quarta-feira, 29 de abril de 2009

A mensagem de um menino

 

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Ele tinha apenas oito anos, contudo, detinha a sabedoria das grandes almas. Era uma criança no corpo. Mas, seu Espírito já se dera conta de que breve seria sua vida sobre a Terra.

Generoso, como todas as almas nobres, a sua era a preocupação com outras pessoas. Como ficaria sua mãe sem ele, por exemplo?

Quando soprou as oito velas do seu bolo de aniversário e sofreu uma nova e grave crise que o levou ao hospital mais uma vez, Peter resolveu fazer uma lista.

Era uma lista de alguns itens que ele desejava executar, antes de morrer.

Dos itens constava encontrar alguém que se encarregasse de retirar a neve da frente da casa.

E isso não foi muito difícil, porque um dos vizinhos disse que teria prazer em assumir esse encargo.

E, porque se preocupasse com a qualidade de vida de sua mãe, desejava conseguir, de alguma forma, que ela concluísse a canção que começara a compor quando ele nascera.

Seria o reconhecimento e a consagração dela como compositora.

Para si mesmo, duas coisas eram muito especiais: morrer em casa, cercado de seus amigos e colocar um grande mastro, frente à sua casa, sinalizando que era ali que Peter se encontrava.

Ele iria morrer e desejava que os anjos soubessem onde ele morava, para o virem buscar.

A mãe, descobrindo a lista e reconhecendo a sua importância, se esmerou e, mesmo com o coração a sangrar, concluiu a canção.

Ela a chamou de O Salmo 151. Explicou que lera os 150 salmos da Bíblia, mas que nenhum deles traduzia a alegria que ela sentira ao dar à luz a seu filho.

A dificuldade em conclui-la se dera em função da descoberta da enfermidade de que ele era portador e do pouco tempo de vida que teria.

Todos os recursos possíveis foram empreendidos para que o convênio de saúde aprovasse cuidados ao pequeno enfermo, no lar.

E, numa tarde fria, enquanto Peter se despedia da vida física, os amigos se reuniram para cantar, junto com sua mãe, O Salmo 151.

Quando Peter deixou exalar o último e tranquilo suspiro, os olhos dos amigos se ergueram para contemplar a bandeira tremulando ao vento.

E, em todos os corações, havia a certeza: a bandeira indicativa era desnecessária. Pela forma como suportara a enfermidade e as dores, como se preparara para a morte, pelo seu desprendimento e amor, os anjos sabiam, com certeza, onde estava Peter.

E o tinham vindo buscar.

* * *

 

Existem Espíritos que estão entre nós por pouco tempo. Especiais, destacam-se pela sua forma de ver e sentir a vida.

Vem e vão rapidamente. No entanto, a sua mensagem de amor é de tal forma forte, vigorosa, que deixam o aroma da sua presença indelével entre os que tiveram a ventura de com eles conviver.

A sua lição é do amor que não se apaga, da bondade que se preocupa com o outro e da sábia resignação ante aquilo que não pode ser alterado.

Pensemos nisso!

 

 

Redação do Momento Espírita, com base no episódio

O salmo 151, do seriado televisivo O toque de um anjo.

Em 28.04.2009.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

No Caminho do Amor

 

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Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólicos sorriso, e fixou-o estranhamente.

Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva; colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:

-Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas...

Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:

-Inúmeros peregrinos cansados me buscam a procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. E' que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel de meus lábios. Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso ... Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!...

Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:

-Jovem, porque não respondes? Descobri em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! atende!...

Ele parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou uma tanto agastada:

-Não virás?

Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:

-Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!...

A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.

........................................................................................

Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralítico, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.

O Mestre seguiu-a, sem hesitar.

Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemido angustioso.

A disputada marcadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de que ninguém ousava aproximar.

Fitou o Mestre e reconheceu-o.

Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.

O Cristo estendeu-lhe os braços, tocados de intraduzível ternura e convidou:

-Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança.

A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.

O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e conchegou-a, de manso...

A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida

-Tu?... o Messias nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!... Que viste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?

Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:

-Agora, venho satisfazer-te os apelos.

E, recordando-lhe a palavra do primeiro encontro, acentuou, compassivo:

-Descubro em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te.

 

 

Autor: Irmão X
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Prece Diária: SE ALGUÉM DISSER HOJE

 

Flores

Se alguém disser hoje que não se importa contigo, recorda que tens para o meu coração valor incalculável!...
Se alguém disser hoje que tua presença é dispensável, recorda que meu Reino só é completo porque te criei e vives nele, belo e promissor!...
Se alguém disser hoje que desejaria nunca mais tê-lo como companhia, recorda que para mim é felicidade suprema caminhar ao teu lado, mesmo que silenciosamente!...
Se alguém disser hoje que tua aparência é desagradável, recorda que aos meus olhos tu és um pequeno deus de inigualável formosura!...
Se alguém disser hoje que és pobre fracassado, recorda que a riqueza da Terra em nada compete com a riqueza do céu e da qual te fiz meu legítimo herdeiro!...
Se alguém disser hoje que não tens competência para viver, recorda que te dotei de todos os talentos necessários para triunfares sobre todas as dificuldades existenciais!...
Se alguém disser hoje que nada tens de bom a ofertar, recorda que só eu te conheço o bastante para expelir julgamento adequado!...
Se alguém disser hoje que deves desistir de tudo, recorda que eu jamais desisti de ti, mesmo quando a noite do erro levou-te para longe de meu coração aflito!...
Se alguém disser hoje que sofres por ser bom, recorda que meus filhos serão sempre cordeiros entre lobos, sacrificando-se para que a bondade se estabeleça!...
Se alguém disser hoje que deves abandonar as virtudes, recorda que por fidelidade a elas deixei-me erguer no Calvário!...
Se alguém disser hoje que Eu sou o empecilho à tua felicidade, recorda que a almejada alegria humana sulca de lágrimas e desencanto a face de todos quantos se enveredam em semelhante ilusão!...
Se alguém disser hoje que o mundo é de quem sabe viver, eu posso mostrar-te o vale de lágrimas onde rastejam miseravelmente todos os oportunistas da Terra!...
Se alguém disser hoje que todos os valores morais estão soterrados sob uma nova ordem, recorda que a Lei Divina jamais adaptou-se a nenhuma especulação humana, pairando, imutável, por sobre a Criação, desde o princípio da vida, para toda a eternidade!...
Se alguém disser hoje, enfim, que tu és um erro e é erro o que segues, em meu nome, recorda que lemas, ideais e outros pensamentos semelhantes se ergueram entre os homens muitas e muitas vezes e para sucumbir logo após, sem rastro e sem sombra, no tempo que tudo atenua ou apaga!...
Portanto, se hoje alguém te desmerecer e te abandonar, te julgar e te desprezar, te diminuir e te humilhar, em quem acreditarás?
Se hoje o mundo te declarar opróbrio, em que acreditarás?

Ditado por André Luiz, Instituto André Luiz, 21.05.2003*

 

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BREVE MEDITAÇÃO SOBRE O TEMA

 

"Eis que os envio como ovelhas para o meio de lobos; sejam, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas! E acautelem-se dos homens; porque os entregarão aos tribunais e os açoitarão em suas igrejas!... Por minha causa serão levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios!...
E quando os entregarem, não cuidem em como, ou o que haverão de falar, porque naquela hora lhes será concedido o que haverão de dizer; visto que não são vocês os que falam, mas o Espírito de seu Pai é quem fala em vocês!
Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores, e os matarão... Vocês serão odiados por todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo!... Mas quando os perseguirem numa cidade, fujam para outra; porque em verdade lhes digo que não acabarão de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem!..."

AS ADVERTÊNCIAS DE JESUS( Mateus 10, vs. 16-23)

 

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MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ

CONVERSA DE AMIGO

Seja qual seja a provação que experimentes;
por maior se faça a dor que atravesses;
por muitas quedas, que, porventura, hajas sofrido;
mesmo ante a perda dos entes mais caros;
sejam muitas as incompreensões que padeças;
conquanto suportes enormes inquietações;
nas mais difíceis probabilidades de sobrevivência;
sob prejuízos que jamais esperaste;
varando tribulações incontáveis;
embora vivendo entre espinhos e entraves;
não desanimes;
ama, trabalha, serve e segue adiante na certeza de que Deus nunca nos abandona e de que amanhã surgirá outro dia.

ANDRÉ LUIZ
(Do Livro "Seara de Fé" - FCX)

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Fonte:  http://www.institutoandreluiz.org/

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Momento de Reflexão

 

 

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A vida é sempre o resultado de nossa própria escolha.

André Luiz

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Livro: Cartas de uma Morta - Chico Xavier

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Livro ditado pela mãe de Chico Xavier

As páginas que vão ler são de autoria daquela que foi, na Terra, a minha mãe muito querida.
Minha genitora chamava-se Maria João de Deus e desencarnou nesta cidade, em 29 de setembro de 1915. Filha de uma lavadeira humilde, de Santa Luiza do Rio das Velhas, ela não pode receber uma educação esmerada; mas todos os que a conheceram, afirmam que os sentimentos do seu coração substituíram a cultura que lhe faltava.
Quando o seu bondoso espírito se comunicou por meu intermédio, pela primeira vez, eu lhe pedi que me contasse as impressões iniciais da sua vida no outro mundo, recebendo a promessa de que o havia de fazer oportunamente; e, há pouco tempo, ela começou a escrever, por intermédio da minha mediunidade, estas cartas que vão ler.
Eu contava cinco anos de idade, quando minha mãe desencarnou; mas, mesmo assim, nunca pude esquecê-la e, ultimamente, graças ao Espiritismo, ouço a sua voz, comunico-me com ela e ao seu espírito generoso devo os melhores instantes de consolo espiritual da minha vida.
Aí estão, minha mãe, as tuas páginas. Elas vão ser vendidas em benefício das órfãzinhas. Deus permita que os pequeninos, que sofrem, recebam um conforto em teu nome, e que a Misericórdia Divina te auxilie, multiplicando as tuas luzes na vida espiritual.

Pedro Leopoldo. MG, 25 de junho de 1935.

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

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Fonte: http://espiritismo-br.blogspot.com/

sábado, 18 de abril de 2009

CONTATO COM OS GUIAS ESPIRITUAIS

 

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Afliges-te, porque ainda não lograste o contato psíquico com os teus guias espirituais.
    Reflexionas que buscaste a fé religiosa, abraçando a mediunidade, e, não obstante, tens a impressão que navegas sem rumo, padecendo conflitos e experimentando desânimo.

    Momentos surgem nos quais receias pela legitimidade do intercâmbio espiritual de que te fazes objeto.
    Anseias por informações precisas sobre o teu papel nas tarefas da mediunidade.

    Relacionas pessoas que te parecem menos equipadas, e, apesar disso, apresentam-se superprotegidas pelos Espíritos Nobres, assessoradas por Benfeitores Venerandos e Entidades outras, que na Terra deixaram nomes respeitáveis, famosos. . .

    Planejas desistir, acreditando que as tuas são faculdades atormentadas, sem credencial ou recurso capaz de registrar a proteção dos guias espirituais. Tem, porém, cuidado e medita sem queixa.

    A mediunidade é instrumento de serviço em nome do amor de Deus, para apressar o progresso dos homens e facultar o intercâmbio com os Espíritos, deles recebendo a ajuda.

    Candidatas-te ao labor socorrista, como recurso saudável para te recuperares moralmente do passado delituoso, mediante cuja contribuição terias, também, as dores lenidas ou alteradas no seu organograma para a evolução.

    Honrado pelo trabalho de iluminação de consciência, estás colocado como veículo de bênçãos.
    Buscam-te os sofredores, porque são trazidos a ti pelos teus guias espirituais, que confiam na tua ductibilidade, no teu sentimento de amor.

    Porque não ouves os teus Benfeitores, não te creias abandonado, sem apoio.

    Tem paciência.

    Faze silêncio íntimo e entrega-te mais.

    Quando desdobrado parcialmente pelo sono, eles te confortam e instruem, fortalecem-te e programam as atividades para as quais renasceste.

    Se não o recordas conscientemente, ficam impressos nos teus registros psíquicos, esses salutares conúbios edificantes. Se aprofundares reflexão, perceberás quantas vezes eles já te falaram, socorreram e apoiaram nos momentos rudes das provações e dos testemunhos.

    Eles são discretos e agem sem alarde, não brindando recursos que induzam à vaidade, ao exibicionismo.
    Amparam em silêncio, instruem em calma, conduzem com afabilidade.

    Quando vejas, na mediunidade, o campeonato das disputas humanas e o calafrio que provoca a presença de seres nobres do passado, aureolando com pompa terrestre a memória, que pretendem manter rutilante, acautela-te e desconfia.

    Importante não é o nome que firma ou enuncia uma mensagem, mas, sim, o seu conteúdo de qualidade e penetração benéfica.

    Desse modo, trabalha no anonimato e, consciente das responsabilidades que te dizem respeito, deixa que os teus guias espirituais zelosamente te guardem e conduzam, não te expondo no palco da insensatez, onde brilha por um dia e se apaga de imediato a vaidade humana.

Joanna de Ângelis
Momentos de Felicidade

Amor e Paixão

 

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A jovem pergunta:
– Chico, amor é sinônimo de paixão?
– Ah! minha filha, amor é comidinha fresca, roupa lavada e passada, mamadeira prontinha… Paixão é como o Joelma, pega fogo e acaba tudo!
Com a simplicidade e a jovialidade dos sábios, o médium estabelece diferenças fundamentais entre esses dois substantivos, equivocadamente tomados à conta de sinônimos.
A paixão situa-se nos domínios do instinto, busca apenas a auto-afirmação, o prazer a qualquer preço, sem preocupações além da hora presente.
Estribando-se no desejo de comunhão sexual, a paixão é fogo arrebatador, que obscurece a razão e leva ao desatino, deixando, depois, apenas cinzas, como aconteceu com o Edifício Joelma.
George Bernard Shaw, com a irreverência que o caracterizava, dizia:

Não há diferença entre um sábio e um tolo, quando estão apaixonados.

***

O apaixonado ama como quem aprecia um doce.
Deleita-se!
É saboroso! Satisfaz o paladar!
Por isso logo deixa de amar, atendendo a várias razões:

• Saciou-se.

• Enjoou.

• Deseja novos sabores.

A partir daí, há campo aberto para o adultério e a separação, sem que a pessoa tome consciência do mal que causa ao parceiro e, principalmente, à prole, quando há filhos.
Enquanto perdura a paixão, podem ocorrer problemas mais graves e comprometedores:

• Crimes.
Bárbaros assassinatos são cometidos por amantes que se sentem traídos e negligenciados ou que foram abandonados. Perdendo o domínio sobre o parceiro, tratam de eliminá-lo, como quem joga fora um doce que azedou.

• Maus tratos.
É característica masculina, própria de machistas incorrigíveis, sempre dispostos a agredir para impor sua vontade, com o que apenas conturbam a relação, matando a afetividade na parceira.

• Suicídio.
Uma das causas mais comuns dessa ação nefasta, que precipita o indivíduo em sofrimentos inenarráveis no Mundo Espiritual, é a paixão contrariada. O sentir-se traído, negligenciado, ou não correspondido.

***

O amor situa-se nos domínios do sentimento.
Sustenta-se numa regra básica: pensar no bem-estar do ser amado, com a consciência de que nossa felicidade está diretamente subordinada a esse empenho.
O amor que mais se aproxima desse ideal é o materno.
A mãe está disposta a todos os sacrifícios em favor do filho, porque o bem dele é o seu próprio bem.
É aquele “espelho em que se mira, admirada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho”, conforme o poema famoso de Coelho Neto.
As uniões felizes, os casamentos que se estendem além da morte, ensejando reencontros felizes na Espiritualidade, são aqueles em que os cônjuges revelam maturidade suficiente para mudar de pessoa na conjugação do verbo de suas ações.
Da primeira do singular – eu, para a terceira – ele, permutando cuidados recíprocos, a se exprimirem em carinho e solicitude.
No livro Trovas do Outro Mundo, psicografado por Chico, o Espírito Marcelo Gama encerra o assunto:

De afeições anoto a soma
De todo ensino que há:
Paixão é o bem que se toma,
Amor é o bem que se dá.

 

Richard Simonetti

Livro Rindo e Refletindo com Chico Xavier

A Ajuda Divina

 

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Chovia torrencialmente. O rio transbordava, as águas invadiam o vilarejo.
Aquele crente, que morava sozinho em confortável vivenda multiplicou, orações, pedindo a assistência do Céu.
Em dado momento, ante o avanço da enchente, foi para o telhado, confiante de que Deus o salvaria.
As águas subindo…
Passou um barco recolhendo pessoas ilhadas.
– Não é preciso. Deus me salvará!
As águas subindo…
Passou uma lancha…
– Fiquem tranqüilos! Confio em Deus.
As águas subindo…
Passou um helicóptero…
– Sem problema! Deus me protegerá.
As águas subiram mais, derrubaram a casa e o homem morreu afogado…
Diante do Criador, na vida eterna, reclamou:
– Oh! Senhor! Confiei em ti e me falhaste!
– Engano seu, meu filho! Mandei um barco, uma lancha e um helicóptero para recolhê-lo!

***

Não estamos entregues à própria sorte, como sugere o pensamento materialista de Jean Paul Sartre (1905-1980).
O Senhor não esquece ninguém. A todos estende sua mão complacente, dando-nos condições para enfrentar nossas dificuldades e dissabores.
Há um problema: raramente identificamos a ação divina. Isso porque as respostas de Deus nem sempre correspondem às nossas expectativas.
Pedimos o que desejamos.
Deus nos dá o que precisamos.
Os temporais da existência simbolizam as esfregadas da Providência Divina, ensejando mudança de rumo.
Senão, vejamos:

1. A doença respiratória…
2. O lar em desajuste…
3. A dificuldade financeira…
4. A perda do emprego…
5. O acidente automobilístico…

São situações constrangedoras que nos perturbam.
Pedimos a ajuda divina.
Deus vem em nosso auxílio, mas é preciso que nos disponhamos a tomar o barco do futuro, deixando no passado velhas tendências.
Podemos considerar, na mesma seqüência, que:

1. O tabagismo afeta os pulmões.
2. A incompreensão conturba o relacionamento afetivo.
3. A indisciplina nos gastos faz rombos nas contas
4. A displicência profissional resulta em demissão.
5. A irresponsabilidade no trânsito favorece desastres.

A pouca disposição em encarar nossos erros e desacertos, como causa de nossas dificuldades e problemas, neutraliza a ação divina em nosso benefício.
As crises sugerem mudanças.
Se não mudamos com elas, sempre nos sentiremos abandonados por Deus, incapazes de identificar o socorro divino.

***

A propósito vale lembrar interessante texto, que me veio ter às mãos, sem indicação do autor:

Pedi a Deus para tirar os meus vícios.
Deus disse:
– Compete a ti superá-los.

Pedi a Deus para fazer completo meu filho deficiente.
Deus disse:
– Seu Espírito é completo. O corpo é temporário.

Pedi a Deus para me dar paciência.
Deus disse:
– Paciência não é dádiva. É aprendizado.

Pedi a Deus para me dar felicidade.
Deus disse:
– Eu dou bênçãos. Felicidade depende de ti.

Pedi a Deu para me livrar da dor.
Deus disse:
– Sofrer te afasta do mundo e te aproxima de Mim.

Pedi a Deus para fazer meu espírito crescer.
Deus disse:
– Deves crescer por si próprio. Farei a poda para que dês frutos.

Pedi a Deus todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
Deus disse:
– Eu te darei Vida para que aprecies todas as coisas.

Pedi a Deus para me ajudar a amar os outros como Ele me ama.
Deus disse:
– Ahhh! Finalmente entendeste!

Richard Simonetti

Livro Abaixo a Depressão

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Fonte: http://www.fundacaoherculanopires.org.br

Os Espíritos Protetores - Amigos Invisíveis

 

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Teremos realmente amigos invisíveis, que nos seguem na vida terrena com a ternura  a dedicação de verdadeiros anjos da guarda, segundo ensina a Doutrina Espírita? Para responder a esta pergunta, devemos lembrar, primeiramente, que a existência dessas entidades benignas não foi inventada pelo Espiritismo. Desde as aulas de catecismo, nas igrejas católicas, ouvimos falar nos anjos da guarda, e na maioria das grandes religiões universais encontramos essa teoria, sob diferente formas, mas sempre idêntica no conteúdo.

Nas religiões clássicas, do mundo greco-romano, eram os deuses mitológicos que velavam pelas criaturas. Nas chamadas religiões orientais, que no fim dos tempos invadiram o Império Romano, e entre elas o Cristianismo, a teoria dos anjos guardiões estava presente. E tanto na Mesopotâmia quanto na China ou na Índia antiga, na Grécia
arcaica ou na Roma camponesa, que antecederam o mundo clássico, assim como na Palestina e entre os povos selvagens da América, da Ásia, da África e de todo o mundo, o culto dos ancestrais sempre existiu. Os manes, penates e deuses lares, ou deuses familiares, dos romanos e dos egípcios, dos babilônios e dos assírios, dos fenícios e dos cananitas, dos judeus e dos macedônios, nada mais eram do que espíritos amigos, que velavam pelas pessoas e pelas famílias.

Por toda parte e em todas as épocas, no mundo inteiro, a investigação histórica e a pesquisa antropológica nos mostram a existência invariável dessa crença nos espíritos protetores. Entre os povos selvagens e no seio das maiores e mais esplendentes civilizações, ela se faz sentir como uma espécie de convicção universal, de intuição natural, que o homem carrega consigo em todas as latitudes do globo. Sócrates, na Grécia, e Joana D’Arc,  na França, ouviam as vozes amigas dos seus protetores. Descartes, o filósofo que se considerou inspirado pelo Espírito da Verdade, também tinha o seu protetor. A existência dos amigos invisíveis é uma realidade incontestável. Mesmo que a consideremos como simples crença, é impressionante o fato de a encontrarmos em toda parte e em todos os graus de cultura.

O Espiritismo é a primeira doutrina que não apenas afirma a existência dos espíritos protetores, mas também procura demonstrá-la e ao mesmo tempo explicá-la à luz da razão. Para os espíritas, essa existência não constitui uma crença, mas uma certeza, comprovada pela experiência. Essa posição espírita diante do problema dos amigos invisíveis é confirmada pela de outras doutrinas espirituais, como a Teosofia, que surgiu pouco depois
da doutrina espírita e estuda com profundidade o problema dos “auxiliares invisíveis”.

É curioso que as demais doutrinas recusem o meio natural de comprovação da existência dos amigos invisíveis, que é a mediunidade. A própria doutrina teosófica, que em muitos pontos se aproxima da espírita, admite a prova mediúnica, mas ao mesmo tempo evita empregá-la. Isso porque há velhos preconceitos, formulados pelas antigas ordens ocultistas, que consideram a mediunidade perigosa, em vez de considerarem os benefícios que ela produz e tem produzido em todos os tempos. O Espiritismo estudou profundamente a mediunidade e nada tem a temer da sua utilização. Pelo contrário, só tem a se beneficiar com ela, beneficiando ao mesmo tempo o mundo.

Através da mediunidade, a teoria espírita dos espíritos protetores foi dada a Kardec, segundo a podemos ler em “O Livro dos Espíritos”, no capítulo nono da primeira parte. E ainda através da mediunidade, essa teoria consoladora e bela vem se confirmando, em todo o mundo, e ao mesmo tempo se enriquecendo com episódios maravilhosos, nos quais a verdade das relações espirituais entre os homens e seus amigos invisíveis transparece cada vez mais. Procuremos estudar essa teoria, examinando-a em seus vários aspectos. Mais do que nunca, o mundo angustiado de hoje necessita desse esclarecimento e desse conforto, que a teoria dos espíritos protetores nos oferece, com a garantia de sua veracidade, pela prova dos fatos mediúnicos. Continuaremos a tratar do assunto, nos próximos números dessa revista.

José Herculano Pires,

(sob o pseudônimo de Irmão Saulo),
Especial para revista E.V.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Homenagem a Chico Xavier

 

 

Chico Xavier, Chico Xavier
Chico Xavier é sempre ajuda
Chico Xavier, Chico Xavier
Quem tem ouvidos pra ouvir, escuta
Francisco é como um rio desde a nascente
Ele colhe como quem planta a semente
Suas margens são prenúncio pro futuro
Eu não tenho que jurar
Mas se quiser eu juro
Chico Xavier, Chico Xavier
Chico Xavier é sempre ajuda
Chico Xavier, Chico Xavier
Quem tem ouvidos pra ouvir, escuta
Chico Xavier é meio estranho
Pra quem não acredita em seu próprio coração
Chico Xavier não tem tamanho
Ele é luz iluminando a escuridão
Chico Xavier, Chico Xavier
Chico Xavier é sempre ajuda
Chico Xavier, Chico Xavier
Quem tem ouvidos pra ouvir, escuta…

 

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"Ah... Mas quem sou eu senão uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação!"

[Chico Xavier]

Três Lindos Casos de Chico Xavier

 

TENHA PACIÊNCIA, MEU FILHO

Quando Dona Maria João do Deus desencarnou, em 29 de setembro do 1915, Chico Xavier, um de seus nove filhos, foi entregue aos cuidados de Dona Rita do Cássia, velha amiga e madrinha da criança.

Dona Rita, porém, era obsidiada e, por qualquer bagatela, se destemperava, irritadiça.

Assim é que o Chico passou a suportar, por dia, várias surras de vara de marmeleiro, recebendo, ainda, a penetração de pontas de garfos no ventre, porque a neurastênica e perversa senhora inventara êsse estranho processo do torturar.

O garôto chorava muito, permanecendo, horas e horas, com os garfos dependurados na carne sanguinolenta e corria para o quintal, a fim de desabafar-se, porque a madrinha repetia, nervosa:

- Êste menino tem a diabo no corpo.

Um dia, lembrou-se a criança de que sua Mãezinha orava sempre, todos os dias, ensinando-o a elevar o pensamento a Jesus e sentiu falta da prece que não encontrava em seu nôvo lar.

Ajoelhou-se sob velhas bananeiras e pronunciou as palavras do Pai Nosso que aprendera dos lábios maternais.

Quando terminou, oh! maravilha!

Sua progenitora, Dona Maria João de Deus, estava perfeitamente viva ao seu lado.

Chico, que ainda não lidara con as negações e dúvidas dos homens, nem por um instante pensou que a Mãezinha tivesse partido para as sombras da morte.

Abraçou-a, feliz; e gritou:

- Mamãe, não me deixe aqui... Carregue-me com a senhora...

- Não posso, - disse a entidade, triste.

- Estou apanhando muito, mamãe!

Dona Maria acariciou-o e explicou:

- Tenha paciência, meu filho. Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar.

- Mas, - tornou a criança - minha madrinha diz que eu estou com o diabo no corpo...

- Que tem isso? Não se incomode. Tudo passa e se você não mais reclamar, se você tiver paciência, Jesus ajudará para que estejamos sempre juntos.

Em seguida, desapareceu.

O pequeno, aflito, chamou-a em vão.

Desde desse dia, no entanto, passou a receber o contacto de varas e garfos sem revolta e sem lágrimas.

- Chico é tão cínico - dizia Dona Rita, exasperada, que não chora, nem mesmo a pescoção.

Porque a criança explicasse ter a alegria de ver sua mãe, sempre que recebia as surras, sem chorar, o pessoal doméstico passou a dizer que ele era um "menino aluado".

E, diariamente, à tarde, com os vergões na pele e com o sangue a correr-lhe em pequeninos filêtes do ventre o pequeno seguia, de olhos enxutos e brilhantes, para o quintal!, a fim de reencontrar a mãezinha querida, sob as velha árvores, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração.

Assim começou a luta espiritual do médium extraordinário que conhecemos.

 

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O VALOR DA ORAÇÃO

A madrinha do Chico, por vêzes, passava tempos entregue a obsessão.

Assim é que, nessas fases, e exasperação dela era mais forte.

Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.

Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum.

À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.

- Então, a senhora não sabe, - explicou o Chico - tenho passado muita fome...

- Ora, você está reclamando muito, meu filho! - disse Dona Maria João de Deus - menino guloso tem sempre indigestão.

- Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa...

A mãezinha abraçou-o e recomendou:

- Continue no oração e espere um pouco.

O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal.

Aproximou-se dêle e deixou cair da bocarra um objeto escuro.

Era um jatobá saboroso...

Chico recolheu, alegre, o pesado fruto, ao mesmo tempo que reviu a mãezinha no seu lado, acrescentando.

- Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.

E, despedindo-se da criança, acentuou:

- Como você observa, meu fiiho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome do Jesus.

 

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O ANJO BOM

Dois anos do surras incessantes.

Dois anos vivera o Chico junto da madrinha.

Numa tarde muito fria, quando entrou em colóquio com Dona Maria João de Deus, Chico implorou:

- Mamãe, se a senhora vem nos ver, porque não me retira daqui?

o Espírito carinhoso afagou-o e perguntou:

Por que está você tão aflito? Tudo, no mundo, obedece a vontade de Deus...

- Mas a senhora sabe que nos faz muita falta...

A Mãezinha consolou-o e explicou:

- Não perca a paciência. Pedi a Jesus para enviar um anjo bom que tome conta de vocês todos.

E sempre que revia a progenitora, o menino indagava:

- Mamãe, quando é que a anjo chegará?

- Espere, meu filho! - era a resposta de sempre.

Decorridos dois meses, a Sr. João Cândido Xavier resolveu casar-se em segundas núpcias.

E Dona Cidália Batista, a segunda espôsa, reclamou os filhos de Dona Maria João de Deus, que se achavam espalhados em casas diversas.

Foi assim que a nobre senhora mandou buscar também o Chico.

Quando a criança voltou ao antigo lar contemplou a madrasta que lhe estendia as mãos...

Dona Cidália abraçou-o e beijou-o com ternura a perguntou:

- Meu Deus, onde estava êste menino com a barriga deste jeito?

Chico, encorajado com a carinho dela, abraçou-a também, como o pássaro que sentia saudades do ninho perdido.

A madrasta bondosa fitou-o bem nos olhos e indagou:

- Você sabe quem sou, meu filho?

- Sei sim. A senhora é o anjo bom de que minha mãe já falou...

E, desde então, entre as dois, brilhou a amor puro com que o Chico seguiu a segunda mãe, até a morte.

 

Gama, Ramiro. Da obra: Lindos Casos de Chico Xavier. Lake.

 

 

 

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vida e Valores (Assistência Espiritual)

 

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É muito comum nós escutarmos o ditado popular: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Quem não conhece isto?

E, naturalmente, usamos esta expressão, para designar as pessoas que têm más companhias, que andam em boas companhias. Pela companhia que a gente escolhe, as pessoas nos caracterizam.

Fulano é bom menino, ele procura boas companhias. Fulana é boa moça, está sempre com boa gente.

E o contrário: Ele não vale nada, vê o tipo de pessoa com que ele anda.

Os seres espirituais têm uma outra maneira de encarar isso. Ao invés de dizer como nós dizemos, dize-me com quem andas e te direis quem és, eles têm uma outra maneira de informar:

Dize-me quem és e te direi com quem andas.

Porque os Espíritos partem do princípio que nós é que definimos aqueles seres que queremos como nossos acompanhantes espirituais. Todos nós temos acompanhantes espirituais indubitavelmente, quer nós acreditemos neles, quer não acreditemos neles. Quer sejamos materialistas, ateus, quer sejamos espiritualistas.

O fato é que, como afirmou Paulo de Tarso, nós estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.

Testemunhas positivas, que querem nos ver crescer, avançar, progredir, e testemunhas negativas, aquelas que estão prontas para puxar-nos os tapetes.

Vale a pena enfocar a questão da assistência espiritual que todos temos, já que estamos cercados por nuvens de testemunhas; já que a população espiritual do planeta é muito maior do que a população encarnada no planeta. Isso quer dizer, há muito maior número de seres no mundo espiritual, do que de seres na Terra, envergando um corpo físico como nós.

Desse modo, é impossível que nós não tenhamos um acompanhamento espiritual grande. Mas, nem sempre esse acompanhamento espiritual é formado por seres que nos assistem, mas sim, por seres que nos rodeiam.

Aqueles que nos assistem, o fazem por afinidade conosco, por algum tipo de interesse junto a nós. Interesse em nossa evolução, em nosso progresso, em nosso crescimento, ou interesse em nossa desdita, em nossa infelicidade.

Mas, tudo isso não deixa de ser assistência espiritual.

Quem define o tipo de assistência espiritual somos nós, pela forma como se vive.

Esses assistentes espirituais, quando positivos, quando do bem, têm seu ponto máximo naquele ser que nós chamamos de anjo guardião.

Todos nós temos nossos anjos guardiães. Esses anjos guardiães são Espíritos que Deus estabeleceu que seriam nossos guias aqui na Terra, nossos tutores aqui no mundo. Inspirando-nos, acompanhando-nos, orientando-nos para o melhor, sempre para o melhor.

O anjo guardião sempre nos dá as boas dicas, os bons direcionamentos. Ele se comporta como o irmão mais velho ou como um pai extremado, um pai muito atencioso, que estivesse sempre desejoso de ver seus filhos felizes. Essa é a postura do anjo guardião.

Às vezes, nós damos muito trabalho ao nosso anjo guardião, porque tudo quanto ele nos sugere, nós fazemos o contrário, nós desacatamos, nós desobedecemos. E, por causa disto, certamente advêm sobre nós infelicidades, tormentos, dificuldades, quando não ouvimos a voz inspirativa do nosso anjo guardião.

Todos nós, detentores desses seres espirituais que nos assistem, deveremos aprender a travar contato mais próximo, mais íntimo com o nosso anjo guardião, que é o maior dos assistentes que acompanham a nossa vida aqui no planeta.

É esse anjo guardião o ser que Deus colocou para nos atender, para nos entender, colocou à nossa disposição.

Vale a pena que treinemos contato com esse anjo guardião. Como é que a gente consegue isto?

Através do exercício de silêncios íntimos.

Se somos pessoas, se formos indivíduos buscando sempre barulhos, tumultos, agitação; se gostarmos de muita atividade excessivamente barulhenta, com certeza não conseguimos o silêncio íntimo, para fazer ponte com nosso anjo guardião.

Ele é o ponta-de-lança da nossa vida. É ele que define aquilo que nós pretendemos conseguir, nos ajuda naquilo que desejamos alcançar, nos inspira para o bem e nos impulsiona para Deus.

Vale a pena pensarmos nesses assistentes espirituais sim, mas entendendo, que nosso dever imediato é contatar com intimidade o nosso anjo guardião.

* * *

É graças ao nosso anjo guardião, que muitas situações nos são evitadas, porque ele trata de nos anteceder em muitos lugares, em muitos acontecimentos, para que nós não sejamos apanhados de surpresa.

Quantas vezes é ele que nos inspira mudanças de caminho, a adoção de determinado caminho. É ele que nos inspira voltar à casa, depois de termos saído, e aí descobrimos que ficou uma panela no fogão aceso, que ficou uma panela sobre a chama acesa.

É ele que nos orienta para olhar o berço da criança, que às vezes está de bruços, sufocada. É ele que nos orienta dar uma olhada no carro, antes de ligarmos a chave, e percebemos que há alguma alteração, algum vazamento. O nosso anjo guardião está sempre a postos, conduzindo-nos os passos, orientando-nos os passos.

Mas, nem sempre nós desenvolvemos afinidade com nosso anjo guardião. Às vezes, nossos interesses, nossas práticas, nossas ações buscam mais os assistentes negativos, os nossos comparsas espirituais, comparsas de nossos erros, comparsas de nossos equívocos.

Muitas vezes, nós damos mais atenção espiritual aos seres que nos querem puxar para baixo, porque eles nos inspiram, por exemplo, para a bebida e nós vamos, nos inspiram para o acinte à vida, e nós adotamos a sua inspiração, nos inspiram para o crime, e nós vamos, nos incitam para a droga, e nós vamos.

Certamente, ninguém recebe somente uma inspiração. Quando nos vem à mente uma idéia negativa, paralelamente vem outra positiva: Fulano, faça isto, e a outra voz interna que diz: Não faça isto. Beltrano, prove isto, e outra voz interna que nos sugere: Não prove isto. E fica por conta do nosso livre-arbítrio, decidir o que fazemos e o que não fazemos.

Os nossos assistentes espirituais positivos, os Benfeitores Espirituais de nossas vidas, estão sempre pelejando para que nós acertemos, para que cresçamos, para que soframos menos. Mas eles não nos podem impedir sofrer, se nós buscamos o sofrimento.

É por isto que nos cabe ter mais atenção para com nossa vida, porque, de acordo com a maneira que nós formos, estabeleceremos quais serão as entidades espirituais que nos acompanharão, que formarão esse grupo de testemunhas acompanhando nossa vida, cobrindo e secundando os nossos atos.

É por causa disto que Jesus Cristo orientava-nos para o fato de ser Ele o Caminho, ser Ele a Verdade, dirigindo-nos para a grande Vida.

Não é à toa que Paulo de Tarso nos propunha: Vede prudentemente como andais, porque a forma pela qual nós andamos, os destinos que buscamos, definirão a assistência espiritual com que contaremos.

Não adianta as pessoas dizerem que sua vida está indo para trás, que elas não têm sorte na vida, se seus pensamentos, se suas ações, se suas buscas, são de má índole, são de má qualidade.

Se quando a pessoa pensa em alguém ou em alguma coisa, pensa sempre para baixo, pensa sempre negativamente, é óbvio, que o tipo de entidades espirituais que lhe darão assistência, que a acompanharão, serão entidades de baixo nível.

Temos a responsabilidade sobre a assistência espiritual que temos.

Era muito comum, ao tempo do saudoso Chico Xavier, as pessoas dizerem que se aproximavam de Chico Xavier e se sentiam bem, sentiam-se agasalhadas, sentiam-se abraçadas por Chico Xavier, que dava a cada pessoa a sensação de que eram as mais amadas por ele, graças a esse envolvimento espiritual de Chico Xavier, a influência positiva que ele exercia sobre as pessoas.

Isso porque Chico Xavier tinha uma assistência espiritual notável. O Espírito Emmanuel, seu guia espiritual, seu anjo guardião, criava em torno dele uma aura de paz, de felicidade, de alegria, com toda responsabilidade que o Chico tinha nas suas realizações.

Era por isso, pela vida que ele levava, que merecia a assistência do Espírito Emmanuel.

Muitos de nós gostaríamos de ter como guias espirituais Espíritos positivamente bons, almas nobres, Espíritos angélicos. Mas, para isso, nós temos que fazer a parte que nos cabe aqui na Terra: a luta por ser bons, a luta por melhorar a nossa maneira de viver, a luta por melhorar aqueles que estão à nossa volta, e semear pelos caminhos por onde passamos as sementes da felicidade.

Nossos assistentes espirituais, estão profundamente relacionados aos nossos hábitos, aos nossos pensares, ao nosso psiquismo.

Por causa disso, vale a pena que você, que eu, que nós todos, busquemos ao longo dos nossos caminhos, maior entrosamento com o nosso anjo guardião, desenvolvendo silêncios íntimos, o ato de orar e de meditar profundamente.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 146, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 09.11.2008.
Em 09.02.2009.

Misericórdia e justiça

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O Espiritismo ensina que Deus rege o Mundo com base em leis perfeitas, plenas de justiça e misericórdia.

Nenhum ato moral de Suas criaturas fica sem consequências.

Sempre há a justa resposta, dada no tempo certo.

Como se trata de um Pai amoroso, a incidência de Suas leis objetiva o aperfeiçoamento de todos.

A opção pelo bem é sempre premiada com maiores recursos.

Uma atmosfera de paz e oportunidades forma-se ao derredor de quem se esforça em ser digno e bondoso.

De tempos em tempos, o amante do bem é defrontado com testes, a fim de que cresça ainda mais.

Mas sempre com o devido amparo das forças celestes.

O equivocado também segue sob os auspícios do Alto.

Ao longo dos séculos, os equívocos preponderaram.

Muitos se permitiram atos de pirataria e rapinagem, pelos quais semearam a tragédia na vida do semelhante.

Outros lucraram com a escravidão.

Houve guerras e perseguições de índole racial e religiosa.

Não raros se dispuseram a desempenhar o triste papel de sedutores, na busca de prazeres efêmeros.

Ainda hoje, há quem faça da fé objeto de comércio.

Na política, persiste a busca do interesse próprio, por trás dos belos discursos.

Todos esses desatinos são objeto de minucioso registro na consciência de cada um.

A fim de permitir o soerguimento moral, a misericórdia divina providencia o esquecimento.

A cada encarnação, o Espírito tem a oportunidade de recomeçar.

Contudo, o registro do que ele fez persiste indelével em sua estrutura íntima.

As figuras genuinamente virtuosas são um tanto raras na história da Humanidade.

Assim, para o homem comum a recordação plena do que viveu no curso dos milênios seria desastrosa.

Se todas as consequências de seus atos o atingissem de uma vez, ele não resistiria.

A excelsa compaixão, atenta à fragilidade humana, permite que se pague no varejo o débito contraído no atacado.

Ela consente que o Espírito esqueça o mal que fez e se reconstrua no bem, mediante pequenas lutas e conquistas.

Entretanto, é necessário realmente optar pelo bem.

Após tantas existências, para a Humanidade terrena o tempo urge.

Uma nova era de paz e responsabilidade se avizinha e é preciso ser digno dela.

O momento reclama uma boa aplicação dos próprios talentos.

Como a reabilitação é necessária, um contínuo abuso da misericórdia funcionará como um clamor para a incidência da justiça.

Ciente disso, reflita sobre o que tem feito dos recursos amorosamente depositados em suas mãos pelo Excelso Poder.

Pondere que o auxílio ao próximo é um dever, não um favor.

A Providência desde sempre lhe ampara os passos enquanto aguarda que você aprenda justamente a lição da fraternidade.

Pense nisso.

Fonte: Redação do Momento Espírita.
Em 06.04.2009.

domingo, 12 de abril de 2009

Visão Espírita da Páscoa

 

Por: Marcelo Henrique

 

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Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.

Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus?

Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.

O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso.

Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.

A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.

Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia.

Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.

Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus.

No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.

A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem.

Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa?

A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”. E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.

A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra.

Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.

Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.

Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”.

Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.

 

 

Fonte: Site FEAL – Ferderação Espírita André Luiz