segunda-feira, 28 de junho de 2010

Momento de Reflexão - Aparências

APARÊNCIAS

A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má; porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros e não se cortam cachos de sobre as sarças..." (Lc 6, 43 - 44)

Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos: "eu nunca sinto raiva", "nunca guardo mágoa de ninguém", vestindo assim, uma aparência de falsa humildade e compreensão.

Máscaras fazem parte de nossa existência, porque todos nós não somos totalmente bons ou totalmente maus e não podemos fugir de nossas lutas internas. Temos que confrontá-las, porque somente assim é que desbloquearemos nossos conflitos que são as causas que nos mantêm prisioneiros frente à vida.

Devemos nos analisar como realmente somos.

Nossos problemas íntimos, se resolvidos com maturidade, responsabilidade e aceitação são ferramentas facilitadoras para construirmos alicerces mais vigorosos e adquirirmos um maior nível de lucidez e crescimento.

Nunca, porém, mantê-los escondidos de nós próprios, como se fossem coisas hediondas, e sim, aceitarmos essas emoções que emergem do nosso lado escuro, para que possamos nos ver como somos realmente.

Por não admitirmos que evoluir é experimentar choques existenciais e promover um constante estado de transformação interior é que, às vezes, deixamos que os outros decidam quem realmente nós somos, colocando-nos, então, num estado de enorme impotência perante nossas vidas.

A maneira de como os outros nos percebem tem grande influência sobre nós mesmos. Amigos opressores, religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter exercido muita influência sobre nossas aptidões e até sobre nossa personalidade.

Portanto, não nos façamos de superiores, aparentando comportamentos de "perfeição apressada": isso não nos fará bem psiquicamente e nem ao menos nos dará chance de fazermos autoburilamento.

Deixemos de falsas aparências e analisemos nossas emoções e sentimentos, burilando-os e canalizando nossas energias, fazendo delas uma catarse dos fluxos negativos e transmutando-as a fim de integrá-las adequadamente.

Aceitar nossa porção amarga é o primeiro passo para a transformação, e nunca fugirmos para novo local,  emprego ou novos afetos, porque isso não nos curará do sabor indesejável, mas somente nos transportará a um novo quadro exterior. Os nossos conflitos não conhecem as divisas da Geografia e, se não encarados de frente e resolvidos, eles nos acompanharão e estarão conosco onde quer que estejamos na Terra.

Para que possamos fazer alquimia das correntes energéticas que circulam em nossa alma, façamos auto-observação e auto-análise de nossa vida interior, sem jamais negá-las a nós mesmos.

Lembremo-nos que, por mais que se esforcem as más árvores para parecerem boas, mesmo assim elas não produzirão bons frutos. Também os homens serão reconhecidos, não pelos aparentes "frutos", não por manifestarem atos e atitudes mascarados de virtudes, mas sim, por serem criaturas resolvidas interiormente e conscientes de como funciona seu mundo emocional.

Somente pessoas providas dessa atitude estarão aptas a serem árvores produtoras de frutos realmente bons.

(De “Renovando Atitudes”, de Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed)

Paz e Luz

OS QUE ESPERAM

 

Falas de beneficência, com a certeza de que voltarás à própria casa, onde dispões do mundo que construíste: O lar em que os entes amados te prepararam a festa do carinho. O ambiente seguro, o farnel da noite, a presença de alguém que te enderece palavras de ternura e o leito pronto para assegurar-te o repouso.

Lembra-te, porém, daqueles que atravessaram o dia, mentalizando o prato que não tiveram; dos que refletiram, em vão, no cobertor que  não apareceu; dos enfermos que sonharam com os medicamentos suscetíveis de aliviá-los e que não lhes chegaram às mãos; dos que se enrolaram, sem perceber, na rede da solidão e se inclinam para a calamidade do suicídio; dos pais que não descansam, procurando o sorriso de um filho que a morte ocultou no silêncio...

***

Lembra-te dos que sofrem sem esperança e estende-lhes a tua migalha de tempo e de amor materializando o que ensinas.

Não hesites.

Segue ao encontro daqueles que esperam por algo ou por alguém que lhes ofereça o auxílio de que disponhas.

Não importa seja o mínimo aquilo que possas dar. A tua xícara de leite ou a tua pétala de esperança estarão abençoadas por Deus.

Da Obra “Agora É O Tempo” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier.

Paz e Luz

quarta-feira, 16 de junho de 2010

HERANÇA DE SI PARA SI

 

A herança legitima se faz de si para si.

Na evolução espiritual, antes de tudo, somos descendentes de nós, antepassados de nossa alma, herdeiros diretos do que fomos.
Vivemos na matéria densa para alcançar o auto-aperfeiçoamento.

No conhecimento de nós próprios todos somos alunos.
Na Terra, ninguém ainda se diplomou na ciência de entender a si. Quando isso acontecer, o Espírito não mais reencarnará neste Globo. Mudará de escola, transferir-se-á de residência, viverá em outro mundo. Aqui temos o nosso curso de aulas onipresentes e estágios incessantes, com tomadas de lição a cada hora.
Há existências de total servidão espiritual. Na base dos fatos, cada qual de nós só se constitui senhor ou escravo, amigo ou adversário, vitima ou verdugo de si mesmo, exclusivamente.
Na grande maioria, por muitas encarnações cada um paradoxalmente só tem escrito, na vida diuturna, o próprio diário abordando atos alheios, esquecido de si, quase sempre.
Reconhecimento e autocrítica são dons nascidos da racionalidade.

Se raciocinamos é, em primeiro lugar, para distinguir a nossa realidade.
Quando na condição humana, não podemos existir como o buldogue, que não se examina e nem se importa com a ausência de simpatia.
Não podemos menosprezar a higiene como o gambá, que não sente o próprio odor.
Não nos podemos alimentar como o abutre, que não identifica a extravagância de seus apetites.
Não podemos encolerizar-nos como o tigre, que nem desconfia de sua ferocidade.
Vacilação e desapontamento formam entre os fatores que nos revelam a auto-ignorância.

Quem se conhece sabe o que quer, não hesita e nem tão-pouco se decepciona, pois age a par das possibilidades pessoais.
Não nos fantasiemos. Registremos as nossas características bifaces entre animalidade e angelitude.
Nos pensamentos, nem sempre os nossos anseios exprimem limpidez.

Nas atitudes, nem sempre os nossos gestos exprimem elevação.

Nas palavras, nem sempre a inflexão de nossa voz reflete entendimento.

Nas análises, nem sempre as nossas conclusões se fundamentam na justiça.
Lembre-se de que a verdadeira experiência cresce com quem busca conhecer-se.

Se desencarnados estamos a caminho do renascimento, agora ou depois, você, encarnado, avança para a desencarnação.

E nascer e morrer na carne são fases impostas para o auto-exame inevitável.

KELVIN VAN DINE
(Página recebida pelo médium Waldo Vieira, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 7-9-64, em Uberaba, Minas.)
Fonte: Reformador – abril, 1965

NA ESFERA DO REAJUSTE

"Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo." - Jesus (João, 3:7)

Empeços e provações serão talvez os marcos que te assinalem a estrada hoje.
Diligenciemos, porém, com a reencarnação a retificar os erros e a ressarcir os débitos de ontem, para que a luz da verdade e o apoio da harmonia nos felicitem o caminho, amanhã...
A questão intrincada que te apoquenta agora, quase sempre, é o problema que abandonaste sem solução entre os amigos que, em outro tempo, se rendiam, confiantes, ao teu arbítrio.
O parente complicado que julgas carregar, por espírito de heroísmo, via de regra, é a mesma criatura que, em outra época, arrojaste ao desespero e à perturbação.
Ideais nobilitantes pelos quais toleras agressões e zombarias, considerando-te incompreendido seareiro do progresso, em muitas ocasiões, são aqueles mesmos princípios que outrora espezinhaste, insultando a sinceridade dos companheiros que a eles se associavam.
Calúnias que arrostas, crendo-te guindado aos píncaros da virtude pela paciência que evidencias, habitualmente nada mais são que o retorno das injúrias que assacaste, noutras eras, contra irmãos indefesos.
Falhas do passado procuram-te responsável, no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste.

"Necessário vos é nascer de novo" – disse-nos Jesus.
Bendizendo, pois, a reencarnação, empenhemo-nos a trabalhar e aprender, de novo, com atenção e sinceridade, para que venhamos a construir e acertar em definitivo.

(Do Livro “Palavras de Vida Eterna”, Francisco Cândido Xavier, Emmanuel)

O que mais sofremos

 

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O que mais sofremos no mundo –

Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.

Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.

Não é a doença. É o pavor de recebê-la.

Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.

Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.

Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.

Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.

Não é a injúria. É o orgulho ferido.

Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.

Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.

Espírito: ALBINO TEIXEIRA

Médium: Francisco Cândido Xavier

Livro: "Passos da Vida" - EDIÇÃO IDE

Paz e Luz

Momento de Reflexão - Colheita abencoada

 

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Joey era uma criança com desenvolvimento aparentemente adequado até que, aos 11 anos, foi acometido da Síndrome do pânico.

Mostrava um medo profundo de lugares abertos e públicos e ficou quase um ano confinado ao quarto.

Após 11 meses de tentativas de tratamento, finalmente, um psiquiatra lhe receitou o remédio que apresentou efeito terapêutico adequado.

A causa desse distúrbio psíquico, disseram os médicos, fora uma disfunção de aprendizado não percebida, que acabara por se refletir em sua área psicológica.

Com o controle da Síndrome do pânico os pais enfrentaram um novo desafio: encontrar uma escola especializada em disfunções de aprendizado.

No entanto, as escolas contactadas não o aceitavam, alegando que seus alunos possuíam apenas distúrbios educacionais e não emocionais e que não estavam preparadas para recebê-lo.

A mãe desejava matriculá-lo em uma escola que ficava perto de sua casa e que desfrutava de excelente reputação. Mas a matrícula foi várias vezes negada.

Certa noite, a mãe compareceu a uma festa de caridade. Sentou-se ao lado de uma mulher chamada Bárbara, que ela conhecia vagamente.

Repentinamente, sem saber como, a genitora do garoto se viu abrindo o coração àquela senhora, sobre as dificuldades em matricular seu filho.

Ao final da narrativa, Bárbara, emocionada, disse-lhe, para sua surpresa, que era vizinha do fundador e diretor da escola desejada, além de contribuir para a mesma. Prometeu-lhe ajuda.

Através de sua influência, Joey foi finalmente aceito para o ano seguinte e, durante o tempo que lá estudou teve excelente aproveitamento, figurando, pela primeira vez na vida, entre os melhores alunos.

Um ano após aquele encontro, o marido de Bárbara faleceu.

A mãe de Joey compareceu ao funeral e, ao ver uma mulher ao lado da viúva, indagou sua identidade a uma pessoa. Era a filha de Bárbara. Neste momento a emoção foi imensa. Sua memória voltou 25 anos no tempo.

Lembrou-se de sua viagem de formatura de segundo grau. Ela se oferecera para dividir o quarto com uma aluna que entrara em sua turma naquele ano. Chamada de retardada pelas colegas a caloura sofria forte preconceito.

Seus olhos se encheram de lágrimas: 25 anos antes ela ajudara voluntariamente a filha de Bárbara e, há um ano, sem nada saber, esta ajudara seu filho!

* * *

Talvez nossa mente ainda não tenha a capacidade de reter todas as lembranças vivas no que chamamos de memória, mas, felizmente, a memória Divina é infalível.

Quando fazemos o bem sem interesse oculto, o feito não passa despercebido.

A Lei de Causa e Efeito jamais falha, mesmo que muito tempo se passe, pois o tempo nada significa na imensa jornada que nosso Espírito empreende em busca de sua evolução.

Todo o bem que fazemos a outrem é como semente que plantamos e cujos frutos, cedo ou tarde, haveremos de colher.

Pensemos nisto!

Redação do Momento Espírita com base no artigo

intitulado A semeadura, de José Ferraz, publicado na

revista Presença Espírita de novembro/dezembro

de 2009, ed. Leal.