Coração, ouve!... Se queres
A bênção da paz constante,
Trabalha e segue adiante,
Cumprindo o próprio dever...
Para vencer no caminho
Tristeza, treva e pesar,
Muito mais do que lembrar
A vida roga esquecer.
Esquece as mágoas sofridas,
As horas de céu cinzento,
O azedume, o desalento
E os tempos de provação;
Renova-te, dia-a-dia,
Não pares, contando lutas,
Progresso é o lema que escutas
No mundo em transformação.
Tudo procura a vanguarda,
A flor converte-se em fruto,
Do cascalho rijo e bruto,
Eis o diamante a surgir...
O fio forma o agasalho,
A própria noite se esquece
Na aurora que resplandece
Buscando a luz do porvir.
Da própria queda no erro,
Levanta-te e segue à frente,
Servindo incessantemente,
Tudo podes refazer;
Não te detenhas na angústia,
Ante o mal, prossegue e olvida,
As próprias nódoas da vida
A vida pede esquecer.
(De “A vida conta”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria Dolores)
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