segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O problema da fé

violetas

Alguns dias antes da prisão do Mestre, os discípulos, nas suas discussões naturais, comentavam o problema da fé, tentando, apressadamente, chegar a um consenso de entendimento.

Como será essa virtude? De que modo conservá-la-emos intacta no coração? - inquiria Levi, com atormentado pensamento.

Tenho a convicção de que somente o homem culto pode conhecer toda a extensão de seus benefícios.

Não tanto assim. - aventava Tiago, seu irmão.

Acredito que basta a nossa vontade, para que a confiança em Deus esteja viva em nós.

Mas a fé será virtude para os que apenas desejam? - perguntava um dos filhos de Zebedeu.

A um canto, como distante daqueles duelos da palavra, Jesus parecia meditar. Em dado instante, solicitado ao esclarecimento, respondeu com suavidade:

A fé pertence, sobretudo, aos que trabalham e confiam. Tê-la no coração é estar sempre pronto para Deus.

Não importam a saúde ou a enfermidade do corpo, não têm significação os infortúnios ou os sucessos felizes da vida material.

A alma fiel trabalha confiante nos desígnios do Pai, que pode dar os bens, retirá-los e restituí-los em tempo oportuno.

Caminha sempre com serenidade e amor, por todas as sendas pelas quais a mão generosa do Senhor a queira conduzir.

Mas, Mestre - redarguiu Levi, em respeitosa atitude – como discernir a vontade de Deus, naquilo que nos acontece?

Tenho observado grande número de criaturas criminosas que atribuem à Providência os seus feitos delituosos e uma legião de pessoas inertes que classificam a preguiça como fatalidade Divina.

Jesus acrescentou:

A vontade de Deus, além da que conhecemos através de Sua lei e de Seus profetas, através do conselho sábio e das inclinações naturais para o bem, é também a que Se manifesta, a cada instante da vida, misturando a alegria com as amarguras.

Concede a doçura ou a retira, para que a criatura possa colher a experiência luminosa no caminho mais espinhoso.

Ter fé, portanto, é ser fiel a Essa vontade, em todas as circunstâncias, executando o bem que Ela nos determina, e seguindo-Lhe o roteiro sagrado, nas menores sinuosidades da estrada que nos compete percorrer.

*   *   *

Você está sempre pronto para Deus? Reflita por alguns instantes.

Você já consegue compreender os desígnios Divinos, e vê-los como motrizes do amor na Terra?

Jesus deixa claro que a fé pertence, sobretudo, aos que trabalham e confiam.

Aos que fazem a sua parte, que cumprem seu papel no Universo, e ao mesmo tempo têm a certeza de que tudo queacontece será sempre para seu bem.

Aí está a confiança no Criador, nesta Inteligência Suprema do Cosmos.

Caminhar com serenidade é fundamental para o alcance da felicidade sonhada. Não importa o que nos aconteça, os desígnios do Pai sempre serão bons.

As ações dos homens podem ser infelizes, cruéis, mas estando todas elas supervisionadas pelo Amor de Deus, sempre nos alcançarão com o intuito maior de nos fazer crescer – seja pelo amor, ou pelo sofrer.

Trabalhemos e confiemos!

Redação do Momento Espírita com base no cap. 28, do livro

Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia

de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

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