segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Oferta de Esperança

 

 

Quando a tribulação te mostre a face
Por ferida pungente
Que viesse e ficasse,
Dentro de ti e em derredor,
Não te permitas arrasar-te,
Recorda simplesmente
Que o Céu nos oferece, em qualquer parte,
Tão somente o melhor.

Quando a prova te alcance,
Na crítica mordaz que te magoa,
Que teu sonho se apure, cresça e avance
Na direção da Vida Superior;
Trabalha, serve e crê, eleva-te e perdoa,
Semeando alegria,
A relembrar que, em cada novo dia,
A vida é um cântico de amor.

Quando tudo, na senda, ao teu olhar,
Pareça desencanto, amargura e exaustão,
Não lamentes em vão,
Mesmo entre lágrimas, sorri!...
Ergue-te da tristeza e põe-te a trabalhar,
Que o trabalho te afasta as dores e os problemas...
Todos somos de Deus, segue e não temas,
Não olvides que Deus vela por ti.

Livro: Seara de Fé
Maria Dolores / Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CADA UM RECEBE O QUE DÁ!

 

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CADA UM RECEBE O QUE DÁ!

Cada um recebe de acordo com o que dá.
Se você der ódios e indiferença,
há de recebê-los de volta.

Mas se der atenção e carinho,
há de ver-se cercado de afeto e amor.


Ninguém se aproxima do espinheiro,
por causa dos espinhos,

nem do lodo, porque suja.


Mas todos apreciam permanecer

perto das flores,
que espalham beleza e perfume.


Cada um recebe de acordo com o que dá.

(Autor: Carlos Torres Pastorino).

PREPARANDO O AMANHÃ

 

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Se já percebeste que o berço não é o início e que o tumulo não é o fim, não desprezes a preparação do amanhã, a fim de que não se interrompa a tua cainhada para diante...

*

     Planta o bem agora, para que o bem te felicite depois.

*

     Somos infinitamente insignificantes para abranger, por enquanto, as dimensões totais do Universo. Amebas pensantes, apesar dos lauréis da inteligência que já nos assinalam a vida, não podemos ainda apreender toda a largueza do horizonte que nossos olhos contemplam a enorme distância.

*

     Seres humildes, situados ainda no começo da escala que nos conduzirá à compreensão da verdade integral, achamo-nos inabilitados a supremas definições...

*

     Mas o bem será invariavelmente o guia que nos orientará o passo na jornada, a fm de que o "agora" dilua as sombras do pretérito, acendendo a luz que brilhará para a nossa felicidade no grande futuro.

*

     Na realidade todos nos colocamos no Eterno Presente.

*

     O instante que passa é a nossa oportunidade valiosa de realizar.

*

     Entretanto, analisemos a qualidade da nossa realização porque o Hoje imperecível se alargará nos círculos do tempo, convertendo-se em amanhã, compelindo-nos a recolher a alegria ou o sofrimento, os espinhos e as flores que estivermos semeando...

*

Assim sendo, permaneçamos atentos à grande mensagem do Céu que flui na Terra, através do ensinamento de todos os grandes instrutores do mudo, mensagem que em todos os santuários nos exorta à bondade que é fundamento da Eterna Lei.

*

     O mal é desequilíbrio que nos constrange à recuperação, desarmonia que nos convoca ao reajuste, treva que nos induz à demora indefinida nas aflições purgatoriais.

*

     O bem, contudo, é a subida para o Trono da Sabedoria e do Amor e, movimentando-nos dentro dele, atingiremos a edificação plena da Consciência Cósmica, dentro da qual, alcançaremos, com Jesus, a divina ressurreição, após desvencilharmo-nos da cruz de nossos compromissos com as experiências inferiores.

*

Desse modo, prepara o teu veiculo do porvir, desde agora, situando o vaso de teus sonhos o forno do trabalho, no bem incessante, para que o fogo na luta digna, através do esforço próprio e do próprio sacrifício, te aperfeiçoe as esperanças e fixe o teu sublime ideal, porque, assim, o teu corpo de amanhã será um carro leve, subtil, em que o teu espírito  avançará, com mais segurança, na direção da Grande Luz.

 

Livro: Vida e caminho – Psicografia: Francisco C.Xavier – Espíritos Diversos.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Momento de Reflexão: Tudo é para o bem

 

Havia um homem judeu de nome Mahum, que significa Também. Chamavam-no assim porque para tudo o que lhe acontecesse, por pior que fosse, ele afirmava, com toda convicção: Isto também é para o bem!

Se a chuva lhe destroçasse o jardim ou a enxurrada lhe destruísse o labor da horta, repetia sempre: Isto também é para o bem.

E, sem titubear, colocava-se no trabalho de reconstrução do jardim e da horta.

Se a enfermidade o alcançasse, falava: Isto também é para o bem. Medicava-se e aguardava a recomposição das forças físicas, retornando ao labor incessante.

Certa noite, Mahum precisou se deslocar até à cidade vizinha.

Preparou seu burrico, que lhe seria o meio de transporte, o galo que funcionava como seu relógio e despertador, e uma lamparina para que lhe iluminasse o caminho.

Ela deveria servir, inclusive, para que, antes de repousar no seio da floresta que deveria atravessar, pudesse se deter na leitura das escrituras.

Noite alta e ele no coração da floresta. De repente, o óleo da lamparina derramou e ela se apagou. Ele ficou às escuras. Inesperadamente, o galo começou a passar mal e morreu. Não demorou muito e foi o burrico.

O pobre homem ficou sozinho, na escuridão da floresta, em meio a ruídos estranhos e assustadores.

Mesmo assim, afirmou sem medo: Tudo o que Deus faz é para o bem.

Acomodou-se como pôde e dormiu.

No dia seguinte, o sol o veio despertar, vencendo a fechada copa das árvores. Ele prosseguiu viagem a pé. Quando, muitas horas depois, chegou à cidade, seus conhecidos o olharam com espanto.

Todos pareciam estar vendo um fantasma. Por fim, lhe perguntaram:

Como pode você estar vivo? Soubemos que, ontem à noite, foram despachados soldados romanos à floresta, com o intuito de matá-lo!

Foi então que Mahum explicou tudo que havia acontecido, concluindo: Se minha lamparina não tivesse apagado, o galo e o burrico morrido, com certeza estaria morto. Pois o clarão da lamparina, o zurrar do burrico e o cacarejar do galo denunciariam o local onde me encontrava.

Bem posso continuar a dizer: "Tudo o que Deus faz é para o bem."

*   *   *

Quando a tormenta se faz mais violenta e as dores se tornam mais acerbas, é o momento de se ponderar porque elas nos atingem.

O bom senso nos dirá sempre que razões poderosas existem, assentadas no ontem remoto ou no passado recente, porque a Divina Providência tudo estabelece no momento próprio e na medida exata.

Deus é sempre a sabedoria suprema e a justiça perfeita, atendendo as mínimas necessidades dos Seus filhos, no objetivo maior do progresso e da redenção.

Redação do Momento Espírita com base em texto do

Correio Fraterno do ABC, de maio/1998.

PERSEVERANÇA COM ALEGRIA

 

 

Não te detenhas nunca ante o desafio do bem.

Jamais percas a confiança em Deus.

Nunca te entristeçam as provações, nem te aturdam os testemunhos.

O filete de água que procede de uma fonte poderosa destina-se ao mar. Suplanta obstáculos, contorna acidentes geográficos, porém logra o seu fanal.

Vida física é oportunidade abençoada, instrumentalidade para o progresso. Também é masmorra transitória de que te libertarás um dia se te promoveres às alturas do bem.

Não examines as questiúnculas, nem os problemas do caminho, senão para os solucionar.

Quem se abate sob um céu nublado não merece a noite salpicada de estrelas.

Fadado ao infinito, o Espírito nasce e renasce no corpo para progredir, adquirindo experiências e modelando santificação.

*

Ouves a vozeria que fala de júbilos e te entristeces por não estares entre eles, os enganados algaraviantes.

Talvez, eles  não estejam felizes, senão excitados.

Deténs-te a examinar os que exibem paz e te afliges, face aos conflitos que espocam no teu mundo íntimo.

Quiçá, não estejam em harmonia, senão anestesiados pelos vapores da ilusão, aqueles que se exibem.

Mantém a tua confiança no ideal que abraças e não meças as vitórias do teu espírito com a fita métrica dos triunfos terrestres transitórios.

O cristão verdadeiro, e o espírita, em particular, triunfam sobre si mesmos, vencem-se, interiormente, e galgam os degraus do êxito ao lobrigar as paisagens mergulhadas no sol da imortalidade em triunfo.

*

Jesus, na entrada triunfal em Jerusalém, não era um vencedor nem um vencido. Era alguém incompreendido pela massa.

Colocado, porém, na cruz, a massa creditava que Ele havia perdido a batalha, no entanto, era o vencedor em triunfo sobre os enganos que a massa lhe oferecera e Ele desdenhara.

Não te esqueças: dor e prova, renúncia e abnegação constituem as marcas do Cristo Jesus a se insculpirem na tua alma, quais estrelas luminescentes no velário da noite, falando ao sol e de belezas imortais.

(De “Alerta”, de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

A FAMÍLIA

 

Deus poderia ter escolhido outras maneiras para que Jesus viesse ao mundo. Mas Ele, na sua infinita sabedoria, escolheu a maneira mais simples: através de uma família.

A família é, no propósito de Deus, uma bênção. Quando a criação estava terminada, Ele ainda achou que faltava alguma coisa. E, olhando para Adão, disse: "Não é bom que o homem esteja só." Assim criou Deus a mulher e a uniu ao homem.

Desde então, a primeira célula da sociedade estava colocada.

Mas, infelizmente, as pessoas se esqueceram dos verdadeiros princípios para se ter uma vida de família feliz. Eu costumo dizer, e penso, que todos os ensinamentos básicos para uma vida equilibrada estão dentro da Bíblia. E aqui ainda, vemos que Deus disse com sabedoria ainda não compreendida por muitos: "E deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher." Quando ele disse "deixará" queria dizer para o homem desligar-se, separar-se e criar uma nova família. Embora uma célula gere a outra, todas são independentes. Assim deve ser.

E os casais não têm feito isso. As pessoas se casam, se unem, e continuam ligadas ao cordão umbilical familial. O que deveria ser bênção torna-se então fardo, pois os casais não possuem independência necessária para viverem a própria vida, assumirem as próprias responsabilidades. Os filhos são educados muitas vezes com forte influência dos avós e todo mundo acha isso muito natural. Mas os avós têm na verdade outro papel nessa mesma história, o de educar filhos eles já cumpriram. Em francês diz-se que "os pais são para educar e os avós para mimar." Geralmente o contrário tem acontecido.

Muitos casamentos se desfazem por causa dessas coisas. O homem considera que sua família (seus pais e irmãos) são mais importantes e por seu lado a mulher faz o mesmo. E eles se esquecem que, sozinhos, formam uma família à parte. E isso sempre gera conflitos.

Como é gostoso ter uma família! E se reunir para Natal, Páscoa e aniversários. Se apoiar nos momentos de dor e se alegrar nas horas felizes. Mas que cada família respeite a individualidade da outra. Que cada uma tenha uma existência independente. Ouvir conselhos dos pais é bom, mas deixá-los decidir não é saudável.

Um casamento é o nascimento de uma nova família. Cheia de incertezas pela frente, com muito para aprender, mas respirando sozinha. Enquanto as pessoas não compreenderem isso, teremos uma sociedade doente.

Só existe um meio, uma cura: o amor! Dos pais, para darem liberdade suficiente às famílias nascentes e dos casais, para que aprendam a caminhar sozinhos.

A base no fundo é sempre uma coisa: o amor!

( Letícia Thompson )

ENTRE FALSAS VOZES


Se a preguiça te pede: — “Descansa!”, responde-lhe com algum acréscimo de esforço no trabalho que espera por teu concurso.

Se a vaidade te afirma: — “Ninguém existe maior que tu!”, retribui com a humildade, reconhecendo que não passamos de meros servidores da vida, entre os nossos irmãos de luta.
       Se o orgulho te diz: — “Não cedas!”, aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.
        Se o ciúme te segreda aos ouvidos: — “A posse é tua!”, guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são bênçãos do Céu, extensivas a todos.
        Se o egoísmo te aconselha: — “Retém!”, abre as tuas mãos e distribui a bondade com os que te cercam.
        Se a revolta te assevera: — “Reage e reivindica os teus direitos!”, aguarda a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais abnegação.

Se a maldade te sugere: — “Vinga-te!”, considera que mais vale amparar constantemente o que companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.
        Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser.
        Se aceitamos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições Sublimes.
        Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade e da má fé, que nos enrijecem o sentimento e, de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por seus olhos e ouvindo os nossos irmãos, através de seus ouvidos, estaremos realmente habituados à posição de intérpretes do seu Infinito Amor, em qualquer parte.

(De “Levantar e Seguir”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

POR CRISTO

"E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta". — Paulo. (FILÊMON, 1:18).
 
         Enviando Onésimo a Filêmon, Paulo, nas suas expressões inspiradas e felizes, recomendava ao amigo lançasse ao seu débito quanto lhe era devido pelo portador.
         Afeiçoemos a exortação às nossas necessidades próprias.
         Em cada novo dia de luta, passamos a ser maiores devedores do Cristo.
         Se tudo nos corre dificilmente, é de Jesus que nos chegam as providências justas. Se tudo se desenvolve retamente, é por seu amor que utilizamos as dádivas da vida e é, em seu nome, que distribuímos esperanças e consolações.
         Estamos empenhados à sua inesgotável misericórdia.
         Somos d’Ele e nessa circunstância reside nosso título mais alto.
         Por que, então, o pessimismo e o desespero, quando a calúnia ou a ingratidão nos ataque de rijo, trazendo-nos a possibilidade de mais vasta ascensão? Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente?
         Devemos refletir que quando falamos em paz, em felicidade, em vida superior, agimos no campo da confiança, prometendo por conta do Cristo, porquanto só Ele tem para dar em abundância.
         Em vista disso, caso sintas que alguém se converteu em devedor de tua alma, não te entregues a preocupações inúteis, porque o Cristo é também teu credor e deves colocar os danos do caminho em sua conta divina, passando adiante.

   

(De “Caminho, Verdade e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

PRESSÃO DOMÉSTICA

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Hoje em dia, talvez motivados pelo desejo de ver seus filhos bem sucedidos, muitos pais começam desde cedo a fazer grande pressão sobre eles.

Alguns dizem e repetem com freqüência: meu filho tem que ser o primeiro... Meu filho tem que ser o melhor... Ele tem que ser um vencedor.

A criança cresce ouvindo isto o tempo todo e entende que esse é o desejo de seus pais. E, porque gosta dos pais, não quer que estes se decepcionem.

Quiçá seja por essa razão que no dia da prova, quando se sente insegura, busca colar de alguém para obter uma boa nota e não infelicitar os pais, que esperam que ela seja a maior...

A criança precisa ser aceita, e entende que para que os pais gostem dela, deverá ser como eles desejam que seja.

Nesse caso, ela fará qualquer coisa para ser "gostada".

Começa colando na escola, depois paga para que terceiros façam os trabalhos propostos pelos professores... E acabam roubando teses para conseguir a graduação que almejam.

Logo surgem os expedientes mais desonestos para subir de posto, no campo profissional. Não hesitam em caluniar colegas para conquistar o cargo que desejam.

Afinal, se os pais sempre esperaram que ele fosse o primeiro, é preciso ser o primeiro, mesmo que isso custe a sua dignidade, aliás, ele nem sabe o que quer dizer isto, pois seus pais não lhe falaram a respeito dessa virtude.

Cobraram-lhe resultados e ele foi à luta. Deveria ser o melhor, e ele tem se esforçado para isso... A que preço? Bem, isso é o de menos... O importante é que seja o primeiro.

Pais que agem dessa maneira, talvez pensem que o fazem por amor, mas estão cometendo um crime sem se dar conta disso.

Dizemos um crime porque incentivam o filho a se tornar um cidadão desonesto, irresponsável, tudo porque desejam que seja visto nos primeiros lugares no palco do mundo, ainda que isso o faça ser o último nos palcos celestes.

Um crime porque o espírito que lhes foi confiado pelo Criador para que o ajudassem a ser um gigante, foi convertido em um pigmeu moral.

Faz-se urgente pensar nesse problema que a tantos tem infelicitado.

Pais que pressionaram os filhos para que fossem sempre o primeiro, muitas vezes só se dão conta disso quando vêem seus nomes nas manchetes dos jornais, figurando como contraventores.

Há pouco tempo os noticiários falaram a respeito do primeiro ministro de um importante país europeu, que lançou mão de expedientes duvidosos para incriminar outro país e fomentar a guerra.

Aí é que se percebe a que ponto pode chegar um homem para conseguir o que deseja.

É para esse fato que muitos pais não atentam: que suas crianças um dia se tornarão adultos e poderão decidir os destinos de uma nação.

Por essas e outras razões, vale a pena investir no homem de amanhã, tomando-o pela mão quando ainda criança, e dar-lhe noções de dignidade e honradez, sem essa tolice de querer que sejam os primeiros em tudo.

Ensinar-lhe que não importa ser o melhor, mas que sejam bons o bastante para formar outros cidadãos de bem, exercer com honra e justiça suas profissões, construir um mundo melhor.

* * *

Se você recebeu de seus pais uma educação que fez de você uma mulher ou um homem honesto, não negue isso a seus filhos.

Pense que somente um amor exigente e lúcido será capaz de conduzir uma alma pelo caminho do bem.

Seu filho é essa alma sedenta de luz, não o deixe caminhar para as trevas da desonra e da insensatez.

Avalie os valores que lhe tem passado e, se necessário, corrija os passos e acerte a direção, sem demora nem hesitação.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em seminário proferido por Raul Teixeira, no VI Simpósio Paranaense de Espiritismo, no dia 27/05/03.

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PODES, SE QUERES

Fracassado é aquele que abandona a luta ou nega-se a travá-la.
Dificilmente logrará vitória quem se recusa a enfrentar os desafios do
cotidiano.
O homem são as suas tarefas, que devem ser enfrentadas com decisão e coragem.
Em todo cometimento multiplicam-se as dificuldades e as problemáticas se repetem.
Quedas e aparentes insucessos são experiências que, repetidas, favorecem o homem com o êxito que deve perseguir até o fim.
Desistir do empreendimento porque se apresente difícil, significa
abandonar-se a contínuos insucessos.
Não recear jamais, nem ceder à tentação da desistência na luta de ascensão.

*
Se queres, podes.
Quando te propões realizar os labores que te dizem respeito, abres-te à vitória, que deves colimar na oportunidade própria.
Simon Bolívar, o excelente Libertador de quase metade da América do Sul não poucas vezes perdeu batalhas  e esteve preso. Porque não desistiu, perseverando nos ideais e lutando, triunfou.
Benito Juarez, órfão e pobre, humilhado e sob injunções terríveis,
contribuiu para a liberdade do México, mais do que  qualquer outro herói.
Franklin Delano Roosevelt, paralítico, vitimado numa cadeira de rodas não se compadeceu do próprio estado de saúde e desempenhou relevante papel no seu país, como Primeiro Mandatário, revelando-se extraordinário libertador, durante a Segunda Guerra Mundial.
Édison experimentou quase 10.000 testes para lograr o êxito da lâmpada elétrica e porque insistiu sem desânimo, ofereceu à Humanidade um valioso contributo.
Faraday, até aos 14 anos, permaneceu numa Gráfica, na condição de
encadernador. Lendo um dos livros em que trabalhava, interessou-se pela
eletricidade, revelando-se pioneiro nesta tecnologia de grande utilidade
para a Humanidade.
Cervantes sofreu incompreensões e experimentou a miséria, teve os seus escritos desconsiderados, viveu em regime de mendicância para não morrer de fome, não obstante, prosseguindo, legou-nos o "Dom Quixote" de la Mancha" de valor literário e filosófico inegável.
Camões, sem uma vista, fez-se cantor de "Os Luzíadas".
Confúcio, aos 55 anos, foi abandonado pelo seu mestre. Sem desânimo, prosseguiu, oferecendo extraordinária contribuição filosófica para o pensamento universal.
Maomé, na busca de fiéis, padeceu terrivelmente, até que, sem abandonar a luta, espalhou o Alcorão pela Terra.
Buda, procurando a iluminação, provou solidão e abandono, conseguindo que a mensagem da paz passasse a impregnar as vidas...
A história de Jesus é por demais conhecida para que se ampliem
considerações...
A galeria daqueles que não desistiram e confiaram na vitória que souberam esperar, é muito grande.
Não te abatas ante impedimentos nem persigas sucessos improvisados, imediatos, que cedem lugar a terríveis desencantos.
Se queres vencer superando quaisquer problemas, prossegue em paz, insistindo na ação operosa e confiante, assim conseguindo o fanal que é a meta essencial da tua vida.
Disse Jesus: "Aquele que perseverar até o fim, este será salvo."
É necessário permanecer fiel e otimista.
Se queres, portanto, a vitória,  insiste.

(De “Otimismo”, de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

O Evangelho

Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes


Dom de curar


1. Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (S. MATEUS, cap. X, v. 8.)
2. "Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido", diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.

Preces pagas

3. Disse em seguida a seus discípulos, diante de todo o povo que o escutava: -Precatai-vos dos escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos festins - que, a pretexto de extensas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa. (S. LUCAS, cap. XX, vv. 45 a 47; S. MARCOS, cap. XII, vv. 38 a 40; S. MATEUS, cap. XXIII, v. 14.)
4. Disse também Jesus: não façais que vos paguem as vossas preces; não façais como os escribas que, "a pretexto de longas preces, devoram as casas das viuvas", isto é, abocanham as fortunas. A prece é ato de caridade, é um arroubo do coração. Cobrar alguém que se dirija a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. A prece, então, fica sendo uma fórmula, cujo comprimento se proporciona à soma que custe. Ora, uma de duas: Deus ou mede ou não mede as suas graças pelo número das palavras. Se estas forem necessárias em grande número, por que dizê-las poucas, ou quase nenhumas, por aquele que não pode pagar? E falta de caridade. Se uma só basta, é inútil dizê-las em excesso. Por que então cobrá-las? É prevaricação.
Deus não vende os benefícios que concede. Como, pois, um que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez nenhum resultado produza? Não é possível que Deus subordine um ato de demência, de bondade ou de justiça, que da sua misericórdia se solicite, a uma soma em dinheiro. Do contrário, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, a justiça, a bondade e a demência de Deus ficariam em suspenso. A razão, o bom senso e a lógica dizem ser impossível que Deus, a perfeição absoluta, delegue a criaturas imperfeitas o direito de estabelecer preço para a sua justiça. A justiça de Deus é como o Sol: existe para todos, para o pobre como para o rico. Pois que se considera imoral traficar com as graças de um soberano da Terra, poder-se-á ter por lícito o comércio com as do soberano do Universo?
Ainda outro inconveniente apresentam as preces pagas: é que aquele que as compra se julga, as mais das vezes, dispensado de orar ele próprio, porquanto se considera quite, desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos se sentem tocados pelo fervor de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que comete a terceiro o encargo de por ele orar, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será isso reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso?

Mercadores expulsos do templo

5. Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou por expulsar dali os que vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombos: - e não permitiu que alguém transportasse qualquer utensílio pelo templo. - Ao mesmo tempo os instruía, dizendo: Não está escrito: Minha casa será chamada casa de oração por todas as nações? Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões! - Os príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o perderem, pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua doutrina. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 15 a 18; - S. MATEUS, cap. XXI, vv. 12 e 13.)
6. Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

Mediunidade gratuita

7. Os médiuns atuais - pois que também os apóstolos tinham mediunidade -igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.

8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? E fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.

9. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. E que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguinte-mente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)

10. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.
                  

 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVI)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

LEON DENIS - A DOR

 

 

Tudo o que vive neste mundo, natureza, animal, homem, sofre e, todavia, o amor é a lei do Universo e por amor foi que Deus formou os seres. Contradição aparentemente horrível, problema angustioso, que perturbou tantos pensadores e os levou à dúvida e ao pessimismo.

     O animal está sujeito à luta ardente pela vida. Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio das águas, por toda a parte desenrolam-se dramas ignorados. Em nossas cidades prossegue sem cessar a hecatombe de pobres animais inofensivos, sacrificados às nossas necessidades ou entregues nos laboratórios ao suplício da vivissecção*.

     Quanto à Humanidade, sua história não é mais que um longo martirológio. Através dos tempos, por cima dos séculos, rola a triste melopéia dos sofrimentos humanos; o lamento dos desgraçados sobre com uma intensidade dilacerante, que tem a regularidade de uma vaga.

     A dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho. E, diante desta esfinge que o fita com seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?

     É, no que lhe concerne, uma punição, uma expiação, como o dizem alguns?

     É a reparação do passado, o resgate das faltas cometidas?

     Fundamentalmente considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação. Sem dúvida, as falhas do passado recaem sobre nós com todo o seu peso e determinam as condições de nosso destino. O sofrimento não é, muitas vezes, mais do que a repercussão das violações da ordem eterna cometidas; mas, sendo partilha de todos, deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso. Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua ação é benfazeja para quem sabe compreendê-lo; mas, somente podem compreendê-lo aqueles que lhe sentiram os poderosos efeitos. É principalmente a esses, a todos aqueles que sofrem, têm sofrido ou são dignos de sofrer que dirijo estas páginas.

     A dor e o prazer são as duas formas extremas da sensação. Para suprimir uma ou outra seria preciso suprimir a sensibilidade. São, pois, inseparáveis em princípio e ambos necessários à educação do ser, que, em sua evolução, deve experimentar todas as formas ilimitadas, tanto do prazer como da dor.

     A dor física produz sensações; o sofrimento moral produz sentimentos. Mas, como já vimos, no sensório íntimo, sensação e sentimento confundem-se e são uma só e mesma coisa.

     O prazer e a dor estão, pois, muito menos nas coisas externas do que em nós mesmos; incumbe, pois, a cada um de nós, regulando suas sensações, disciplinando seus sentimentos, dominar umas e outras e limitar-lhes os efeitos.

     Epíteto dizia: “As coisas são apenas o que imaginamos que são.” Assim, pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo menos, fazê-la redundar em nosso proveito, fazer dela meio de elevação.

     A idéia que fazemos da felicidade e da desgraça, da alegria e da dor, varia ao infinito segundo a evolução individual. A alma pura, boa e sábia não pode ser feliz à maneira da alma vulgar. O que encanta uma, deixa a outra indiferente. À medida que se sobe, o aspecto das coisas muda. Como a criança que, crescendo, deixa de lado os brinquedos que a cativaram, a alma que se eleva procura satisfações cada vez mais nobres, graves e profundas. O Espírito que julga com superioridade e considera o fim grandioso da vida achará mais felicidade, mais serena paz num belo pensamento, numa boa obra, num ato de virtude e até na desgraça que purifica, do que em todos os bens materiais e no brilho das glórias terrestres, porque estas o perturbam, corrompem, embriagam ficticiamente.

     É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom. Cada qual quereria refazer e embelezar a vida à sua vontade, adorná-la com todos os deleites, sem pensar que não há bem sem dor, ascensão sem suores e esforços.

     O gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a apoteose, a coroação de sofrimento. De Homero a Dante, a Camões, a Tasso, a Mílton, todos os grandes homens, como eles, têm sofrido. A dor fez-lhes vibrar a alma, inspirou-lhes a nobreza dos sentimentos, a intensidade da emoção que souberam traduzir com os acentos do gênio e que os imortalizou. É na dor que mais sobressaem os cânticos da alma. Quando ela atinge as profundezas do ser, faz de lá saírem os gritos eloqüentes, os poderosos apelos que comovem e arrastam as multidões.

     Dá-se o mesmo com todos os heróis, com todos os grandes caracteres, com os corações generosos, com os espíritos mais eminentes. Sua elevação mede-se pela soma dos sofrimentos que passaram. Ante a dor e a morte, a alma do herói e do mártir revela-se em sua beleza comovedora, em sua grandeza trágica, que toca às vezes o sublime e o nimba de uma luz inextinguível.

     Suprimi a dor e suprimireis, ao mesmo tempo, o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suportá-la. O mais nobre ensinamento que se pode apresentar aos homens não é a memória daqueles que sofreram e morreram pela verdade e pela justiça? Há coisa mais augusta, mais venerável que seus túmulos? Nada iguala o poder moral que daí provém. As almas que deram tais exemplos avultam aos nossos olhos com os séculos e parecem, de longe, mais imponentes ainda; são outras tantas fontes de força, mais imponentes ainda; são outras tantas fontes de força e beleza onde vão retemperar-se as gerações. Através do tempo e do espaço, sua irradiação, como a luz dos astros, estende-se sobre a Terra. Sua morte gerou a vida, e sua lembrança, como aroma sutil, vai lançar em toda a parte a semente dos entusiasmos futuros.

     É, como nos ensinaram essas almas, pela dedicação, pelo sofrimento dignamente suportados que se sobem os caminhos do céu. A história do mundo não é outra coisa mais que a sagração do espírito pela dor. Sem ela, não pode haver virtude completa, nem glória imperecível.

     É necessário sofrer para adquirir e conquistar. Os atos de sacrifício aumentam as radiações psíquicas. Há como que uma esteira luminosa que segue, no Espaço, os Espíritos dos heróis e dos mártires.

     Aqueles que não sofreram, mal podem compreender estas coisas, porque, neles, só a superfície do ser está arroteada, valorizada. Há falta de largueza em seus corações, de efusão em seus sentimentos; seu pensamento abrange horizontes acanhados. São necessários os infortúnios e as angústias para dar à alma seu aveludado, sua beleza moral, para despertar seus sentidos adormecidos. A vida dolorosa é um alambique onde se destilam os seres para mundos melhores. A forma, como o coração, tudo se embeleza por ter sofrido. Há, já nesta vida, um não sei quê de grave e enternecido nos rostos que as lágrimas sulcaram muitas vezes. Tomam uma expressão de beleza austera, uma espécie de majestade que impressiona e seduz.

     Michelangelo adotara como norma de proceder os preceitos seguintes: “Concentra-te e faze como o escultor faz à obra que quer aformosear. Tira o supérfluo, aclara o obscuro, difunde a luz por tudo e não largues o cinzel.”

     Máxima sublime, que contém o princípio de todo o aperfeiçoamento íntimo. Nossa alma é nossa obra, com efeito, obra capital e fecunda, que sobrepuja em grandeza todas as manifestações parciais da Arte, da Ciência, do gênio.

     A dor não fere somente os culpados. Em nosso mundo, o homem honrado sofre tanto como o mau, o que é explicável. Em primeiro lugar, a alma virtuosa é mais sensível por ser mais adiantado o seu grau de evolução; depois, estima muitas vezes e procura a dor, por lhe conhecer todo o valor.

     A dor física é, em geral, um aviso da Natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo. Quando um mal perigoso se vai insinuando em nós, que aconteceria se não lhe sentíssemos logo os efeitos desagradáveis? Iria cada vez lavrando mais, invadir-nos-ia e secaria em nós as fontes da vida.

     Às almas fracas, a doença ensina a paciência, a sabedoria, o governo de si mesmas. Às almas fortes pode oferecer compensações de ideal, deixando ao Espírito o livre vôo de suas aspirações até ao ponto de esquecer os sofrimentos físicos.

     A ação da dor não é menos eficaz para as coletividades do que o é para os indivíduos. Não foi graças a ela que se constituíram os primeiros agrupamentos humanos? Não foi a ameaça das feras, da fome, dos flagelos que obrigou o indivíduo a procurar seu semelhantes para se lhe associar? Foi da vida comum, dos sofrimentos comuns, da inteligência e labor comuns que saiu toda a Civilização, com suas artes, ciências e indústrias!

     A dor é como uma asa dada à alma escravizada pela carne para ajudá-la a desprender-se e a elevar-se mais alto.

     Por trás da dor, há alguém invisível que lhe dirige a ação e a regula segundo as necessidades de cada um, com uma arte, uma sabedoria infinitas, trabalhando por aumentar nossa beleza interior nunca acabada, sempre continuada, de luz em luz, de virtude em virtude, até que nos tenhamos convertido em Espíritos celestes.

     Por mais admirável que possa parecer à primeira vista, a dor é apenas um meio de que usa o Poder Infinito para nos chamar a si e, ao mesmo tempo, tornar-nos mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura. É, pois, realmente, pelo amor que nos tem, que Deus envia o sofrimento. Fere-nos, corrige-nos como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo; trabalha incessantemente para tornar dóceis, para purificar e embelezar nossas almas, porque elas não podem ser verdadeiras, completamente felizes, senão na medida correspondente às suas perfeições.

     À medida que avançamos na vida, as alegrias diminuem e as dores aumentam; o corpo e o fardo da vida tornam-se mais pesados. Quase sempre a existência começa na felicidade e finda na tristeza. O declínio traz, para a maior parte dos homens, o período moroso da velhice com suas lassidões, enfermidades e abandonos. As luzes apagam-se; as simpatias e as consolações retiram-se; os sonhos e as esperanças desvanecem-se; abrem-se, cada vez mais numerosas, as covas em roda de nós. É então que vêm as longas horas de imobilidade, inação, sofrimento; obrigam-nos a refletir, a passar muitas vezes em revista os atos e as lembranças de nossa vida. É uma prova necessária para que a alma, antes de deixar seu invólucro, adquira a madureza, o critério e a clarividência das coisas que serão o remate de sua carreira terrestre. Por isso, quando amaldiçoamos as horas aparentemente estéreis e desoladas da velhice enferma, solitária, desconhecemos um dos maiores benefícios que a Natureza nos proporciona; esquecemos que a velhice dolorosa é o cadinho onde se completam as purificações.

     Nesse momento da existência, os raios e as forças que, durante os anos da juventude e da virilidade, dispersávamos para todos os lados em nossa atividade e exuberância, concentram-se, convergem para as profundezas do ser, ativando a consciência e proporcionando ao homem mais sabedoria e juízo. Pouco a pouco vai-se fazendo a harmonia entre os nossos pensamentos e as radiações externas; a melodia íntima afina com a melodia divina.

     Há, então, na velhice resignada, mais grandeza e mais serena beleza que no brilho da mocidade e no vigor da idade madura. Sob a ação do tempo, o que há de profundo, de imutável em nós, desprende-se e a fronte dos velhos aureola-se de claridades do Além.

     A todos aqueles que perguntam: Para que serve a dor? Respondo: Para polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar o ferro. Serve para edificar e ornar o templo magnífico, cheio de raios, de vibrações, de hinos, de perfumes, onde se combinam todas as artes para exprimirem o divino, prepararem a apoteose do pensamento consciente, celebrarem a libertação do Espírito!

     E vede qual o resultado obtido! Com o que eram em nós elementos esparsos, materiais informes e, às vezes até, o vicioso e decaído, ruínas e destroços, a dor levantou, construiu no coração do homem um altar esplêndido à Beleza Moral, à Verdade Eterna!

     A dor será necessária enquanto o homem não tiver posto o seu pensamento e os seus atos de acordo com as leis eternas; deixará de se fazer sentir logo que se fizer a harmonia. Todos os nossos males provêm de agirmos num sentido oposto à corrente divina; se tornarmos a entrar nessa corrente, a dor desaparece com as causas que a fizeram nascer.

     Por muito tempo ainda a Humanidade terrestre, ignorante das leis superiores, inconsciente do futuro e do dever, precisará da dor para estimulá-la na sua via, para transformar o que nela predomina, os instintos primitivos e grosseiros, em sentimentos puros e generosos. Por muito tempo terá o homem de passar pela iniciação amarga para chegar ao conhecimento de si mesmo e do alvo a que deve mirar. Presentemente ele só cogita de aplicar suas faculdades e energias em combater o sofrimento no plano físico, a aumentar o bem-estar e a riqueza, a tornar mais agradáveis as condições da vida material; mas, será em vão. Os sofrimentos poderão variar, deslocar-se, mudar de aspecto; a dor persistirá, enquanto o egoísmo e o interesse regerem as sociedades terrestres, enquanto o pensamento se desviar das coisas profundas, enquanto a flor da alma não tiver desabrochado.

     Ó vós todos que vos queixais amargamente das decepções, das pequeninas misérias, das tribulações de que está semeada toda a existência e que vos sentis invadidos pelo cansaço e pelo desânimo: se quereis novamente achar a resolução e a coragem perdidas, se quereis aprender a afrontar alegremente a adversidade, a suportar resignados a sorte que vos toca, lançai um olhar atento em roda de vós!

     Considerai as dores tantas vezes ignoradas dos pequenos, dos deserdados, os sofrimentos de milhares de seres que são homens como vós; considerai estas aflições sem conta; cegos privados do raio que guia e conforta, paralíticos impotentes, corpos que a existência torceu, ancilosou, quebrou, que padecem de males hereditários! E os que carecem do necessário, sobre quem sopra, glacial, o inverno! Pensai em todas essas vidas tristes, obscuras, miseráveis; comparai vossos males muitas vezes imaginários com as torturas de vossos irmãos de dor, e julgar-vos-eis menos infelizes, ganhareis paciência e coragem e de vosso coração descerá sobre todos os peregrinos da vida, que se arrastam acabrunhados no caminho árido, o sentimento de uma piedade sem limites e de um amor imenso!

    Às vezes julgamo-nos capazes e dignos de chegar às grandes altitudes, e, sem o sabermos, mil cadeias acorrentam-nos ainda a este planeta inferior. Não compreendemos o amor em sua essência sublime, nem o sacrifício como é praticado nas Humanidades purificadas, em que ninguém vive para si ou para alguns, mas para todos. Ora, só os que estão preparados para tal vida podem possuí-la. Para nos tornarmos dignos dela, será preciso desçamos de novo ao cadinho, à fornalha, onde se fundirão como cera as durezas do nosso coração. E, quando tiverem sido rejeitadas, eliminadas as escórias de nossa alma, quando nossa essência estiver livre de liga, então Deus nos chamará para uma vida mais elevada, para uma tarefa mais bela.

     O mal moral existe na alma somente em suas dissonâncias com a harmonia divina. Mas, à medida que ela sobe para uma claridade mais viva, para uma verdade mais ampla, para uma sabedoria mais perfeita, as causas do sofrimento vão-se atenuando, ao mesmo tempo que se dissipam as ambições vãs, os desejos materiais. E de estância em estância, de vida em vida, ela penetra na grande luz e na grande paz onde o mal é desconhecido e onde só reina o bem!

(Léon Denis - Obra: O Problema do Ser, do Destino e da Dor)

 

(*) Vivissecção: operação praticada em animais vivos para estudos de fenômenos fisiológicos (nota do compilador)

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Frustrações e Dependências

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O indivíduo está sempre no momento presente, que é o seu instante decisório. O passado, por isso mesmo, não pode servir de parâmetro, senão para aprender como não repetir os erros, pois que é irrecuperável, no entanto, reparável. Nada existe que possa ser recuperado na área moral comprometida, no entanto, desde que haja interesse real, poderá ser corrigido. Assim, é negativo manter saudades do já ocorrido, sentir-se frustrado pelo que gostaria que houvesse sucedido mas não aconteceu, ou arrependido em profundidade pelo insucesso de que foi objeto. Tais sentimentos não podem modificar as conseqüências desencadeadas no pretérito, no entanto podem ser reformuladas as bases da ação que se repetirá em forma nova, assim modificando os futuros resultados. Eis por que se deve perdoar a tudo e a todos, igualmente proporcionando-se perdão a si mesmo, recompondo-se emocionalmente e recomeçando a tarefa onde ela se desencaminhou.

O homem psicológico saudável não vive de recordações, nem se atormenta com as aspirações. Portador de um presente enriquecedor, os seus movimentos atuais estão sempre voltados para as ações que o promovem, confinando, naturalmente, no futuro de forma natural, racional, sem inquietação, despido de ansiedade, vivendo integralmente cada instante do seu hoje.

Personalidades instáveis sentem-se frustradas facilmente, em razão da falta de idealismo perseverante para se realizarem. Ambicionam em demasia ou a nada aspiram, deixando-se arrastar por estados melancólicos que cultivam, sem o competente esforço para saírem da situação doentia.

Inúmeros fatores contribuem para as frustrações pessoais, entre outros, os conflitos da libido não realizada, geradora de medos injustificáveis ou de melancolias carregadas de sombras; o convívio familiar insatisfatório, no qual as imagens dos pais mal humorados e reclamadores produzem ansiedades e desejos de fuga da realidade inquietante; dificuldades de auto-realização, por decorrência de falta de iniciativa ou por pequenos insucessos que poderiam ser transformados em êxitos, se tivesse havido perseverança; inveja pelo triunfo das outras pessoas, muitas vezes logrado a grande esforço, que o paciente se recusa usar...

Todo o séquito de frustrações leva o indivíduo à dependência emocional, criando tabus, buscando amuletos para a sorte madrasta, tentando o sobrenatural, procurando soluções mágicas para o que poderá tornar-se um desafio ao alcance da vitória, na luta encetada.

Essa dependência se transfere das crenças supersticiosas para as pessoas que as devem carregar psicológica, física e economicamente, solucionando os seus problemas, resolvendo as suas dificuldades, que se renovam, por falta de decisão e reflexão para agir corretamente. Porque não se encontram aqueles que estejam dispostos a suportar tão pesada carga, mais aumentam as suas frustrações, que adquirem estágio mórbido, levando aos transtornos psicóticos maníaco-depressivos.

Quando a pessoa considerar que se encontra na Terra, no momento, no lugar e com as pessoas certas, aquelas que lhe são necessárias para o próprio desenvolvimento, despertará da dependência infantil e da frustração debilitadora, recuperando a saúde comportamental através da renovação mental e das motivações atraentes para tornar a sua existência mais do que suportável, perfeitamente feliz.

O indivíduo deve aspirar ao máximo, que, mesmo não logrado, significa-lhe visão otimista do porvir, que o aguarda, permitindo-se então o que seja possível conseguir, sem produzir mecanismo frustrante ou dependência daqueles que o lograram.

Como o pensamento é a fonte geradora das aspirações, anelar pelo melhor, trabalhar por adquiri-lo, representa elevação e engrandecimento moral. Não se perturbar, todavia, quando isso não ocorra, é demonstração de maturidade e de equilíbrio que todos devem manter.

 

(De “Vida — Desafios e Soluções”, do capítulo “Energias da Vida”, de Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis).

Três Conclusões

 

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O tempo concedido ao Espírito para uma reencarnação, por mais longo é sempre curto, comparando ao serviço que somos chamados a realizar. Importante, assim, o aproveitamento das horas.

Meditemos no gasto excessivo de forças em que nos empenhamos levianamente no trato com assuntos da repartição de outrem.

Quantos milhares de minutos e de frases esbanjamos por década, sem a mínima utilidade, ventilando temas e questões que não nos dizem respeito?

Para conjurar essa perda inútil, reflitamos em três conclusões de interesse fundamental.

O que os outros pensam:  Aquilo que os outros pensam é idéia deles. Não podemos usufruir-lhes a cabeça para imprimir-lhes as interpretações que são capazes diante da vida.

Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente antagônicos entre si.

Acontece o mesmo na vida moral. Precisamos nutrir o cérebro de pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.

O que os outros falam: A palavra dos amigos e adversários, dos conhecidos e desconhecidos, é criação verbal que lhes pertence. Expressam-se como podem e comentam as ocorrências do dia-a-dia com os sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.

Efetivamente, é dever nosso cultivar a conversação criteriosa; contudo, não dispomos de meios para interferir na manifestação pessoal dos entes que nos cercam, por mais caros nos sejam.

O que os outros fazem: A atividade dos nossos irmãos é fruto de escolha e resolução que lhes cabe.
Sabemos que a Sabedoria Divina não nos criou para cópias uns dos outros. Cada consciência é domínio à parte.

As criaturas que nos rodeiam decerto que agem com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho, e, se ainda não conseguem compreender o mérito da sinceridade e do serviço ao próximo, isso é problema que lhes compete e não a nós.

Fácil deduzir que não podemos fugir da ação nobilitante, em benefício de nós mesmos, mas não nos compete impor nas decisões alheias, que o próprio Criador deixa livres.

À vista disso, cooperemos com os outros e recebamos dos outros o auxílio de que carecemos, acatando a todos, mas sem perder tempo com o que possam pensar, falar e fazer.

Em suma, respeito para os outros é obrigação para nós.

André Luiz
Extraído do livro “Estude e Viva”
Psicografado por Francisco Cândido Xavier

NO CREDIÁRIO DA VIDA

 

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Deixa que a compaixão te aclare os olhos e lubrifique os ouvidos, a fim de que possas ver e escutar em louvor do bem.

Quantas vezes geramos complicações e agravamos problemas, unicamente pelo fato de exigir dos outros aquilo de santo ou de heróico que ainda não conseguimos fazer!.

À frente das incompreensões ou perturbações do cotidiano, procuremos reagir como estimaríamos que os demais reagissem, se as dificuldades fossem nossas.

A Terra está repleta dos que censuram e acusam.

Amparemo-nos mutuamente.

Às vezes, pronuncias palavras menos felizes, nas horas de irritação ou desânimo, que apreciarias reaver a fim de inutilizá-las, se isso fosse possível, e agradeces a bondade do ouvinte que se dispõe a atirá-las no cesto do esquecimento. Por que não agir, de modo análogo, quanto registras o comentário de ordem negativa, partido de alguém, no clima do desespero?

Nos atos injustos, nas decisões impensadas ou nos erros que perpetramos, somos gratos à misericórdia daqueles que nos acolhem com brandura e entendimento, extinguindo no silêncio os resultados de nossas faltas involuntárias. Como não esposar norma idêntica, quando algum de nossos irmãos escorregava na sombra?

Programamos a necessidade do progresso da alma, afirmamos o impositivo de nosso próprio aperfeiçoamento... Iniciemos esse esforço meritório a favor de nós, reconhecendo que os outros carregam provações e fraquezas semelhantes às nossas, quando não sejam problemas e obstáculos muito mais aflitivos.

Admiremos nossos companheiros quando se aplicarem ao bem ou quando se harmonizarem com o bem: entretanto, sempre que resvalarem no mal, busquemos tratá-los na base do amor que declaramos cultivar com Jesus, de vez que todo investimento de tolerância que fizermos hoje, em benefício do próximo, no crediário da vida, ser-nos-á amanhã preciso depósito que poderemos sacar no socorro àqueles a quem mais amamos, ou mesmo em nosso auxílio.

 

(De “Alma e coração”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de Emmanuel)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nossas Mãos

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Em verdade, há milhares de mãos maravilhosamente limpas no jogo das aparências.

Mãos que se cobrem de joias valiosas, mas que não se dispõem a partir um pão com o faminto.

Mãos que se agitam, vivazes, na mímica dos discursos comoventes, mas que não descem ao terreno de ação para ministrar uma gota de remédio ao doente.

Mãos que assinam decretos e portarias importantes na administração pública,
recomendando a ordem e a virtude para os governados, mas que não hesitam em desmantelar os bens coletivos que lhes foram confiados.

Mãos que escrevem páginas admiráveis de literatura, sob a inspiração da gramática, ornada de tesouros artísticos, e que jamais se preocupam com a prática do verbalismo brilhante que produzem.

Mãos que se movimentam em acervos de moedas e notas bancárias, exibindo poder, mas que não cedem o mais leve empréstimo dos recursos em que se demoram, sem pesados tributos ao irmão  que suporta espinhosos fardos em escuros caminhos.

Mãos que indicam aos outros o roteiro da salvação e que escolhem a senda escura da maldição para si mesmas.

Realmente, não te esqueças da higiene de tuas mãos, contudo, guarda vigilância para com aquilo que fazes.

Nossas mãos constituem as antenas de amor que, orientadas pelo Evangelho, podem converter a Terra em domínio de luz.

Deixa que os teus braços se integrem no trabalho da verdadeira fraternidade e serás, desse modo, o instrumento vivo da Vontade Divina, onde estiveres,  em favor do reinado da paz e da alegria para  o engrandecimento do mundo inteiro.

 

Emmanuel/Chico Xavier
de Mãos Marcadas
Espíritos Diversos

terça-feira, 17 de novembro de 2009

FAÇAMOS LUZ ESPIRITUAL

 

Emmanuel

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“Não apagueis o espírito”.

I' Epístola de Paulo de Tarso aos Tessalonicenses 1:19

De modo geral, todos nós, no mecanismo de recapitulações das experiências terrestres, somos reconduzidos a condições difíceis do aprendizado, valorizando a responsabilidade, o livre-arbítrio e a razão, que menosprezamos em outra época. Entretanto, apesar da concessão divina do retorno à luta benéfica, precipitamo-nos em despenhadeiros diversos, à distância do caminho que o Pai nos traçou mobilizando divinos mensageiros de seu amor.

A Proteção Constante

Considerando a constância da Proteção Divina somos obrigados a reconhecer que, antes do próprio Evangelho de Jesus, a Humanidade já recebia continuadas demonstrações de socorro do Alto, através de emissários numerosos da Providência, nos setores da Religião, da Filosofia e da Ciência, que induziam a criatura à necessária elevação espiritual e à iluminação do seu patrimônio de conhecimentos.

Ausência de Equilíbrio

Todavia, não obstante o cuidado incessante do Senhor, não temos sabido manter o equilíbrio indispensável entre as margens do caminho reto. Assoberbam-nos tentações de variados matizes, emergindo da viciação de nós mesmos e compelindo-nos à volta às situações inferiores do pretérito. Persiste em nós, ainda mesmo em se tratando dos desencarnados que se localizam nas zonas fronteiriças da carne, o terrível dualismo da animalidade e da espiritualidade simultâneas. Grande é a batalha! Constitui a síntese de muitos séculos de escolha criminosa e de predileções prejudiciais.

Deficiência da Razão

Apesar disso, nossa razão é sempre vigoroso foco de observação e potencial analítico. Criamos extensa nomenclatura para classificar os erros do próximo, sabemos discernir, com rigor, as regiões nevrálgicas dos vizinhos e tabelar as faltas alheias com ausência, quase absoluta, de senso evangélico, no exame das minudências circunstanciais. Sobram-nos raciocínios contundentes e escasseia-nos sentimento divino para compreender a posição dos que caíram ao longo de penosa iniciação à vida superior, doentes da alma e aflitos do coração. Esquecemo-nos de que os sucessos amargos, determinantes das quedas de outrem, são acontecimentos suscetíveis de ferir igualmente a nós outros, que nos supomos inatingíveis.

Exigências do Caminho

É por isso que toda a cautela se requer na preparação de caminhos por parte dos discípulos modernos. O campo da experiência está exigindo maiores recursos de iluminação para o sentimento. O trabalhador formado para o serviço é valor da vanguarda, conclamando à renovação geral. Muita vez, faz-se preciso abandonar as situações mais reconfortantes e os laços mais estimáveis, a fim de atendermos ao chamamento divino. Para quantos se consagraram às realizações do Mestre, o relógio da evolução oferece horas muito diferentes nos tempos que passam. Urge aperfeiçoar-se o individualismo de cada servidor à luz sublime do Reino de Jesus, ainda mesmo ao preço de sacrifícios pungentes. No cérebro e no coração não ressoam convites ao sentimentalismo doentio, mas ao sentimento edificante, nem apelos à indiferença ou à impassibilidade e sim exortações ao equilíbrio que o Cristo nos legou.

O Preço da Luz

Não recebemos qualquer aquisição sem preço correspondente. Fatos comezinhos da existência material esclarecem-nos vivamente nesse sentido. Por que motivo aguardaríamos vantagens da compreensão sem o trabalho preciso? Não se dependura a virtude no santuário da consciência, como objeto de adorno em tabiques exteriores. Faz-se preciso renovar a mente e purificar o coração. Não adquiriremos patrimônios da imortalidade, guardando acervos de pensamentos do campo mortal. Não nos renovaremos em Cristo, perseverando nas velhas armadilhas de fantasias da esfera transitória. Para elevar a própria vida é imprescindível gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão.

Vigiemos no Evangelho

Vigiemos, no templo de nós mesmos, de modo a não apagar e nem reduzir a luz do espírito, controlando as nossas intervenções individuais no campo infinito e eterno da vida. Para alcançar semelhante edificação, com a desejável segurança, é impossível afastar-se o aprendiz do Evangelho aplicado ao raciocínio e ao sentimento. Em suas forças vivas, encontramos possibilidades de entendimento com o Cristo, vivendo-lhes os ensinos. Seus padrões de vida eterna desafiam-nos as obras efêmeras, despertando-nos a consciência para a visão de horizontes mais vastos.

Situação Amarga

Enquanto não serenarmos a corrente das paixões que nos caracterizam a individualidade, não alcançaremos o poder indispensável à realização desejada. Seremos ouvintes estacionados no jardim ilusório da admiração apressada; crentes perdidos em nova idolatria de falsos valores, pelo olvido de nossos tesouros ocultos e pelo abandono de nossas ferramentas, da possibilidade pessoal. Seremos pródigos em aconselhar o bem, esquecidos de aplicá-la e simbolizaremos compêndios vivos de exortações aos ouvidos alheios, mantendo-nos, embora, em lamentável necrose espiritual.

Reeducação Espiritual

Fujamos à terrível condição da maioria das inteligências modernas, caracterizadas por raciocínios de anjo aliado a sentimentos de monstro. A desarmonia que se verifica, no quadro evolutivo das mentes encarnadas, repete-se em nosso plano de ação. Nas esferas vizinhas da Crosta Planetária instituem-se incontáveis escolas de preparação destinadas à melhoria dos que se distanciam da experiência física à maneira de ver-me rastejante colado à concha do egoísmo e da vaidade. É necessário reeducar, readaptar e restaurar personalidades que se demoram nas sombras do “eu”, desinteressadas do santuário que lhes pertence no imo do ser.

Muitos de vós, nos centros espíritas cristãos, realizais presentemente serviços que inúmeras almas somente conseguem levar a efeito, em seguida à libertação do corpo que as materializava na Terra. Aprendem dificilmente a arte do desapego, pelas noções de posse egoística que cristalizaram em si próprias e daí a necessidade de volumosas lágrimas para a retificação dos erros da imprevidência. Os discípulos sinceros de Jesus operam atualmente, como trabalho máximo, o despertamento próprio, a própria iluminação. Esse, de fato, o objetivo primordial da doutrina, a melhoria da criatura para o mundo melhor.

O Setor Científico

O setor científico do Espiritismo, em verdade, pode construir notáveis convicções e disseminar flores admiráveis de intelectualidade e filosofia superficial. Mas a simples demonstração científica não realiza as conversões e transubstanciações necessárias à renovação benéfica do homem e do mundo. Não devemos limitar o movimento libertador das consciências que o Espiritismo instituiu no Planeta a mero serviço de informações verbalísticas entre dois planos diferentes de vida. É imprescindível ponderar e raciocinar com a realidade cristã. Podemos incentivar nossas relações com as esferas mais altas, estender a visão psíquica, ampliar expressões fenomênicas, mas se relaxarmos o trabalho de manutenção da luz divina, permitindo que a chama da Divindade se apague, dentro de nós, todo o esforço resultará infrutífero.

Exemplifiquemos com Jesus

Curemo-nos, portanto, da velha paralisia sentimental, exemplificando a humildade e a fraternidade de cuja conceituação e definição temos sido excelentes portadores. Reduzamos a exportação de conselhos fáceis, para atender à obra difícil da nossa própria redenção com o Cristo de Deus.

Instalemos a ponderação no centro de nossos pensamentos e sigamos o Mestre Divino nas múltiplas circunstâncias que nos assinalam a luta.

Sustentando a lâmpada de nossa fé na superior destinação para a qual fomos lançados à torrente da vida eterna, teremos organizado a energia precisa para que a luz do espírito jamais se extinga dentro de nós.

O discípulo deve e pode refletir a vontade do Senhor, executando-lhe as lições, cada dia.

É para esse esforço que os espiritistas do Evangelho são atualmente chamados, no desdobramento do qual recebemos mais elevadas quotas de auxílio das Esferas Superiores. A zona mais alta de suas tarefas apostólicas, na atualidade terrestre, acima do proselitismo apressado e da propaganda fácil, reside no trabalho abençoado de reavivamento da luz espiritual no mundo inteiro, conservando a luz do espírito acesa e brilhante em si próprios.

  Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um ajuste de vontade

Certa feita, Jesus afirmou que não fazia a Sua vontade, mas a do Pai do céu.

Em uma leitura apressada, talvez se conclua que Ele abdicou de Sua liberdade enquanto esteve na Terra.

Nessa linha, teria renunciado até à faculdade de querer, para atender os desígnios Divinos.

Ocorre que a liberdade é um dos grandes atributos espirituais, que confere mérito a qualquer conduta.

Nenhum ser humano minimamente equilibrado e refletido se disporia a agir como marionete.

Quem aceitaria se tornar um escravo, mesmo a preço de ouro?

Jesus também disse que a verdade nos libertaria.

Bem se vê o quanto a liberdade é preciosa, pois representa a culminância de um processo de aprendizado.

Quando o Espírito compreende a essência dos mecanismos que regem a vida, torna-se amplamente livre.

Liberta-se da ardência dos sentidos, de dores e de vícios.

A liberdade é uma Lei da vida.

Tem como suas naturais contrapartes a responsabilidade e o mérito.

Porque pode optar entre várias condutas possíveis, a criatura tem mérito ou demérito conforme o que decida realizar.

A ninguém é lícito suprimir a liberdade do próximo ou transferir a responsabilidade dos seus atos a terceiros, ao segui-los sem refletir.

Assim, ao eleger a vontade Divina como Sua, Jesus não abdicou da Sua própria liberdade.

Ele a utilizou da forma mais sublime possível.

Absolutamente livre em Sua excelsa pureza e sabedoria, decidiu querer o que Deus queria.

Por livre vontade, tornou-Se o instrumento da misericórdia Divina na Terra.

Fez-se professor, médico e amigo de Seus irmãos menores.

O Cristo não Se ressentia da missão que Lhe cabia.

Não reclamava e nem blasfemava.

Com Seu íntimo asserenado pela completa integração com o Divino, foi forte e sábio em todas as situações.

Convém refletir sobre esse significativo exemplo.

O melhor que pode ocorrer a qualquer criatura é ajustar sua vontade aos desígnios Divinos.

Deus é pleno de um amor incomensurável e deseja o melhor para Seus filhos.

Por isso, faculta-lhes tantas reencarnações de aprendizado e resgate quantas sejam necessárias.

A finalidade dessas incontáveis experiências é que o Espírito vença a si mesmo e se torne radiosamente sublime.

Ciente disso, não reclame de dificuldades, não se sinta uma vítima e nem se rebele.

Cumpra com dignidade todos os seus deveres, por difíceis que se apresentem.

Mas o faça satisfeito, e não desgostoso, como quem cumpre uma pena.

Realizar fantasias e satisfazer apetites dificilmente lhe trará plenitude.

Mas se integrar na ordem cósmica, pelo amoroso cumprimento do papel que lhe cabe no mundo, garantirá seu acesso a vivências de gloriosa alegria.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

SONATA AO LUAR

Quem de nós não teve um momento de extremada dor?

Quem nunca sentiu, em algum momento da vida, vontade de desistir?

Quem ainda não se sentiu só, extremamente só, e teve a sensação de ter perdido o endereço da esperança!

Nem mesmo as pessoas famosas, ricas, importantes, estão isentas de terem seus momentos de solidão e profunda amargura...

Foi o que ocorreu com um dos mais reconhecidos compositores de todos os tempos, chamado Ludwig Van Beethoven, que nasceu no ano de 1770 em Bonn, Alemanha, e faleceu em 1827, em Viena, na Áustria.

Beethoven vivia um desses dias tristes, sem brilho e sem luz. Estava muito abatido pelo falecimento de um príncipe da Alemanha, que era como um pai para ele.

O jovem compositor sofria de grande carência afetiva. O pai era um alcoólatra contumaz e o agredia fisicamente. Faleceu na rua, por causa do alcoolismo.

Sua mãe morreu muito jovem. Seu irmão biológico nunca o ajudou em nada, e, além disso, cobrava-lhe aluguel da casa onde morava.

A tudo isto soma-se o fato de sua doença agravar-se. Sintomas de surdez começavam a perturbá-lo, ao ponto de deixá-lo nervoso e irritado.

Beethoven somente podia escutar usando uma espécie de trombone acústico no ouvido, o que seria para nós, hoje, um tipo de aparelho auditivo.

Ele carregava sempre consigo uma tábua ou um caderno, para que as pessoas escrevessem suas idéias e pudessem se comunicar, mas elas não tinham paciência para isto, nem para ler seus lábios.

Notando que ninguém o entendia nem o queriam ajudar, Ludwig se retraiu e se isolou. Por isso conquistou a fama de misantropo.

Foi por todas essas razões que o compositor caiu em profunda depressão. Chegou a redigir um testamento dizendo que ia se suicidar.

Mas como nenhum filho de Deus está esquecido, vem a ajuda espiritual através de uma moça cega, que lhe fala quase gritando.

Ela morava na mesma pensão pobre, para onde Beethoven havia se mudado, e daria tudo para enxergar uma noite de luar...

Ao ouvi-la Beethoven se emociona até as lágrimas...

Afinal, ele podia ver! Ele podia escrever sua arte nas pautas...

A vontade de viver volta-lhe renovada e ele compõe uma das músicas mais belas da humanidade: Sonata ao luar.

No seu tema, a melodia imita os passos vagarosos de algumas pessoas. Possivelmente os dele e os dos outros que levavam o caixão mortuário do príncipe, seu protetor.

Olhando para o céu prateado de luar, e lembrando da moça cega, como a perguntar o porquê da morte daquele mecenas tão querido, ele se deixa mergulhar num momento de profunda meditação transcendental...

Alguns estudiosos de música dizem que as três notas que se repetem insistentemente no tema principal do 1º movimento da Sonata, são as três sílabas da palavra por quê? ou outra palavra sinônima, em alemão.

Anos depois de ter superado o sofrimento, viria o incomparável Hino à alegria, da 9ª sinfonia, que coroa a missão desse notável compositor, já totalmente surdo.

Hino à alegria expressa a sua gratidão à vida e a Deus por não haver se suicidado.

Tudo graças àquela moça cega que lhe inspirou o desejo de traduzir, em notas musicais, uma noite de luar...

Usando sua sensibilidade Beethoven retratou, através da melodia, a beleza de uma noite banhada pelas claridades da lua, para alguém que não podia ver com os olhos físicos...

* * *

A música desperta na alma impressões de arte e de beleza que são o júbilo e a recompensa dos espíritos puros, uma participação na vida divina em seus deleites e seus êxtases.

A música, melhor do que a palavra representa o movimento, que é uma das leis da vida; por isso ela é a própria voz do mundo superior.

Porém, unida a palavras malsãs, a música não é mais do que um instrumento de perversão, um veículo de torpeza que precipita a alma nas baixas sensualidades, corrompendo os costumes.

Pense nisso, e busque alimentar sua alma com melodias que expressem arte e beleza, que falem do bom e do belo.

 

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história narrada pelo músico Enrique Baldovino e em algumas frases do livro “O Espiritismo na Arte”, de Léon Denis.

www.momento.com.br

Momento de Reflexão: VENCERÁS

 

Não desanimes
Persiste mais um tanto.
Não cultives o pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante mesmo varando
a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto
te entorpeça o coração
Não te impressiones à dificuldade.
Convence-te de que a vitória espiritual
é construção para o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realização sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.

Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados
te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever
que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho,
reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Estuda buscando aprender.
Não te voltes contra ninguém.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração
para que se te faça luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus
e persevera no trabalho que Deus te confiou.

Ama sempre, fazendo pelos outros
o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás.
                                         

 EMMANUEL

( mensagem psicografada pelo médium Francisco Candido Xavier - do livro "Astronautas do além" - edição GEEM )

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.” — Paulo (ROMANOS, 14:6)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.

Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.

Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.

Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.

É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?

Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.

A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.

Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.

Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente a recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.

Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

(De “Caminho, Verdade e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)