizê-las em excesso. Por que então cobrá-las? É prevaricação.
Deus não vende os benefícios que concede. Como, pois, um que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez nenhum resultado produza? Não é possível que Deus subordine um ato de demência, de bondade ou de justiça, que da sua misericórdia se solicite, a uma soma em dinheiro. Do contrário, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, a justiça, a bondade e a demência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom senso e a lógica dizem ser impossível que Deus, a perfeição absoluta, delegue a criaturas imperfeitas o direito de estabelecer preço para a sua justiça. A justiça de Deus é como o Sol: existe para todos, para o pobre como para o rico. Pois que se considera imoral traficar com as graças de um soberano da Terra, poder-se-á ter por lícito o comércio com as do soberano do Universo?
Ainda outro inconveniente apresentam as preces pagas: é que aquele que as compra se julga, as mais das vezes, dispensado de orar ele próprio, porquanto se considera quite, desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos se sentem tocados pelo fervor de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que comete a terceiro o encargo de por ele orar, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será isso reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso?

Mercadores expulsos do templo

5. Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou por expulsar dali os que vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombos: - e não permitiu que alguém transportasse qualquer utensílio pelo templo. - Ao mesmo tempo os instruía, dizendo: Não está escrito: Minha casa será chamada casa de oração por todas as nações? Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões! - Os príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o perderem, pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua doutrina. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 15 a 18; - S. MATEUS, cap. XXI, vv. 12 e 13.)
6. Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

Mediunidade gratuita

7. Os médiuns atuais - pois que também os apóstolos tinham mediunidade -igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.

8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? E fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.

9. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. E que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguinte-mente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)

10. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.
                  

 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVI)