segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A FÉ E A PRECE

 

Há duas forças poderosas com as quais facilmente movimentamos as reservas fluídicas que o Senhor pôs à

nossa disposição. Estas duas forças, tanto mais potentes quanto mais manejadas, são a fé e a prece.

A fé deve ser uma fé racional, isto é, devemos saber por que é que temos fé. A fé racional se adquire pelo

estudo das leis divinas, consubstanciadas no Evangelho e nos ensinamentos do Espiritismo. Ter fé é ter

confiança em Deus; é saber que velando por nós, amparando-nos e protegendo-nos está a Providência Divina.

Ter fé é entregar o nosso destino ao Pai que está nos céus, certos de que tudo que ele nos der, dores e

alegrias, pobreza e riqueza saúde e doença, tudo é para nosso bem; porque tudo servirá para o aperfeiçoamento

de nossa alma.

Ter fé em Deus é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade. Ter fé é ter a certeza absoluta de

que nada de mal sucederá, se Deus não o permitir; e se ele permitir que nos sobrevenha algum mal é porque

o merecemos; se não o merecêssemos o mal não nos atingiria. A fé é uma força de atração: atrai sobre nós

o socorro divino e ajuda-nos a socorrer aqueles que solicitarem o nosso auxílio.

A prece é um ato de fé. Pela prece adoramos a Deus, agradecemo-lhe os favores que nos faz continuamente

e pedimo-lhe o de que necessitamos. A prece nos liga a Deus. Quando oramos, nosso pensamento, como

um raio luminoso, projeta-se pelo infinito e vai tocar as regiões de luz de onde nos chegam as bênçãos do

Senhor. A prece desenvolve, aumenta e fortifica a nossa fé. A fé depende da prece e a prece depende da fé;

é impossível separar uma da outra. A verdadeira prece se caracteriza pelos seguintes pontos: deve ser feita

com carinho e amor; deve ser um impulso espontâneo de nosso coração. Orar apenas com os lábios nada

significa; devemos sentir a nossa prece; é preciso que vivamos de acordo com ela; orar de um modo e viver

de outro é próprio dos hipócritas. Se pedimos ao Senhor que perdoe os nossos erros, devemos nós também

perdoar os erros dos outros.

Se pedimos ao Senhor que nos livre do mal, é nosso dever não praticar o mal. Se oramos ao Senhor que

não nos deixe cair em tentação, precisamos resistir a todas as tentações, quando elas se apresentarem em

nossa vida. Se rogamos ao Senhor que nos dê o pão nosso de cada dia, providenciemos para que não falte

o pão a nossos irmãos menos favorecidos, uma vez que isso esteja ao nosso alcance; porque a lei é esta:

- Aquilo que quiserdes para vós, isso mesmo fazei-o aos outros. Façamos nossa prece diária; depois vivamos

o resto do dia de modo tal que nossos atos, palavras e pensamentos sejam uma glorificação ao Senhor. Para

que a prece não se torne monótona e quase que automática pelo hábito, procuremos um motivo para orar;

é preciso que a prece tenha um objetivo. É facílimo encontrar motivos para nossas orações diárias; basta

repararmos ao nosso derredor e em nós mesmos; por exemplo: sabemos que há discórdia em uma família?

oremos para que a concórdia volte a reinar em seu seio; há doenças em um lar? Oremos para que lhe volte

a saúde; há alguém em dificuldades? oremos para que as possa vencer; um irmão desencarnou? oremos

para que o Senhor lhe conceda a compreensão de seu novo estado; descobrimos em nós um defeito?

Peçamos ao Senhor que nos ajude a corrigi-lo; temos vícios? roguemos ao Senhor que nos conceda as

forças e a boa vontade para ficarmos livres deles. Assim, todos os dias podemos arranjar nobres motivos

para dirigirmos ao Senhor nossas preces.

E quando tivermos desenvolvido dentro de nós a fé viva e racional e aprendido a orar com o coração,

seremos felizes e nos transportaremos aos planos superiores da espiritualidade.

(De “A mediunidade sem lágrimas”, de Elizeu Rigonatti)

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