quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Ante os Espíritos Puros

 

 

luz

 

Os feitos das grandes almas que transitaram pelo planeta costumam impressionar.

Eles englobam fenômenos magnéticos ainda misteriosos, como os milagres.

Há também atos grandiosos de renúncia e coragem, de abnegação e disciplina.

Muitas vezes o homem, ao refletir sobre eles, anela realizá-los, por sua vez.

Pensa nessas almas iluminadas e deseja partilhar-lhes o banquete de luz.

Entretanto, a imensa maioria dos Espíritos vinculados à Terra constitui-se de consciências endividadas.

A angelitude persiste como uma meta um tanto distante.

Apesar disso, é possível começar, desde logo, a escalada em direção aos planos superiores da existência.

Não lhe é viável, hoje, sustar o curso de uma tempestade com o mero erguer de suas mãos.

Contudo, possui meios de asserenar a dor dos companheiros em sofrimento.

Não lhe é possível, de um momento para o outro, transmitir ao mundo mensagens de supremas e confortadoras revelações.

No entanto, com reduzido esforço, pode acender a luz do alfabeto em muitos cérebros que tateiam na noite da ignorância.

Não possui meios para, como fez o Cristo no Tabor, materializar seres sublimes da Espiritualidade Excelsa.

Todavia, nada o impede de tornar realidade um caldo reconfortante para os doentes abandonados que esmorecem de fome.

Na atualidade, resultaria infrutífero qualquer empreendimento de sua parte para limpar alguém coberto de chagas, pronunciando simples ordem verbal.

Mas pode alimentar a esperança e lavar as feridas de seu irmão.

Talvez ainda não consiga sorrir com serenidade para quem o esbofeteia, como fazia Gandhi.

Mas seguramente pode relevar quando um colega de trabalho fala algo ríspido.

É bom e saudável refletir nos Mensageiros Divinos, respeitar-lhes a missão e admirar-lhes a grandeza.

Também é conveniente pedir-lhes apoio nas dificuldades da jornada terrestre.

Mas não se afigura sensato tentar obter de improviso as responsabilidades que lhes pesam nos ombros.

Assim, não reclame para seus braços ainda frágeis o serviço próprio de um gigante.

Antes de pretender ser sublime, trate de ser honrado e solidário.

Cuide principalmente de cumprir os singelos deveres que lhe competem.

Para isso, não se diga cansado, nem se proclame inútil.

Reflita que um mísero verme, muito distante de seu pensamento, é um servo esquecido que aduba a terra.

Da terra adubada é que surge o pão, que lhe sustenta a vida e possibilita o seu agir no mundo.

Toda ocupação útil, por simples que se apresente, possui valor.

O relevante é bem desempenhar a própria tarefa.

Ela constitui uma etapa necessária na elaboração do anjo de luz que você será um dia.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXVIII do livro

Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de

Francisco Cândido Xavier,ed. Feb.

Em 20.08.2009.