sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Entrevista com Divaldo – Programa Mais Você

 

 

 

 

Entrevista com Divaldo
18/2/2009

Um dos maiores mistérios que rondam o nosso mundo é o mistério da morte.
A possibilidade de nos comunicarmos com quem já se foi é intrigante. Uma das formas de contato com o mundo espiritual é através da psicografia. O médium brasileiro Chico Xavier ficou conhecido com os livros psicografados que publicou.
Um nome que também se destaca no kardecismo é o de Divaldo Pereira Franco.
Ele é o médium mais respeitado atualmente no Brasil e é o maior divulgador da doutrina espírita por todo o mundo. A primeira experiência mediúnica aconteceu quando tinha 4 anos, mas não foi através da psicografia. “Estava brincando na sala e uma senhora chegou e disse que queria falar com minha mãe. Eu a chamei e, quando ela chegou na sala, não havia ninguém. A senhora voltou a dizer que queria falar com minha mãe e contou que era a minha avó.Eu não sabia o que era avó porque, quando nasci, meus quatro avós já tinham falecido”, disse.
São incontáveis as mensagens que ele escreveu sob a orientação dos chamados "benfeitores espirituais". Todo esse trabalho está reunido em mais de 200 livros! “Os livros necessitam de um transe profundo. A gente não sabe o que escreve. Eu já psicografei até em árabe”, explicou. Ele já fez mais de 11 mil conferências em 2 mil cidades em todo o Brasil e em 62 países. Tem 600 filhos adotivos e 200 netos.
E como explicar o talento de um menino pianista que toca sem nunca ter aprendido? Será que o espiritismo explica? Para Divaldo Franco, trata-se de um fenômeno de reencarnação.
“Nesses fenômenos, o espírito retorna e evoca as lembranças de uma outra vida, não só da música”, explica.
O Mais Você também mostrou, nesta quarta-feira, o caso do seu Aurílio Moraes, que perdeu o filho, Carlos Eduardo, repentinamente, quando ele ia completar 15 anos. Após a morte do menino, ele recebeu uma mensagem do filho. Outros médiuns também receberam mensagens de Carlos, inclusive Chico Xavier.
Ainda no palco do Mais Você, Ana Maria recebeu a atriz Ana Rosa, que interpreta a “Virgínia” na novela “Três Irmãs”. Ela é espírita e perdeu dois filhos. “Já consegui me comunicar com a minha filha, uma delas com o Divaldo. Eu não tinha ido buscar uma mensagem, mas ele disse que precisava falar comigo. Foi a coisa mais linda! Entre várias coisas, ela disse que tinha sido muito bom eu e meu marido termos continuado na doutrina. Eu fazia a peça ‘Violetas na Janela’ e ela disse que as violetas não deveriam ficar na janela, e sim em um lindo tapete para me receber no dia em que eu partir”, contou, enquanto Ana Maria foi às lágrimas.

 

Fonte: Site “Ana Maria Braga”

E se a morte chegasse agora?

Se você soubesse que hoje iria morrer – o que faria?

Esta pergunta foi feita a um homem, no século XIII. Era um homem iluminado.

Nascido em berço de ouro, conheceu as delícias da abastança. Filho de rico mercador, trajava-se com os melhores tecidos da época.

Sua adolescência e juventude foram impregnadas das futilidades daqueles dias, em meio a expressivo número de amigos.

Assim transcorria sua vida, quando um chamado se deu a esse jovem.

Então, ele se despiu dos trajos da vaidade e se transformou no Irmão Francisco, o Irmão dos Pobres.

Sua alma se encheu de poesia e ele passou a compor versos para as coisas pequeninas, mas muito importantes, da natureza.

Chamou irmãos à água, ao vento, ao sol, aos animais. Sua alma exalava o odor da alegria que lhe repletava a intimidade.

Muitos amigos o seguiram, abraçando os lemas da obediência, pobreza e castidade. Amigos na opulência, amigos na virtude.

Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, Frei Leão, que o observava, lhe perguntou:

Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria?

Francisco descansou o ancinho, por um instante. Seus olhos, apagados para as coisas do mundo passageiro, pareceram contemplar paisagens interiores de beleza.

Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno:

Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim.

E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade.

Quantos de nós teríamos condições de agir dessa forma? A morte nos apavora a quase todos.

Tanto a tememos que existem os que sequer pronunciamos a palavra, porque pensamos atraí-la.

Outros, nem comparecemos ao enterro de colegas, amigos, porque dizemos que aquilo nos deprime, quando não nos atemoriza.

Algo como se ela nos visse e se recordasse de nos vir apanhar.

E andamos pela vida como se nunca fôssemos morrer. Mas, de todas as certezas que o mundo das formas transitórias nos oferece, nenhuma maior que esta: tudo que nasce, morre um dia.

Assim, embora a queiramos distante, essa megera ameaçadora que chega sempre em momentos impróprios, ela vem e arrebata os nossos amores, os desafetos, nós mesmos.

Por isso, importante que vivamos cada dia com toda a intensidade, como se nos fosse o derradeiro.

Não no sentido de angústia, temor, mas de sabedoria. Viver cada amanhecer, cada entardecer e cada hora, usufruindo o máximo de aprendizado, de alegria, de produção.

Usar cada dia para o trabalho honrado, que nos confira dignidade. Estar com a família, com os amigos.

Sorrir, abraçar, amar.

Realizar o melhor em tudo que façamos, em tudo que nos seja conferido a elaborar. Deixar um rastro de luz por onde passemos.

Façamos isso e, então, se a morte nos surpreender no dobrar dos minutos, seguiremos em paz, com a consciência de Espíritos que vivemos na Terra doando o melhor e, agora, adentraremos a Espiritualidade, para o reencontro com os amores que nos antecederam.

Pensemos nisso.

Fonte: Site “Momento Espírita”

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Liberdade Conjugal

Por Alcione Albuquerque Andrade


O ideal de liberdade é o único valor comum compartilhado pela humanidade.

Independente de credo, raça, cultura, sexo, todos desejamos ser livres e estamos paradoxalmente dispostos até a morrer por isto.

Torna-se indispensável distinguir a liberdade que é primeiro do livre pensar da libertinagem que é o livre agir. Realmente a nossa liberdade vai até onde começa a liberdade do outro. Para respeitar estes limites é preciso estar consciente das leis que governam a nossa sociedade. "Olhe bem o chão onde pisa " é a velha recomendação.

Vivemos leis morais que devem caminhar para a ética que é o respeito amoroso por todas as criaturas. Até que isto ocorra é preciso adaptar-se aos costumes da nossa cultura sem abrir mão da crítica e da auto crítica. Passemos a elas.

Com os novos mores da sociedade, ou seja, modos, moral, costumes, deparamo-nos com uma família nova, com modelos novos de conduta. A história da civilização dá a estes padrões novos o tempo necessário para ensaio e erro para que se fixem, se demonstrado que são úteis ao grupamento social ou para que pereçam por desnecessários e frágeis, sem utilidade para a sociedade. Desta maneira os mores transformam-se em ethos donde advém a ética , ou nova conduta humana.

A família que está em teste é aquela onde os papeis são mais flexíveis.

Anteriormente ao homem cabia prover, produzir filhos e disciplinar a família. Este homem viveria para a família mas via de regra, longe de casa. Ao chegar trazendo os proventos do seu esforço, esperava ver cumpridas suas leis. Ele é que trazia as notícias do mundo separando os assuntos como quem separa os cadernos de um jornal em seções. Desta forma "assuntos para mulher" ficavam a parte e com as crianças não havia com o que se preocupar já que criança "não tem assunto". Roupas de homem, roupas de mulher, eram visivelmente separadas em estilos e cores de tal forma que a sexualidade começava a ser exercida – ou não exercida ou só exercida , desde o guarda roupa. Coisas de mulher , coisas de homem , eram departamentos incomunicáveis. A mulher por sua vez cabia obedecer, gerar filhos, fazer cumprir a lei patriarcal e com isto honrar o seu marido. Para tanto ela não sairia de casa estando a disposição da família 24 horas. Sua conduta abnegada , reclusa e de renúncia , aliadas aos dotes de boa dona de casa fariam dela a mulher completa. Esta a caricatura da família patriarcal do começo de 1900 e que sobreviveu com retoques evolutivos até os anos 50.

Sobrevindo a II Guerra Mundial houve o primeiro terremoto na estrutura acomodada da família. As mulheres, viúvas , se viram de repente , necessitadas de proteger os filhos e saíram para o trabalho, despreparadas e com grande sofrimento. Geralmente acumularam funções . Continuaram a trabalhar em jornada dupla, as mesmas 24 horas de antes, porém 8 delas destinadas ao trabalho fora de casa. Sobrecarregadas , mal remuneradas. Porém criaram visibilidade, isto é , deixaram de ser invisíveis e passaram a fazer parte do mercado de trabalho . A relação trabalhista as colocou como força de produção e começou uma nova era. Mais visíveis elas se tornaram mais abordáveis sexualmente e foi assim que nos anos 60 com o surgimento da pílula anticoncepcional a revolução feminista eclodiu. Daí para frente as mudanças para a mulher tornaram-se vertiginosas. Quem ontem nada podia hoje tudo pode. A opinião dos observadores sociais é de que a escravidão continua. A mulher continua sobrecarregada inclusive por seus novos hábitos de vida: fumar , beber, ter vários parceiros sexuais, excesso de trabalho e estresse. Tudo isto desconjuntou a família como uma mesa antes estável , hoje com o pé quebrado.

O homem atual se vê um tanto perdido em seu papel. Ele não é mais o provedor único do lar; nem mesmo o mais inteligente da dupla. Os direitos de saber e de ir e vir são comuns de dois; a prole quando existe é pequena em relação a da família dos anos 900 e seus cuidados são divididos entre pai e mãe. Criou-se a mãe - substituta, as babás que são as pessoas ou instituições que vêem em socorro da prole antes responsabilidade exclusiva dos pais. O casal se subdivide entre o trabalho e o lar , incluindo os afazeres domésticos , e o educar os filhos.

Direitos e deveres são motivo de competição entre o casal e subindo o nível da insatisfação é razoável a troca de casamento. Lar e casa se confundem pois os bens de consumo tendem a ser substitutos da realização intima que formam o verdadeiro lar , refúgio e lugar para onde voltar.

A família sofre de mal estar.

Entendemos que em tudo que é novo, primeiro se instala o mal estar, porém é Jung que nos lembra que quando a família vai mal é preciso cuidar da mãe.

A FAMILIA MORREU, VIVA A FAMILIA!

Sintetizando, a título de sermos livres não poderemos fazer só o que queremos mas o que queremos deverá se adaptar as possibilidades da minha cultura.

Na nossa cultura o que se pede ao casal é em primeiro lugar que se amem, que se comprometam com esse amor e que esse compromisso inclua não trair, seja em idéias, palavras ou atos.

Fortalecidos estes laços , como as raízes de uma árvore lançam-se fundo para sustentar o tronco, pode o tronco mostrar-se em toda sua força (relacionamento amoroso), criando galhos e seus rebentos, flores e frutos que são os filhos. Mas tudo começa da raiz , do que está escondido, não visível. O que cada um traz de bagagem pessoal. Sua individualidade que precede e sucede ao casamento. Seus valores essenciais.

Valores a serem resgatados:

  • mulher: acolhimento, intuição, anonimato, suavidade,o feminino
  • homem: autoridade, iniciativa, virilidade,o masculino

Para ambos : segurança íntima profundamente ligada a questão da fé em Deus.

Retomemos a análise da liberdade conjugal, seus limites e possibilidades:

  • A primeira manifestação da liberdade é a da consciência tranqüila. Fazer o melhor possível e não ficar preso ao melhor que existe.
  • A liberdade é uma questão pessoal. Ninguém é livre para o outro como também ninguém pode me libertar.
  • Assim como o relacionamento só melhora se cada um se torna um ser melhor, assim a liberdade pessoal poderá ser exercida dentro da relação na medida em que eu sou interiormente livre.
  • Terei sempre liberdade de crescer e me desenvolver como espírito, bem como de cultivar as virtudes da paciência, tolerância, renúncia.
  • Tenho total liberdade para amar.
  • Tenho liberdade para cooperar para o crescimento do outro ainda que isto signifique deixá-lo ir.
  • Tenho liberdade e responsabilidade de me conhecer cada dia mais e melhor.
  • Tenho liberdade para cooperar para que o meu relacionamento seja cada dia melhor.
  • Tenho liberdade para ser co-operador de Deus .



Fonte: Site CVDEE - “Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo”



Ciência e Espiritualidade

 

Por Nubor Orlando Facure

 

Por mais que neguem os materialistas, a espiritualidade é um atributo que faz parte da essência do ser humano. Desde os tempos primitivos o Homem percebeu que existem forças que transcendem o seu domínio e passou a respeitar, a temer e a se subjugar diante das ameaças dos fenômenos da natureza, da conjunção dos astros e da incerteza do futuro.

Nasceram assim as crenças, os mitos, os deuses. as magias, os sortilégios, o misticismo, organizaram-se templos e igrejas com suas liturgias, seus sacerdotes e prosperaram as “instituições religiosas”. Neste clima vários deuses disputavam o poder e a força do verdadeiro Deus.

Conquistando a razão no decurso dos milênios que a evolução lhe exigia percorrer, o Homem percebia que sua experiência psíquica ultrapassava a realidade limitada pela experiência que os sentidos lhe permitia perceber . No seu íntimo, a vida transcendia a própria morte e as lembranças dos seu antepassados, que lhes pareciam visitar nos sonhos ou nas recordações, o faziam pressupor que uma vida futura deveria reunir a todos.

Os séculos se sucederam sem que no entanto o ser humano conseguisse atravessar a fronteira da morte sem temor e sobressaltos. A espiritualidade permanecia como uma conquista sempre adiada para depois, uma viagem sem volta ou uma terra que se comprava com promessas, lamentações ou indulgências.

A caminhada de Jesus pela Terra traçou rumos, comprovou a imortalidade, estabeleceu a comunhão com o Pai, dialogou com os Espíritos e revelou os gozos da vida futura. O Homem, persistiu, porem, nos desvios irresponsáveis, preferindo as vantagens que a Terra e as conquistas materiais o permitia possuir. Nos dias de hoje as palavras do Cristo de novo ressoam nas páginas do Consolador prometido. A “Pátria do Evangelho” se ergueu revelando-se como o grande “portal da Espiritualidade” a insistir com o Homem que Deus existe, que a vida continua, que somos espíritos imortais, que na Casa do Senhor há muitas moradas onde nossos entes queridos nos aguardam e que este mundo e o “outro” se relacionam num vai e vem de interferências múltiplas.

A mesma doutrina do Cristo, agora codificada por Kardec, nos expôs, ao lado dos cânticos da Boa Nova, a fé raciocinada, permitindo a constatação do fenômeno espiritual com os paradígmas de uma “nova ciência”.

A espiritualidade, quando avaliada cientificamente, esbarra, porem, em uma série de dificuldades. Primeiro a sua própria conceituação, depois, sua distinção com religião e misticismo.

A religião implica numa organização institucional com uma maior ou menor participação do indivíduo. Nas religiões tradicionais são prescritas crenças, dogmas, rituais, práticas litúrgicas e compromissos sociais com a instituição. A exploração da espiritualidade é historicamente uma prática comum às religiões, que se aproveitam de alguns conceitos que são compartilhados entre ambos : a relação transcendente com Deus ( uma “força suprema” ou uma “energia universal”) e a veneração por aquilo que é tido como sagrado.

A dimensão espiritual implícita na natureza humana é aceita por uns mas, não por outros, e aquilo que permite alguém ter aceso à esta dimensão, não terá nenhum significado para aquele que não admite a sua existência.

Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade,suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto,manterem um vínculo estreito com a espiritualidade.

A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.

Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.

Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conecção com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais podemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.

Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso.

O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual.

Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir contacto direto com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado e aqueles outros quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. Mais significativas ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de experiências de quase morte (near death experience) e as projeções fora do corpo físico (out of body experience) nos quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual .

No Brasil, podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns os recados do outro lado tem sido tão freqüentes que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos.

Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”. Qualquer cientista sem preconceito pode sistematizar suas observações dentro dos três domínios que apresentamos para a análise da espiritualidade e confirmar que na “prática”, nas crenças” e nas “experiências espirituais” nos seus vários matizes, a espiritualidade toda se manifesta, revelando a centelha divina e imortal que habita em todos nós.

 

Fonte: Site “CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo”

Teu conflito

Flor

 

Aturdido, defrontas-te com acontecimentos, que te colhem de surpresa;

Angustiado, não vês solução imediata para os teus problemas;

Aflito, envolves-te na dor e cessas de pensar com equilíbrio.

A vida colheu-te de surpresa em verdadeira tempestade emocional; anseias solucionar, à tua maneira, a problemática que hoje atormenta a tua existência.

Em meio ao teu caos emocional, esqueces a terapia insuperável da prece. Absorves, apenas, as emanações pesadas do teu conflito.

Debates-te entre a moral espírita, que te convida a perdoar e o teu orgulho, abalado e contundido.

Acalma-te e ouve. Nós te queremos lembrar da caridade paciência, que te solicita ajuizar melhor os acontecimentos, e a aguardar, pacientemente, as mudanças ou a aceitar o já estabelecido.

A angústia, o aturdimento e o orgulho são maus conselheiros, enquanto que a caridade-paciência é bálsamo, suavizando pela calma, a tua ansiedade.

A caridade-tolerância é outra excelente virtude e far-te-á compreender os que te ferem e magoam.

Medita.

O acaso não existe e o momento que hoje vives, aflitivo e difícil, é o teu teste, como espirita e cristão.

Não fujas ao testemunho.

Não relutes em abrir mão das tuas convicções do homem velho, em favor da caridade-paciência, da caridade-tolerância, da caridade-perdão, que requisitam de ti, hoje, a postura do homem novo que pensas ser. É hora de, não apenas pensares que és, mas seres de fato um novo homem, cristão convicto na Doutrina dos Espíritos e enfrentares, com coragem, sem angústias, nem desequilíbrios, o teste para a tua fortaleza.

 

Lar Espírita Chico Xavier - Psicografado por Vera Cohim pelo Espírito Amélia

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Vida e Valores (Os anjos guardiães)


Jamais suponhas que tu estejas ao léu na Terra. Não. Cada qual de nós que renasce no mundo, a Divindade aciona alguém para nos orientar, ao longo de nossa trajetória por aqui.

Esse alguém, esse ser espiritual é conhecido, desde todos os tempos, e nós o chamamos de nosso anjo guardião.

Desde quando surgiu no palco da mentalidade humana a idéia de que há anjos, de que existem seres angélicos, aquele ser superior a nós, que nos guia a vida, que nos orienta a vida, que nos coordena os passos, é chamado de anjo guardião, ou simplesmente anjo da guarda, ou simplesmente nosso guia.

Existem várias imagens que tentam representar o nosso anjo guardião. Há uma muito conhecida, muito popular, de um anjo com asas enormes acompanhando um menino que corre atrás da bola na direção do abismo.

É tão importante saber que a imagem que se tem do anjo guardião é a imagem de quem nos guia, de quem nos protege.E, de fato, o anjo guardião é um Espírito de hierarquia superior à nossa. O bom senso nos diz que tem que ser assim.

Alguém para guiar outro alguém não pode estar no mesmo nível, não pode ser equiparado, porque não saberia sair das situações complexas, inspirar nas situações difíceis.

Logo, o nosso anjo guardião, invariavelmente, é um Espírito de hierarquia mais alta que a nossa.

O anjo guardião funciona como se fosse um irmão mais velho, um pai amoroso, um mestre, um professor, mas fundamentalmente, um amigo.

E nessa amizade, nessa paternidade, nessa irmandade, o nosso anjo guardião não nega recursos para nos fazer criaturas felizes, ainda que para isso tenha que nos deixar sofrer, ainda que para isso nos permita a lágrima.

Desse modo, nós ficamos pensando como é importante essa consciência de que, apesar de sermos pessoas maduras, racionais, homens e mulheres que já conseguimos decidir as nossas vidas na Terra, se não tivéssemos o nosso guardião, cairíamos invariavelmente em muitas trampas do caminho, em muitas armadilhas da vida material na Terra.

Porque é na Terra onde encontramos toda gama de perigos, todas as dificuldades, e a nossa visão humana não é tão abrangente, em termos espirituais, que nos permita identificar onde se acham determinados perigos, determinadas dificuldades.

O anjo guardião é essa criatura que nos inspira, que nos orienta, mas de nenhuma maneira interfere no nosso livre arbítrio, senão ninguém mataria outra pessoa, ninguém roubaria, ninguém furtaria.

Se não fosse esse respeito pelo livre arbítrio, ninguém trairia ninguém, ninguém mentiria contra ninguém, porque o nosso anjo guardião não chancela isso, não aprova isso, não pode aplaudir essas coisas. Mas, em nome do respeito ao nosso livre arbítrio, ele nos deixa agir, na certeza de que, depois da nossa ação teremos que suportar o peso da reação.

É desse modo que verificamos que a nossa vida na Terra só não é mais feliz porque ainda não o desejamos, nem sabemos que é possível ser mais feliz na Terra.

Para nós, nascer na Terra já é, em si próprio, motivo de sofrimento. Pouca gente faz idéia de que a nossa vida no mundo é destinada ao nosso crescimento, à nossa felicidade.

Só que, para que alcancemos esse crescimento, para que logremos essa felicidade, temos que fazer a nossa parte.O nosso anjo guardião nos inspira, repito, nos orienta, nos ajuda, mas ele não pode fazer o que somente nós podemos.

Alguém que visite o médico diante de um problema de saúde, ouvirá do médico as orientações devidas, receberá do médico a prescrição quanto à medicação a tomar, mas vai tomar se quiser, fará uso, se quiser, de tudo quanto o facultativo lhe haja indicado.

Assim é a nossa vida com nossos anjos guardiães. Nós poderemos receber deles toda boa inspiração, mas colocá-la em prática já será de nossa inteira liberdade.

Nosso anjo guardião merece, por isso, ser buscado, procurarmos estreitar os vínculos com ele. É certo que ele não nos abandona, mas nós, muitas vezes, nos desplugamos da sintonia com ele, saímos dessa sintonia com ele e obviamente nos sentiremos a sós, um tanto quanto perdidos nessa vastidão do mundo Terra.

E é tão triste essa sensação de que não temos ninguém, embora tenhamos todos a nosso favor, porque se temos Deus conosco através da figura do nosso guardião, não precisaríamos de mais nada.

* * *

Essa presença de Deus junto a nós, através da figura do nosso anjo guardião, precisa ser valorizada por nós. Sim, precisa ser valorizada por nós.

É muito comum que cheguemos ao ponto de sair procurando ajuda através de outras criaturas.Vamos procurar os médiuns, os sacerdotes, os rabinos, os pastores, os pais de santo, na tentativa de que eles nos resolvam problemas, supondo que eles nos apontarão caminhos.

Muitas vezes o fazem, mas porque são criaturas humanas como nós, vivendo as mesmas lutas e necessidades do mundo, às vezes num plano de melhor visão, muitas vezes dotados de maior experiência que a gente, mas não deixam de ser criaturas humanas, atropeladas pelos mesmos vendavais que atropelam as nossas vidas, nem sempre eles atinarão para com o sentido daquele sofrimento que nos acontece, para com a fonte daquele tormento que nos acicata.

Mas, o nosso anjo guardião sabe exatamente porque é que nós estamos atravessando determinadas quadras da vida, positivas ou doloridas. Nosso anjo guardião sabe.

Será importantíssimo nós aprendermos a fechar circuito com eles, a travar contato com eles. Poderemos fazer isso, sem dúvida, aprendendo a fazer silêncio íntimo.

Temos vivido num tempo na Terra e, particularmente nesse lado ocidental do mundo, em que não conseguimos fazer silêncio mental. Acostumamo-nos culturalmente ao barulho, ao tumulto.

Dessa forma, será muito difícil para nós manter contato com nosso anjo guardião. Para ouvirmos entre aspas, sua voz, para captarmos seu psiquismo, é necessário silenciar nossos barulhos internos, nossos tumultos interiores.

Os orientais costumavam dizer que a nossa mente ocidental é semelhante a um macaco louco, porque salta de um para outro galho. Nós pensamos várias coisas ao mesmo tempo e isso nos perturba muito a capacidade de concentração.

É necessário, em nossa vida, o exercício de fazer silêncio íntimo, o exercício de silenciar, desligar os celulares, a campainha da porta, desligarmos o rádio, a televisão e fazermos durante um tempo, a nossa reflexão.

Pensar na natureza, os quadros bons da natureza, as coisas que nos sensibilizam, que nos comovem. Gradativamente nós vamos aprendendo a concentrar.

Concentrar-se é dirigir-se para alguma coisa ou algum lugar. É transformar alguma coisa, algum lugar, algum fato, no centro da nossa atenção.

Daí então, o nosso anjo guardião merece que nós façamos esse exercício para conseguirmos, ao longo do tempo, estabelecer ponte com ele.

A princípio, quando começarmos a fazer silêncio íntimo, sentiremos grande dificuldade, porque estamos acostumados ao barulho.Temos que falar o tempo todo da nossa vida. Não temos costume de silenciar, de passar algumas horas por conta da nossa própria reflexão.

Temos que estar escutando alguma coisa, seja música, seja conversa dos outros, seja irradiação de futebol, seja a novela, seja o que for: o tempo todo nos acostumamos ao barulho, não conseguimos fazer ponte com o Além Superior.

É importante que comecemos o exercício. Na hora em que o pensamento evadir-se, retornamos e recomeçamos a pensar naquilo que era alvo da nossa atenção.O tempo vai passando e nós vamos aprendendo, gradativamente, a ficar mais tempo em silêncio. Silêncio, ouvindo a voz do infinito.

O célebre Pitágoras estabeleceu que o Universo tem uma harmonia, uma sinfonia, corpos que giram para todos os lados, com velocidades variadas não podem ter outra destinação senão a produção de sons.

Mas Pitágoras estabeleceu que nós não conseguimos ouvir esses sons da natureza, porque já nascemos mergulhados nele, não temos o contraste do som e do silêncio.

Então, para nós será importante aprendermos a ouvir esse som do Universo conscientemente, sabedores de que não saberemos distingui-lo do silêncio cósmico. Mas vamos aprender a ouvir o silêncio do Universo que, para nós, será uma verdadeira sinfonia.

Somente quando o logremos, saberemos. Teremos conseguido fazer ponte mental com nosso anjo guardião. Surgir-nos-ão inspirações, idéias, palavras, aprimoramento daquelas idéias que já tínhamos desenvolvido.

Desse modo, estaremos entrosados com aquele Espírito que foi destinado a nos conduzir na Terra, do nosso berço ao nosso túmulo. Muitas vezes, desde antes do nosso berço terrestre, muitas vezes, para além da nossa morte física, nosso anjo guardião nosso amigo, representante de Deus junto a nós.




Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 120, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 03.08.2008.
Em 29.09.2008.


Sem adiamentos

Filhos da alma:
Que Jesus nos abençoe!

Aqueles dias, assinalados pelo ódio e pela traição, pelo desbordar das paixões asselvajadas pelo crime e hediondez, eram as bases sobre as quais as forças conjugadas do Mal iam erigir o seu quartel de destruição do Bem.

Veio Jesus e gerou uma nova era centrada no amor.

Dezenove séculos depois, apresentavam-se as criaturas em condições quase equivalentes. É certo que, nesse ínterim, houve um grande desenvolvimento tecnológico e científico, e o progresso colocou fronteiras que se abriam para o futuro, mas as lutas eram tirânicas entre o materialismo e o espiritualismo.

Então veio Allan Kardec e, com a caridade exaltando o amor do Mestre, proporcionou à Ciência investigar em profundidade o ser humano, identificando-lhe a imortalidade, a comunicabilidade, a reencarnação do Espírito, que é indestrutível.

Cento e cinqüenta anos depois, as paisagens terrestres encontram-se sombreadas por crimes equivalentes aos referidos, que não ficaram apenas no passado, e o monstro da guerra espreita sorrateiro nos pontos cardeais do Planeta, aguardando o momento para apresentar-se destruidor, como se capaz fosse de eliminar o Bem, de destruir a Vida.

Neste momento, a Doutrina Espírita, sintetizando o pensamento de Cristo nas informações da sua grandiosa filosofia centrada na experiência dos fatos, apresenta a Era da Paz, proporcionando a visão otimista do futuro e oferecendo a alegria de viver a serviço do Bem.

Vivemos os momentos difíceis da grande transição terrestre.

As dificuldades multiplicam-se e a cizânia homizia-se nos corações, procurando gerar divisionismos e partidos que entrem em conflagração com caráter destruidor. O ódio, disfarçado na indumentária da hipocrisia, assenhoreia-se das vidas, enquanto a insensatez estimula os instintos não superados, para que atirem a criatura humana no charco das paixões dissolventes onde pretendem afogá-la.

Mas é neste momento grave que as luzes soberanas da verdade brilham no velador das consciências, conclamando-nos a todos, desencarnados e encarnados, a porfiar no bem até o fim.

Não são fáceis as batalhas travadas no íntimo, mas Jesus não nos prometeu facilidades. Referiu-se mesmo à espada que deveria separar o bem do mal, destruir a iniqüidade para salvar o iníquo.

Os desafios que se multiplicam constituem a grande prova através da qual nos recuperamos dos delitos graves contra nós mesmos, o nosso próximo, a sociedade, quando pervertemos a mensagem de amor inspirados pelos interesses vis a que nos afeiçoávamos.

Agora é o grande instante da decisão. Não há mais lugar para titubeios, para postergarmos a realização do ideal.

Já compreendemos, juntos, que os denominados dois mundos são apenas um mundo em duas vibrações diferentes. Estão perfeitamente integrados no objetivo de construir um outro mundo melhor e fazer feliz a criatura humana.

Demo-nos as mãos, unidos, para que demonstremos que as nossas pequenas diferenças de opinião são insuficientes para superar a identificação dos nossos propósitos nos paradigmas doutrinários em que firmamos os ideais.

Demo-nos as mãos, para enfrentar a onda de homicídios legais nos disfarces do aborto, da eutanásia, do suicídio, da pena de morte que sempre buscam a legitimação, porque jamais serão morais.

Empenhemo-nos por viver conforme as diretrizes austeras exaradas no Evangelho e atualizadas pelo Espiritismo.

Jesus, meus filhos, encontra-se conduzindo a nau terrestre e a levará ao porto seguro que lhe está destinado.

Disputemos a honra de fazer parte da sua tripulação, na condição de humildes colaboradores. Que o sejamos, porém, fiéis ao comando da Sua dúlcida voz.

Não revidar mal por mal, não desperdiçar o tempo nas discussões infrutíferas das vaidades humanas, utilizar esse patrimônio na edificação do reino de Deus em nós mesmos, são as antigas-novas diretrizes que nos conduzirão ao destino que buscamos.

Estes são dias tumultuosos!

Se, de alguma forma, viveis as alegrias dos avanços do conhecimento científico e tecnológico, desfrutais das comodidades que proporcionam ao lado de centenas de milhões de Espíritos sofridos e anatematizados pela enfermidade, pela fome, pela dor, quase esquecidos, também são os dias de acender a luz do amor em vossos corações, para que o amor distenda as vossas mãos na direção deles, os filhos do calvário. Mas, não apenas deles, como também dos filhos do calvário no próprio lar, na Casa Espírita, na oficina de dignificação pelo trabalho, no grupo social...

Em toda parte Jesus necessita de vós, para falar pela vossa boca, caminhar pelos vossos pés e agir através das vossas mãos.

Exultai, se incompreendidos. Alegrai-vos, se acusados. Buscai sorrir, se caluniados ou esquecidos dos aplausos terrestres.

As vossas condecorações serão as feridas cicatrizadas na alma que constituirão o passaporte divino para, depois da grave travessia, entrardes no grande lar em paz.

Ide, pois, de retorno às vossas lides e amai.

Levai Jesus convosco e vivei-O.

Ensinai a todos a doutrina de libertação e dela fazei a vossa bússola.

Na ampulheta das horas o tempo continua inexoravelmente sem tempo para adiamentos.

Vigiai orando e amai servindo.

Que o Senhor de bênçãos nos abençoe, filhos da alma, é a súplica que faz o servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra.


Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco ao final da Reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, no dia 11 de novembro de 2007, em Brasília, DF.
Em 23.05.2008.


Dores excessivas

Reclamas o peso do fardo moral sobre os teus ombros frágeis, olvidando-te de que Deus não sobrecarrega a ninguém em demasia. Sempre confere os sofrimentos necessários de acordo com as resistências de que cada qual dispõe.

Identificas dificuldades onde se manifestam oportunidades de crescimento interior, porque te encontras fatigado pelos testemunhos constantes, esquecendo-te de que a árvore cresce silenciosamente embora tombe com grande ruído.

Acreditas-te vítima de ocorrências desgastantes e contínuas, quando, em realidade, representam condições para o teu avanço espiritual, desde que te candidataste ao empreendimento iluminativo.

Certamente, permanecer fiel ao dever, quando outros o abandonam, ou manter-se confiante nos momentos em que as circunstâncias apresentam-se menos favoráveis, constituem um esforço muito significativo. Entretanto, mede-se o caráter de uma pessoa pelos valores dignificantes que o exornam.

O indivíduo comum, que prefere avançar perdido na massa, na futilidade, desempenhando o papel do imediatista e aproveitador, não enfrenta esse tipo de desafios, nada obstante, experimenta outros conflitos perturbadores, porque ninguém se encontra na Terra em caráter de exceção, como quem realiza uma agradável jornada ao país da fantasia.

Aquele que se ilude com a existência terrena igualmente desperta, cedo ou tarde, sendo convocado aos enfrentamentos do processo da evolução.

Desse modo, acumula experiências libertadoras através dos aparentes insucessos e dos contínuos tributos de luta e de compreensão à existência corporal.

Para onde olhes defrontarás intérminas batalhas pela sobrevivência, pela afirmação dos valores mais nobres, mesmo que nas rudes refregas do instinto em crescimento para a razão.

Nos reinos vegetal e animal, o predador está sempre seguindo sua vítima, que adquire mecanismos de salvação, adaptando-se ao meio ambiente, mudando de forma, ocultando-se.

Embora a vitória da herança atávica para a preservação da vida, sucumbem ante o ser humano, cuja inteligência é aplicada à conquista de instrumentos que lhes superam as habilidades, vencendo-os de contínuo.

Apesar disso, aqueles que sobrevivem mantêm prodigiosamente o milagre da vida em operosidade.

O vendaval ameaça a árvore altaneira, que se dobra para deixá-lo passar, ou sofre-lhe o açoite destruidor, reerguendo-se depois e prosseguindo vitoriosa no mister que lhe foi estabelecido.

O barro submete-se ao oleiro, aceita o aquecimento exagerado e mantém a forma que lhe foi conferida.

O solo é sulcado e sacudido de todos os lados, a fim de proporcionar a germinação das sementes.

Os metais derretem-se, de modo a receberem novas expressões que darão beleza ao mundo.

Tudo é renovação contínua, que decorre dos impositivos da evolução.

* * *

Se perguntares o que sofre a semente no seio abafado da terra, a fim de que possa libertar a vida que nela jaz adormecida, e se ela pudesse, responderia que o medo, a angústia e a opressão fazem parte de todas as suas horas até o momento em que as vergônteas recebem a luz do Sol e atingem o objetivo a que se destinam.

Se indagares ao triunfador como lhe foi possível alcançar o pódio da vitória, ele te narrará inúmeros sofrimentos que nunca experimentaste, mas que foram superados com alegria, considerando a meta para onde dirige os passos.

Se inquirisses o Sol como pode manter a corte de astros à sua volta, e ele dispusesse de meios de explicar-te, contestaria que transforma a sua massa em energia constante, gastando a média de quatrocentos e vinte milhões de toneladas por segundo.

Em toda parte o esforço enfrenta a luta, que se impõe como necessidade de transformações e de progresso.

Quem se nega ao esforço permanece na paralisia, e aquele que foge à batalha de crescimento, asfixia-se na inutilidade.

Não te aflijas, portanto, pelos enfrentamentos necessários, jamais superestimando as ocorrências que te parecem afligentes.

Sempre existirá alguém mais sobrecarregado do que tu. Porque não se queixa e não lhe conheces o fadário, tens a impressão de que as tuas são dores únicas e mais volumosas do que as de todos.

Há muitos corações crucificados que desfilam pelos teus caminhos e ignoras completamente o que lhes acontece.

Este, no qual te encontras, é um mundo de provas e expiações, portanto, hospital de almas, oficina de reparos, escola de aperfeiçoamento.

É natural que isso ocorra, porquanto será graças a esses fenômenos, nem sempre agradáveis, que alcançarás as estrelas.

Quem poderia imaginar que o Rei Solar tivesse de sofrer tanto, a fim de afirmar o Seu amor por nós?

Se Ele, que é todo amor e misericórdia, pureza e perdão, aceitou de boamente os testemunhos pavorosos para nos demonstrar a Sua grandeza, qual será a quota reservada a cada Espírito que transita na retaguarda a fim de conseguir o seu triunfo durante o seu processo de enriquecimento?

Não reclames, pois, nem te consideres abandonado pela sorte.

Colhes hoje o que semeaste há muito tempo.

Faculta-te agora uma semeadura diferente em relação ao futuro, de maneira que te libertes das dores excruciantes deste momento, auferindo alegrias e bênçãos jamais imaginadas.

Aquieta, desse modo, as objurgações infelizes, o coração intranqüilo, superando o pessimismo e a amargura, e poderás enxergar melhor os acontecimentos que te envolvem, graças aos quais alcançarás a plenitude.

Assim, não te permitas autocomiseração, nem conflito perverso de qualquer natureza, entregando-te a Jesus e nEle confiando de forma irrestrita e terminante, pois que Ele cuidará de ti.

* * *

A tua atual existência está programada para o êxito. Não mais tombarás nas sombras de onde procedes, se insistires por banhar-te com a clara luminosidade do amor de Deus.

Reflexiona melhor e com mais maturidade, de maneira que constatarás alegrias e bem-estar pelo teu caminho, nada obstante algumas dificuldades naturais que todos devem enfrentar.

Alegra-te por seres incompreendido, por estares no campo de elevação entre dissabores, porque a compensação divina é sempre o resultado do grau de esforço desenvolvido pelo ser humano durante a trajetória de elevação.

Joanna de Ângelis


Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,

na noite de 18 de maio de 2004, em Berlim, Alemanha.
Em 04.02.2008.

Só pelo amor


Se você quiser alcançar a ventura profunda que deixa em festa a alma, se desejar chegar às fontes da luz que forja a alegria verdadeira, e se almeja culminar os seus tempos terrestres sob o manto leve de trabalhador dedicado, desenvolvendo paz no íntimo, pela glória de viver dignamente, precisará conscientizar-se da grandeza do amor.

Se você busca algum caminho para fazer dos seus passos atitudes firmes, seguras, tornando-se útil aos dois mundos, o físico e o espiritual, que demonstram os níveis variados da exuberante vida, saiba que a mediunidade, com a vitoriosa orientação de Jesus, lhe dará a mais oportuna opção.

Entretanto, caso você apele para a mediunidade, sem estar atento à magnitude do seu exercício, ou se não se importar com a seriedade desse trabalho, uma vez que do mundo corporal o médium penetra as vibrações do mundo dos Espíritos, terá perdido importantes ocasiões para tratar de si mesmo, por meio da prática do amor.

É indiscutível que somos todos mais ou menos médiuns, em virtude da capacidade da teletransmissão do pensamento. Somos aptos a, igualmente, captar pensamentos de tantos quantos pensam no mundo, estejam encarnados ou desencarnados os pensantes.

A condição do nosso íntimo é que determinará a nossa posição psíquica e a possibilidade de nos sintonizar com esse ou com aquele tipo de pensamentos, desse ou daquele ser espiritual.

É notório que, se houver a luz do amor a orientar essa faculdade, ainda quando o médium atenda as almas sofredoras, estará imerso nos fluidos dos seres felizes, enobrecidos, representantes do bem junto à criatura da Terra.

O amor é, por fim, a grande chave do êxito, da oportunidade de fazer-nos úteis a tanta gente. O amor, que significa a luz de Deus em cada um de Seus filhos, espalha-se sobre o nosso planeta, para tornar felizes todos nós. Só o amor é capaz de derramar-se através do mundo e fazer feliz a todo aquele que aspira por tornar-se uma alma amorosa, espalhando seus sentimentos de amorosidade para quem o cerque.

É no amor que todo médium achará o próprio Jesus a nortear sua existência tornada útil, por meio dos mensageiros que atuam em Seu nome. Que não nos esqueçamos disso, e que nos apliquemos nos esforços e trabalhos redentores.

Ao assumirmos, com honestidade, o mandato mediúnico, façamo-lo com muita verdade e com devotamento, mas, fundamentalmente, com amor intenso, a fim de que não se percam as conexões das nossas mentes com a Mente Sublime das Regiões de Luz, que sobrepairam o mundo.

A mediunidade com Jesus é mediunidade com amor, sempre.

Maria Martins.



Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 27.5.2006, no Instituto de Cultura Espírita de Itabuna, Itabuna-BA.

Vida e Valores (Espiritismo e espiritualismo)


Existem na vida da gente situações as mais importantes, que precisam ser observadas sempre. Dentre elas, está a nossa crença.

Todas as criaturas humanas têm a sua crença. Independentemente de que seja uma crença religiosa, uma crença filosófica, uma crença esportiva, a crença na humanidade. Todos temos uma crença.

Mas, vamos nos situar no universo da crença religiosa. As criaturas que são religiosas na Terra, por razões variadas, se multiplicaram em grupos os mais distintos. Em geral, todos esses grupos acreditam na existência de um Criador para a vida. Na existência de Deus. Todos esses grupos admitem que, independente de Deus, também podem acreditar na existência das criaturas Divinas, das criaturas de Deus, os seres espirituais.

Em alguns grupos de crença de fé, esses seres são chamados de almas. Em outros grupos são conhecidos como Espíritos. Dessa maneira, vale a pena pensar o quanto se distribui na humanidade em termos de crença. Quanta crença existe na humanidade.

Existem aqueles que admitem que o indivíduo, quando nasce, tenha a alma forjada na hora em que o corpo vai nascer. Para cada corpo novo, a Divindade cria uma alma - a doutrina dogmatista.

Mas há aqueles outros que crêem que a alma existe desde todo o sempre, criada por Deus e que, quando o corpo nasce, a alma não está sendo criada junto com o seu nascimento. É uma alma velha que passa a habitar um corpo novo.

As mais variadas doutrinas espiritualistas admitem que haja uma alma habitante do corpo físico, de um corpo humano como é o nosso.

Naturalmente, nós poderíamos perguntar se, no reino animal também poderíamos pensar em uma alma para cada animal. Sim, podemos. Só que, como os animais fazem parte do reino dos seres irracionais, costumamos chamar de princípios espirituais ou de espíritos que se ensaiam para a vida humana.

Sem que nos importemos com essa classificação nos reinos inferiores ao reino humano, dentro das classificações espirituais que os religiosos dão, verificamos que cada grupo religioso tem a sua gama de interpretações.

O que distingue as diversas crenças espiritualistas são as suas interpretações. E quando dizemos espiritualistas, queremos afirmar que todas as crenças que admitem que, além da matéria existe um ser espiritual, uma alma ou alguém que escapa ao fenômeno da morte, essa crença será chamada de espiritualista. Esse indivíduo que sobrevive à morte do corpo é tido como um Espírito, uma alma ou que nome outro se lhe deseje dar.

Dessa maneira então, nós acreditamos em Deus, na Sua existência como criador não criado de todo o Universo, cujos nomes variam de povo para povo, de cultura para cultura e não nos importe se Deus seja chamado assim, como nós O chamamos, Deus; se seja chamado de Alá, de Yavé, de Natura Naturans. Não nos importará o nome pelo qual Deus seja chamado, desde que essa entidade, que tudo tenha criado, seja de fato concebida por nós, entendida por nós, como sendo o Criador de tudo. Esse Criador de tudo será o nosso Deus.

Desse modo, crer em Deus, crer na existência de seres espirituais, de almas, caracteriza o espiritualismo. Todas as religiões são por isso mesmo espiritualistas. Desse modo, não temos porque ter preconceitos uns contra outros, se todos admitimos a existência do Criador e, como conseqüência dessa existência, os Seus seres, as Suas criações humanas, as Suas criações espirituais.

Então, aqueles que são católicos romanos, protestantes, evangélicos, reformados, budistas, taoístas, espiritistas, umbandistas, candomblezistas, judeus, islâmicos, todos são espiritualistas. Vale a pena pensar nisso, para que vejamos que há muito mais coisas em comum entre nós do que imaginamos.

* * *

Quando falamos que temos muito mais pontos em contato do que possa parecer, é verdade. É mais sério do que nós pensamos.

Às vezes, ficamos a refletir por que é que os religiosos têm o costume de brigar, desde todos os tempos da humanidade. Desde que se formaram dois grupos de interpretações diferentes e que foram chamados de crenças, de religiões, etc... já estão os grupos a se engalfinhar. E isso demonstra quão pequena é a maturidade das criaturas humanas que nós formamos.

Nós estamos falando de Deus, o Autor não criado de todas as autorias, o Criador não criado de todas as criações, nada obstante não conseguimos captar a Sua grandeza ainda. Estamos disputando território, estamos disputando terreno com aqueles que interpretam a existência desse Criador de maneira diferente da nossa.

Imaginemos se, diante de um daltônico, que olhasse uma cor vermelha e jurasse que era verde, se nós nos engalfinhássemos com ele. Teremos que perceber, que saber, que ele é daltônico, e onde ele vê verde, nós estamos vendo vermelho ou vice-versa, ou outras correlações que possam ser feitas pelo daltônico. Desse modo, não há nenhum sentido em vermos religiosos se engalfinhando.

Pelo mundo afora encontramos as guerras, verdadeiras guerras entre aqueles que acreditam em Alá e aqueles que acreditam em Jeová; os que acreditam em Deus, os que acreditam em Alá. Desse modo, onde pretendemos chegar com a nossa religião?

O espiritualismo forma a generalidade da nossa crença. Todas as crenças religiosas são espiritualistas mas, dentre essas crenças espiritualistas, no século XIX, apareceu em Paris uma delas, que passou a ser chamada Espiritismo.

No dia 18 de abril de 1857, foi publicado um livro notável, no Palais Royal, na antiga Galérie d’ Orléans, intitulado: O Livro dos Espíritos. Vinha assinado por um autor até então desconhecido. Esse autor era Allan Kardec.

Mais tarde pudemos saber que Allan Kardec era um pseudônimo de um notabilíssimo professor francês chamado Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, criado na Suíça Francesa, na cidade de Yverdon-les-Bains e discípulo de um dos mais notáveis pedagogos de todos os tempos na Europa, que foi o notável Johann Heinrich Pestalozzi. Pestalozzi, que todos os professores conhecem.

Ora, esse Allan Kardec trouxe-nos organizadamente os princípios espiritualistas que vieram formar o que se convencionou chamar, com ele, de Espiritismo.

Muita gente tem medo da palavra, mas é uma palavra como outra qualquer, criada exatamente para afirmar que é a Doutrina dos Espíritos. Ismo, significando Doutrina. Dos Espíritos. Como falamos em materialismo - doutrina da matéria. Taoísmo - a doutrina do Tao.

Desse modo, o Espiritismo trazia nos seus pontos fundamentais algo muito importante para nós que estudamos o espiritualismo.

Apresenta o Espiritismo cinco pontos fundamentais, a saber: a existência de Deus. Muita gente pergunta, ou se pergunta, se os espiritistas acreditam em Deus. Ora, se o seu primeiro fundamento, o primeiro fundamento da Doutrina dos Espíritos é a existência de Deus, natural é refletir que os espiritistas admitem a existência de Deus.

Não apenas acreditam nela, mas têm uma certeza da existência desse Criador não criado, dessa Inteligência Suprema do Universo.

E essa visão espiritista de Deus é uma visão que todas as religiões podem assimilar. Por quê? Porque Deus sendo a Inteligência Suprema do Universo, qual é a religião que fala diferentemente disso? Qual é a religião que fala contrariamente a isso?

Dessa maneira, nós podemos bem aquilatar o quanto é importante a existência de Deus. Porque é o fundamento de todos os fundamentos.

Daí nasce o segundo princípio da Doutrina Espírita, que é a existência e a imortalidade da alma. Todos nós somos existentes, mas também somos imortais. O fato de sermos imortais é algo importantíssimo, no contexto das nossas vidas. Morremos, mas não desaparecemos com a morte.

Ao lado disso, chegamos ao terceiro princípio da Doutrina Espírita, a pluralidade das existências. Somos imortais, e temos que evoluir ao infinito como propôs Jesus Cristo, dizendo o Mestre, que deveríamos ser perfeitos como perfeito é nosso Pai Celestial. Esse direcionamento que Cristo nos aponta é para que saibamos que precisamos evoluir. A pluralidade das existências é a estância que nos permite galgar esse progresso.

Ao lado disso, a pluralidade dos mundos habitados, mostrando que não é somente o nosso planeta o único mundo habitado nesse universo inteiro.

E por fim, a comunicabilidade dos Espíritos. Daí, vemos como é importante sermos espiritualistas. E a Doutrina dos Espíritos é uma digna representante do espiritualismo universal.



Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 95, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em agosto de 2007. Exibido na CNT, Canal 6, Curitiba e Canal 7, Londrina, no dia 30 de março de 2008.

Em 03.05.2008.

Vida e Valores (A humildade focalizada)

Entre as virtudes, existe uma que é o carro-chefe do progresso, e poucas vezes nos damos conta disto. Essa virtude se chama humildade.

Lamentavelmente, a humildade entrou nesse carreiro de má interpretação, do mesmo modo que as pessoas interpretam mal o amor, a paz, caridade, fraternidade. Costuma-se imaginar que elas sejam quaisquer coisas, menos aquilo que de fato elas são. A humildade não escapou desse trajeto da má interpretação.

Para muita gente, ser humilde é ser covarde, é a tibieza, é a timidez.

Mas, a humildade não tem nenhum compromisso com a covardia, nem com a tibieza, nem com a timidez. Pelo contrário, a humildade é uma virtude pró-ativa, é também uma virtude ativa.

A criatura humilde não é aquela que fica esperando cair do céu, quieta, parada, que não fala, que não reclama, que não chama atenção, que não se levanta. Não. A humildade, não. A humildade é exatamente aquela que esclarece, que orienta, que ilumina, que diz sim, que diz não, sem faltar com a verdade, sem faltar com o amor.

A humildade é exatamente a trilha sobre a qual o amor se move. Ninguém consegue amar se não for humilde.

É importante pensar nisso, quando nos lembramos que a natureza nos dá exemplos notáveis dessa virtude. Basta vermos como é que o sol trata o pântano. Para qualquer pessoa à margem desse lamaçal, o pântano não passaria de um fétido, de um charco mal cheiroso. Mas o sol beija o charco, beija o pântano, drena-o e permite que sobre ele nasçam flores. Permite que sobre ele caminhem os homens.É a humildade. Ele não se preocupa se ali era lama, ele se ocupa em atender.

Percebemos que a água, medicinal por si mesma, a água pura que nos dessedenta, que dessedenta os animais, que dessedenta os vegetais, teve que atravessar as camadas mais rústicas de pedra, o filtro das pedras, para tornar-se útil, depois que atravessasse a dificuldade.

Jamais alegaria cansaço, jamais atiraria no rosto de quem a absorve, dos homens, dos animais, das plantas, o seu cansaço, o seu desgaste.

Para chegar aqui, eu tive que atravessar as camadas de pedra. Para atendê-los, eu tive que sofrer isso, ou aquilo.

As águas, não. Onde elas estão, cantarolam, refrescam, hidratam, e ninguém sabe das suas lutas para chegar até ali, para chegar à nossa mesa.

Encontramos, depois do temporal que revirou a terra, que revolveu o solo, depois que a calmaria chega, novamente os vegetais crescerem sobre tudo que sobrou.

É bonito ver a natureza mostrando essa capacidade da humildade.

Como eu vou produzir sobre dejetos? Como eu vou iluminar o lamaçal? Mas por que eu tenho que servir às pessoas depois de ter enfrentado tantas dificuldades?

O sol sobre o charco, a água vazando os minerais, as pedras, as rochas; e o vegetal crescendo sobre os escombros deixados pelo aguaceiro, pela chuva, pelos temporais.

É tão importante saber que a humildade tem essa característica de servir, mas não de calar. De servir, mas não de se omitir.

A humildade é que fez com que nós conhecêssemos pelo mundo afora, a saga de homens notáveis como Martin Luter King Jr., nos Estados Unidos, o negro que não se conformava com o apartheid social norte-americano.

Em nome da sua humildade fez uma campanha, uma marcha sobre o Estado onde está a capital do país: a marcha sobre Washington, distrito de Colúmbia.

Para falar ao país, juntou os negros, os brancos, os amarelos, todos quantos viviam na América, incomodados com aquela situação do preconceito racial.

É claro que pagou com a vida a sua humildade, mas a partir disso, o preconceito racial caiu nos Estados Unidos. Nova legislação se levantou e o único negro que tem um dia oficial nos Estados Unidos, feriado nacional, é Martin Luter King Jr.

* * *

A partir de Martin Luter King Jr., com essa movimentação nos Estados Unidos, se pôde pensar num gesto de humildade e de grandeza.

Se pensarmos bem sobre isto, aquelas pessoas que tentam passar uma imagem de que são humildes, costumam ser muito orgulhosas. Aquelas que têm orgulho da própria humildade, porque Jesus Cristo é o ponto máximo da humildade na Terra, é o grande estro da humildade.

Mas Ele não Se omitiu, não mentiu, não fugiu. Pelo contrário, por Seu amor à verdade, na hora em que os soldados chegaram, no Monte das Oliveiras, para prendê-Lo, antes que Judas Lhe desferisse o beijo, os soldados perguntaram por Ele e Ele indagou:

A quem procurais?

A Jesus de Nazaré.

Aqui o tendes, eu o sou.

Ninguém faria isto. Normalmente, a criatura humana trataria de esgueirar-se, de fugir, de desaparecer dali.

Mas a humildade de Jesus Cristo não permitia que o fizesse. Porque a humildade é uma virtude corajosa. Ela sabe que nada pode empanar a verdade. Então, é uma virtude corajosa.

Em outros momentos: Vós me chamais Mestre e Senhor e dizei-o bem, porque eu o sou.

Quantas são as pessoas, entre nós, que ficam querendo fugir das palavras elogiosas, das palavras enaltecedoras, embora gostando delas?

Se fazemos um elogio por um prato bem feito - Quem sou eu? Não sou ninguém. Não fui eu. Longe de mim.

Bastaria à pessoa, se fosse de fato humilde, agradecer:

Muito obrigado, que bom que você gostou. Fiz para você gostar.

Isso é um gesto de humildade.

Qual é a cozinheira que cozinha para que ninguém goste da sua comida? Qual a costureira que costura para que ninguém goste do seu produto? Qual é o agricultor que planta, que colhe para que ninguém compre seus produtos?

Então, quando eles começam a retirar o corpo fora, é um gesto de falsidade. Eles estão gostando dos elogios, bastaria agradecer.

E se a pessoa disser-nos alguma coisa que a gente ainda de fato não é, o elogio se tornará um incentivo para que persigamos aquela virtude e não carreguemos o peso de um elogio vazio. A humildade tem essas características.

Quem é responsável por este material?

Sou eu.

Quem foi que fez esse quadro lindo?

Fui eu.

E, se a pessoa nos cobrir de elogios, e nós saibamos que não é tanto assim, aprendamos com os Imortais a dedicar a Jesus Cristo todos os aplausos, todos os elogios, todas as palavras entusiásticas, porque é Ele o nosso estro, o nosso Mestre e a nossa inspiração.

A humildade, então, é uma atitude que se tem diante da vida.

Toda criatura que trabalha honestamente para ganhar seu pão diário, é uma pessoa humilde. Se ela não fosse uma pessoa humilde, estaria querendo explorar alguém para ganhar por ela.

Toda criatura que realiza bem o seu mister, que dá conta do seu trabalho, que se preocupa em concluí-lo bem, em agradar a quem o requisitou, é uma pessoa humilde, porque gostaria de que os outros levassem uma boa imagem e gostassem do seu trabalho.

Quantas, quantas foram as vezes em que Jesus Cristo Se manifestou assumindo posições:

Eu sou o médico das almas. Eu sou o caminho, eu sou a verdade, eu sou a vida e ninguém chegará ao Pai, se não for por mim.

Imaginemos se, em nome da humildade, Jesus Cristo Se houvesse omitido: Não, não sou eu o caminho. Não, não sou eu.

Para onde os discípulos iriam? Para quem eles iriam, a quem buscariam?

Por isso, vale a pena na nossa vida assumirmos posições. Mas isso não será indício de vaidade? Não, será indício de verdade. Aquilo que é de nossa responsabilidade, nós assumimos e aquilo que é da responsabilidade do outro, nós dirigimos a outro:

Não, muito obrigado pelo elogio, mas quem fez foi ele. Muito obrigado, mas quem fez foi ela, isso não é obra minha.

Essa é a verdade da humildade. Quem não é humilde costuma apanhar os louros dos outros para si. Está numa equipe em que todos trabalharam e ele assume para ele as glórias, o louro, e não explicita que os seus companheiros participaram.

A humildade - temos que focalizar bem esta virtude, porque ela é o grande dínamo impulsionador do nosso progresso humano.



Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 126, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em janeiro de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 19.10.2008.
Em 02.02.2009.

O necessário

"Mas uma só coisa é necessária." - Jesus. (LUCAS, 10:42.)


Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de leve...

Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar todos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da elevação.

Amealharás enorme fortuna, todavia, ignorarás, por muitos anos, a que região da vida te conduzirá o dinheiro.

Improvisarás pomposos discursos, contudo, desconheces as conseqüências de tuas palavras.

Organizarás grande movimento em derredor de teus passos, no entanto, se não construíres algo dentro deles para o bem legítimo, cansar-te-ás em vão.

Experimentarás muitas dores, mas, se não permaneceres vigilante no aproveitamento da luta, teus dissabores correrão inúteis.

Exaltarás o direito com o verbo indignado e ardoroso, todavia, é provável não estejas senão estimulando a indisciplina e a ociosidade de muitos.

"Uma só coisa é necessária", asseverou o Mestre, em sua lição a Marta, cooperadora dedicada e ativa.

Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando, segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei.

Realizado esse "necessário", cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes é próprio.

Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito.



Extraído do cap. 3 do livro Vinha de Luz,
obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela Federação Espírita Brasileira.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A TITULO DE ESCLARECIMENTO...

livro

(Prefácio do Livro "Nós e o Mundo Espiritual" - Saara Nousiainen).

"Perdoe-me, leitor amigo, por falar algo sobre a minha experiência religiosa. O mesmo, pelo entusiasmo, mas é impossível falar sobre Doutrina Espírita sem vibrar ao encanto que a envolve, a divina beleza das informações que passa ao mostrar a justiça e sabedoria dos mecanismos que regem a vida e a evolução de tudo.

Meu pai era pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na Finlândia, onde nasci e, durante minha infância e adolescência (já no Brasil), tentava entender aqueles conceitos que me apresentavam um Deus, por vezes injusto e cruel, quase sempre irado e nem sempre sabendo o que fazer.

Na verdade estes e outros enfoques encontrados na Bíblia, que é tida como a palavra de Deus, me deixavam perplexa. Perguntava a mim mesma sobre o Porquê de tantas diferenças entre as pessoas, não só em termos de sofrimentos e oportunidades, mas também de temperamento, natureza, grau de inteligência etc... e concluía: se a Bíblia diz que Deus é sábio, Todo-Poderoso, Justo e Bom, não dá para entender porque faz uns nascerem com boa índole, sentimentos de religiosidade, conduta firmada na ética e outros valores, sendo candidatos naturais ao Céu, e outros com má índole, desonestos, agressivos, perversos... perfeitos candidatos ao inferno.

Outra questão que me afligia era a dos escolhidos, pois não conseguia aceitar tamanha parcialidade da parte de Deus ao escolher (dentre os seus filhos) uns para o bem e a felicidade e outros para o mal e o sofrimento, da mesma forma como escolhera o povo israelita para ser o Seu povo, com direito a destruir todos que estivessem em seu caminho, por mais inocentes, puros e dignos que fossem.

Também não conseguia entender como alguém que se diz justo e bom poderia criar seres imperfeitos, com tendências negativas, para depois atirá-los a sofrimentos eternos; arrancar dos braços das mães seus filhos pecadores para lançá-los no inferno. Como essas mães iriam sentir-se no céu, sabendo que aqueles quem mais amam estão nos mais tenebrosos sofrimentos, sem direito a sequer uma nova chance... e tudo isto pela eternidade afora? Isto me parecia uma monstruosidade que jamais poderia ser praticada por um ser superior.

Lendo a Bíblia como fazia desde pequena, percebia inúmeras contradições e absurdos que não tinha coragem de comentar, mas por vezes perguntava a mim mesma quem poderia me garantir ser ela realmente a palavra de Deus? Não seria apenas um livro que narra a história de um povo muito religioso, no Velho Testamento, e a grandiosa história de Jesus, no Novo, com todos os seus ensinamentos, verdadeiro código de ética? Lembrava das passagens do Velho Testamento em que Deus teria mandado os israelitas, ao invadirem alguma nação, matarem tudo o que tivesse vida, menos as virgens, para servirem de "diversão" aos soldados, quando o mesmo Deus, nos 10 mandamentos proibia matar; e quando dizia que Deus habitava nas tendas e se comprazia com o cheiro de sangue dos sacrifícios, e tantas outras semelhantes.

Mas esses questionamentos não arranhavam a fé que eu tinha em Deus, sua justiça, sabedoria e amor, porque tinha a íntima convicção de que havia verdades que um dia conheceria e que iriam conciliar a fé com a razão, com o bom senso.

De fato, quando contava dez ou onze anos, um dos meus irmãos que estudava em São Paulo foi visitar-me no Paraná. Falei-lhe então sobre aqueles questionamentos que me estavam angustiando, ao que respondeu: "Maninha, eu estou estudando o Espiritismo. Ele diz que vivemos muitas vidas e que somos hoje o resultado do que fizemos nas vidas passadas".

Meu Deus!!! Ali estava a resposta, a explicação lógica, límpida e cristalina para tantas contradições, geradoras de tamanhos conflitos. E vibrei de alegria porque entendi, senti que era verdade. Decidi então, que ao ficar adulta, iria estudar o restante dessa doutrina para ver se casava com as idéias que eu tinha sobre a vida, dentro dos critérios de justiça, amor e sabedoria do Criador.

Depois de adulta, casada com um homem que zombava da religião, não havia clima para cumprir a promessa que fizera a mim mesma com relação ao Espiritismo, mas ele veio a nós num momento único em que poderia haver abertura da parte de meu marido e, então, comecei a ler sobre o assunto. Abri o primeiro Livro, O que é o Espiritismo, de Allan Kardec, contendo perguntas e respostas. Li a primeira pergunta e fechei o Livro, dizendo a mim mesma: "Se as coisas são como eu acho que deveriam ser, a resposta deve ser mais ou menos assim..." Reabri e li a resposta, exatamente como eu achara que deveria ser. Procedi da mesma forma até o fim e as respostas sempre se casavam e mesmo superavam de muito o entendimento que eu tinha sobre como deveriam ser os mecanismos da vida e as leis de Deus.

Continuei lendo as demais obras de Kardec e outras de teor científico, tais como Fatos Espíritas, do eminente cientista inglês William Crookes, descobridor, d'entre outras, do tálio, membro da Real Academia de Ciências de Londres, que, depois de quatro anos dedicados à pesquisas dos fatos espíritas, teve de aceitar a realidade, proclamando a seus pares a sua autenticidade desses fatos, dizendo: "Não digo que isso seja possível; afirmo que isso é uma verdade".

De início, as idéias reencarnacionistas me fizeram exultar, ao descobrir como tudo podia ser explicado e entendido racionalmente, dentro dos mais perfeitos conceitos de justiça, sabedoria e amor. Entretanto, o temor a Deus, os castigos divinos, caso aquelas idéias fossem realmente procedentes de Satanás conforme afirmativa de meu pai com toda sua bagagem teológica, deixava-me angustiada. Às vezes um terrível medo de estar cometendo horrendo pecado, queria apoderar-se de mim, mas, quando isto acontecia, dirigia a alma aflita ao Criador, em súplica, e então subia das profundezas do meu espírito uma grandiosa sensação de paz, um maravilhoso estado de bem-estar e a convicção serena, segura e irrefutável, de que aquelas idéias eram verdadeiras, dentro da lógica e sabedoria universais.

Aos poucos uma compreensão maior foi crescendo em mim e, com ela, uma esfuziante alegria ao começar a mudar as antigas idéias sobre um Deus a quem se deve temer, pela convicção de que Ele é realmente sábio, Justo e nos ama, e que, assim, é possível amá-Lo e admirá-Lo intensamente... sem temê-Lo. E, nessa alegria pude perceber como Deus nos fala pelos canais interiores do nosso Espírito, quando não nos encontramos acorrentados a dogmas.

Estudar o Espiritismo e militar nas atividades espíritas representou um caminho de contínuas descobertas, tanto através de leituras, quanto de observações e experiências próprias. E então, aquele sentimento de religiosidade que em mim sempre fora muito forte, pôde finalmente casar-se com a razão, juntando mente e coração, estabelecendo os parâmetros de uma vida mais plena, com paz e harmonia interior".

DOWNLOAD DO LIVRO


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Reflexão...


Nunca te apóies no pessimismo para deixar de lutar.


O que os outros conseguem através do trabalho, obterás também, se tiveres paciência e perseverança.


Não pretendas iniciar a vida por onde os outros a estão concluindo.


O êxito depende de muitas tentativas que não deram certo.


O fracasso sempre ensina o modo como não se devem fazer as coisas.


Insite no teu serviço com otimismo e avança com vagar na direção da tua vitória. Cada dia vencido são vinte e quatro horas que ganhaste.


"Vida Feliz" Divaldo P.Franco - Joana de Ângeles