Sabendo da dificuldade que há no exercício do perdão, Pedro, o Apóstolo, pergunta a Jesus quantas vezes é necessário tal exercício, em relação ao próximo.
A resposta de Jesus convida-nos a um exercício constante, pois que o Mestre propõe que o perdão seja exercitado infindas vezes, representado na expressão de setenta vezes sete vezes.
O que Jesus dá a entender com essa expressão é que bons hábitos, assim como os menos nobres, se incorporam no nosso cotidiano através da insistência, da repetição, do exercício contínuo.
Alguém que consiga perdoar quatrocentos e noventa vezes, como aconselha Jesus, certamente, já terá incorporado o hábito de tal forma, que difícil lhe será não perdoar nas oportunidades seguintes.
Assim se dá com todos os hábitos saudáveis, positivos, bons, que queremos incorporar na nossa intimidade emocional.
Ninguém se transforma do dia para a noite, nem se santifica em breves momentos, apenas porque aceitou conceitos novos ou amadureceu valores de uma forma positiva.
Qualquer pessoa que decida se tornar melhor, precisa de uma companheira inseparável: a persistência.
Imagine-se querendo libertar-se da dependência do tabaco. Por mais que a decisão esteja tomada, por mais que o auxílio médico e terapêutico seja requisitado, sem a persistência no intento, não haverá sucesso.
Com os maus hábitos morais ocorre da mesma forma. Se desejamos nos tornar uma pessoa menos egoísta, ou menos orgulhosa, ou ainda, se o que nos incomoda é o fato de sermos muito arrogantes e gostaríamos de mudar a forma de agir, a persistência nos será desejada companheira.
Toda mudança exige esforço, energia, investimento. E é natural ainda que, ao percorrer a estrada para novos rumos, aconteçam tropeços, sintamo-nos um pouco perdidos ou, às vezes, até uma pontinha de arrependimento... Afinal, antes era tão mais fácil, pensamos...
Nesses momentos, a perseverança será a ferramenta a nos empurrar à frente, a nos estimular o continuar da marcha, a dar a coragem para insistir no processo de mudança, de melhoria, de vir a ser.
Sempre haverão aqueles a nos desestimular o progresso. Pigmeus morais que o são, não tendo coragem de mudar a si, se incomodam em ver que outros se esforçam, tentam melhorar.
Como não têm coragem de fazê-lo, não querem que outros o façam.
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Não nos deixemos levar pelo pessimismo de uns ou pelo desencorajamento de outros.
Toda mudança para melhor é desejo de Deus para conosco, pois como nosso Pai, deseja o melhor para Seus filhos. Mas como Pai amoroso, sabe que deve partir de cada um de nós a iniciativa e o esforço para sermos melhores.
Persistir no bem, insistir no esforço da melhora pessoal para que o bem ganhe espaço em nossa intimidade é investimento sábio a que todos devemos nos dispor, o quanto antes.
Somente através do esforço pessoal e individual é que conseguiremos trilhar o caminho para a construção da felicidade em nossa intimidade, quando sentimentos de baixa conta cederão espaço para luz e paz na nossa estrutura emocional.
Redação do Momento Espírita.
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